quarta-feira, 8 de março de 2017

Corrida Tome 5






Pra quem não tem paciência pra ler os posts: A Corrida Tome 5 foi uma das maiores festas que eu já participei.


A gente tentou por várias semanas formar um grupo de corredores/bebedores. A ideia era baratear as inscrições e, principalmente, formar uma turma pra agitar mais as coisas.


Essa parte (e talvez só essa) foi um fracasso.


Meu colega que disputa o Ultraman ficou de “ver a data”. Outros, que correm mais seriamente, tipo meiomaratonistas, se sentiram um pouco ofendidos e disseram que eu deveria procurar uma corrida “de verdade”. Outros não tinham grana ou interesse ou preparo físico ou disposição…


Enfim, já há um tempo eu tenho uma filosofia de vida de não depender muito dos outros. Quando um evento me interessa, eu vou lá e faço acontecer. Não fico esperando companhia.


Fiz preparação intensiva com musculação, corridas e uns exercícios de fisioterapia regenerativa. Claro, uma cervejinha também pra hidratar e “treinar” a segunda parte do desafio. E optei por não suspender a prática de futebol durante os treinamentos.






Também agitamos bastante nas redes sociais:






E aí eu já estava com o material e pronto para a corrida. E o itinerário foi esse:








PRIMEIRA FICHA


Quando eu cheguei no local de partida a visão foi incrível. Lembrava muito um bloco de carnaval. Uma massa inteira com as mesmas camisas, tomando cervejas, músicas de carnaval e algumas pessoas fantasiadas.







É uma sensação incrível ver 700 pessoas com a mesma blusa. Você se sente até no cardume de sardinhas:







Ao mesmo tempo, eu experimentava a sensação de estar sozinho na multidão. Eram 700 pessoas, todas com a mesma blusa e eu estava sozinho. Eu não conhecia ninguém.


Mas aí a sociologia nunca te deixa na mão. Rapidamente, outros “avulsos” me procuraram. É incrível como as pessoas que têm os mesmos problemas procuram se unir. E logo eu fiz dois amigos de corrida.


Eu queria correr primeiro e beber depois, mas o regulamento era muito claro: beber primeiro e correr depois. E lá se foi a primeira ficha!


Desceu que foi uma beleza. Mas me gerou um pequeno contratempo de procurar o banheiro de um shopping próximo.


A saída atrasou 20 minutos e a adrenalina já estava lá em cima.




SEGUNDA FICHA


"Estratégia, em francês: stratégie...”


Eu precisava de fotos (pra mim e pro blog). Uma ideia óbvia foi ficar bem na faixa de largada. Era impossível que a organização não publicasse uma foto dali:







Eu precisava ir bem na prova. E a minha maior chance de chegar em primeiro era sair em primeiro!


E foi assim que eu liderei os primeiros 100 metros.


(Tá bom, os primeiros 63 metros. :P)


Os batedores iam em bicicletas controlando o trânsito para que a gente pudesse correr pelas grandes avenidas de Fortaleza com um mínimo de segurança. E isso deixou alguns motoristas bem nervosinhos.


Conforme dica de um colega que me ultrapassou, correr com moedas no bolso é impraticável. E foi assim que eu completei o primeiro quilômetro da corrida em oitavo lugar.


De acordo com o regulamento, eu fiz um pit stop para tomar a segunda ficha. Algumas pessoas já saíram correndo com cerveja e tudo e aí eu perdi qualquer noção de classificação, tempo ou distância.


Fiquei lá tomando a minha cerveja, me hidratando e recepcionando os demais corredores. Que festa!


A tristeza mesmo foi saber que nos pit stops não havia banheiros disponíveis. Eu tive que me conformar. E esse seria o meu maior desafio dali em diante.




TERCEIRA FICHA


Agora a gente já corria na Beira-Mar. Show de bola. Que sensação! Eu me sentia muito playboy.


E a terceira ficha eu tomei conversando com o pipoqueiro que trabalha nas proximidades dos trenzinhos. Eu já o conhecia dos meus passeios com a minha filha. Ele me falava muito orgulhoso sobre o intercâmbio que a filha dele estava fazendo nos Estados Unidos.




QUARTA FICHA


O pessoal que corria mesmo tinha se mandado e eu fiquei pra trás fazendo os meus pit stops. E aí a coisa ficou meio com cara de micareta: uma galera com as mesmas blusas, andando na Beira-Mar, com cerveja na mão e som de carnaval.






E foi isso que estressou uma ciclista que achava ser dona da ciclovia. Achei engraçado como uma pessoa consegue ficar tão estressada praticando esportes num sábado à tarde na Beira-Mar.


E eu deparei com mais uma dificuldade no meu desafio: a insuportável catinga (mau cheiro) de esgoto e de peixe na Beira-Mar. Correr sem respirar não dá, né?


Nessa altura, eu já tinha encontrado as velas do Mucuripe:








E a “penúltima” ficha foi ao som do Pré-Carnaval oficial organizado pela Prefeitura de Fortaleza.




QUINTA FICHA






Eu descia correndo para a última ficha quando um Senhor me parou:









Que bloco é esse?


Ele achou divertidíssima a minha explicação.


E eu cheguei ao meu destino correndo muito rápido:


Onde é o banheiro? Banheiro? BA-NHEI-RO?


E ainda ganhamos um final de tarde lindo no Iate Clube:









DÉCIMA FICHA


Daí em diante foi um Carnavalzão de primeiríssima qualidade com uma bandinha tocando marchinhas de Carnaval.


Todo mundo estava muito a fim de festa e lá fomos nós escolher a melhor fantasia.


Na minha opinião, a melhor fantasia foi um cara que empurrou um carrinho de mão cheio de cerveja por todo o percurso. No quesito originalidade, eu escolheria o cara que foi fantasiado de boneca Barbie ainda dentro da caixa de papelão. Porém a massa escolheu mesmo foi o astronauta/boneco de Olinda e isso não chegou a ser injusto.







Se você viu o mapa lá em cima, a corrida só teve 3,3 km. Mas aposta é aposta e eu ainda estava devendo 2 quilômetros de corrida para a Karol. E foi assim que eu voltei pela Beira-Mar.


Eu estava me sentindo superbem. Normalmente, nos meus treinos de 5 ou 6 km, eu só corro em 70 ou 80% do tempo. Nesse dia, eu corri o tempo todo durante os 5 km! Não sei se foi o doping ou os pit stops, mas eu consegui!


Ainda tive tempo de ver o artista de rua pulando no meio da roda de facas e de doar minhas medalhas às crianças que pediram.




DÉCIMA PRIMEIRA FICHA


De volta ao busão, o meu desafio agora era só chegar em casa inteiro e seguro.


Para o meu espanto, o motorista estava ouvindo Zé Ramalho:






Para o meu espanto, subiu um cara tomando cerveja e logo eu ouvi um conhecido barulho de vidro batendo dentro de uma sacola do supermercado que te faz feliz.


E foi assim que eu comprei uma cerveja dentro do ônibus!


O motorista ficou incrédulo com o que eu tinha feito. Acho que até o Zé Ramalho ficou sem acreditar.






Eu levei 3 dias para me recuperar plenamente da corrida. Foi durante esse tempo que eu ainda senti aquela fadiga muscular “gostosa” de quem praticou exercícios em demasia.


E a minha meta agora é participar de uma corrida oficial de 5 quilômetros a cada 2 meses. Corridas “de verdade” ou descontraídas também. E isso vai ao encontro da minha meta de correr 200 km em 2017.


No link a seguir, um calendário de corridas de rua no Ceará:




Valeu, Karol. Muito obrigado por ter me dado a chance de participar dessa festa!


É isso aí, pessoal!
Valeu pela força e pelos sorrisos.
Vamos gozar a vida, ser felizes e praticar esportes!


Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!


        

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