Em
uma relação de amor e ódio, já reverenciamos os smartphones
aqui no blog:
Mas
celular que pega fogo foi a funcionalidade mais incrível de todas!
Incrível
e indesejada...
Impossível
não lembrar de uma lenda urbana que circulava quando os primeiros
celulares foram lançados. Ela dizia que o sinal de telefonia celular
era prejudicial à nossa saúde. Agora, com
WiFi e 3G para todas as bandas, é como se estivéssemos dentro de
uma Matrix.
Ele
era um dos celulares top de linha da Samsung, projetado para peitar o
temido IPhone. Era do verbo não é mais. Encerrou precocemente a sua
era (substantivo). Se era que dava para chamar de era um negócio tão
fugaz.
O
danado do bichinho começou a pegar fogo! Combustão espontânea. Uma
funcionalidade incrível e indesejada.
Mirando
na bateria, a Samsung preparou um mega-recall para substituí-la onde
ela estivesse. Pense num recall caro!
E
não é que o danado do bichinho recallizado começou a pegar
fogo também?!
Dezenas
de casos. Inclusive com queimaduras nos usuários. E o caso mais
bizarro demandou a evacuação emergencial de um avião!
Aí
a Samsung foi obrigada a jogar a toalha. É o fim das vendas do
Galaxy Note 7. A Samsung está recolhendo todos os aparelhos
distribuídos e vendidos. Inclusive, está enviando “kits de
remoção segura” para os usuários, devolvendo o dinheiro pago e
dando uma indenização mixuruca de 100 dólares. (Indenização essa
que não vai evitar uma chuva de processos judiciais.)
Mas
a maior humilhação de todas foi a empresa implorar para os seus
clientes pelo-amor-de-deus manterem todos os
celulares DESLIGADOS pra sempre!
O
que fazer então com 2 milhões de celulares-bomba? Mandar pro
Congresso Nacional do Brasil? :P Não, né?
A
Samsung agora está tocando um projeto grandioso e caro para recolher
todo esse lixo tecnológico e dar uma destinação a ele. Até mesmo
para reciclar as peças e reusá-las em outros aparelhos haverá
custos envolvidos.
Um
prejuízo gigantesco mesmo para a empresa que é 20% do PIB da Coreia
do Sul.
Ainda
assim, pequeno, se comparado ao imenso prejuízo da marca. Ações da
Apple já subiram. E os concorrentes do mercado de entrada já se
animaram.
Eu
sou simpatizante do Chelsea muito por conta de sua bela camisa azul.
Pois em 2010, eu criei coragem e comprei uma cami$a oficial. Lá, bem
grande, no peito, um patrocínio da SAMSUNG MOBILE. Depois de vários
anos de uso e de várias lavagens, partes das letras do patrocínio
sumiram e a marca ficou bem avariada. É parecido com o que ocorreu
agora.
Essa
resenha toda nos leva ao nosso livro Fazendo
um projeto dar certo. O último capítulo é sobre
Testes e eu termino o post com a
introdução deste capítulo:
CAPÍTULO
IX
TESTES
Se
não está testado, não está pronto. Vale atentar também para a
eficiência e a eficácia dos testes. O simples fato de fazer um
teste ainda não garante que o produto esteja satisfatoriamente
testado e seja um produto de qualidade. Precisamos de testes bem
planejados, bem projetados e bem construídos.
Os
testes são um grande dilema para as indústrias. Até quando
continuar testando? Investir quanto em testes? Fato é que entregar
produtos de má qualidade é desastroso para a imagem de uma empresa.
Por exemplo, nos recalls das montadoras de automóveis é
possível calcular o prejuízo financeiro – com divulgação, peças
e serviços das oficinas. Já o prejuízo à marca é maior e mais
difícil de calcular.
Com
software não é diferente. É muito caro garantir
matematicamente que um software funcionará em 100% das vezes
em que for utilizado e de todas as formas possíveis. Os softwares
ditos de missão crítica carecem de mais investimento em testes,
pois suas falhas são potencialmente mais desastrosas. Garantida
mesmo é a frustração quando apertamos um botão e não obtemos o
resultado esperado.
Hoje,
temos diversos tipos de testes: funcionais, unitários, integrados,
automáticos, homologação, piloto, regressão, desempenho,
sanidade, acessibilidade, usabilidade... Igualmente, há diversas
ferramentas gratuitas ou pagas. A equipe deve conhecer bem tudo o que
existe para manter o arsenal adequado para todos os testes do
projeto.
Que
testar é essencial, penso que está claro. Os custos de bons testes
também podem ser estimados. Já os custos da falta de testes são
intangíveis: podem significar o fim de um contrato, uma rescisão
judicial, o fim da empresa, bem como uma baixa autoestima da equipe
do projeto.
Este
capítulo aborda diversos aspectos sobre testes. Tudo começa com um
processo adequado de testes. Saber que tipos de testes utilizar nas
diversas partes do sistema. Buscar a eficácia dos testes no sistema
sem que a equipe precise despender mais esforço que o necessário.
Falamos
também sobre a disponibilidade de ambientes adequados à execução
dos testes. A falta de ambientes pode inviabilizar tudo, inclusive
desperdiçar todo o esforço da construção dos testes. Executar os
testes em ambientes inapropriados compromete seriamente os resultados
obtidos.
Intimamente
relacionadas ao processo de testes definido, estão as ferramentas
que viabilizarão os testes. Elas também indicam que ambientes serão
necessários. Ferramentas e ambientes podem representar grande parte
dos custos dos testes.
Os
dados de entrada para os testes constituem outro fator crítico de
sucesso da estratégia de testes adotada. Se os dados não forem
reais e ricos em variedade, os resultados dos testes estarão
comprometidos. Se os dados não são reusáveis, o processo todo pode
ficar muito caro. O acesso indevido a dados de produção pode
resolver o problema dos testes e gerar novos problemas de segurança.
A
discussão termina falando sobre a importância da boa utilização
de testes automáticos no projeto. Trata-se da melhor forma de buscar
eficiência e eficácia nos testes do projeto, com resultados
duradouros.
Devemos
pensar sempre grande e não podemos desconsiderar a possibilidade de
construir a própria ferramenta de testes para o projeto, desde que
essa decisão seja economicamente viável.
Se
quiser ler mais Fazendo
um projeto dar certo:
POST
SCRIPTUM
Depois
de 21 meses de trabalho, de 101 posts publicados, de muito esforço
intelectual, físico e financeiro, chegamos a 15
mil visualizações no Blog Fazendo um
projeto dar certo!
É
com um sentimento de imensa gratidão que eu me dirijo a cada um de
vocês que dedicou uma partezinha do seu precioso tempo para as
discussões do blog.
Muito
obrigado! Valeu! #tamujunto
Nos vemos por aí!
Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
Conheça a minha obra completa em: