quarta-feira, 29 de março de 2017

O dia em que a bateria do meu carro pifou






O dia em que a bateria do meu carro pifou era um sábado e eu estava na padaria. O carinha do seguro veio me acudir e, no outro dia, outro carinha foi lá em casa trocar a bateria por uma nova.


Mas essa história está muito sem graça e não dá um post. Então, vamos tentar de novo…




O dia em que a bateria do meu carro pifou


Da segunda vez que a bateria do meu carro pifou era uma quarta-feira. Eu já tinha trabalhado até as 20 horas, pagando horas do Carnaval. Eu já tinha resolvido vários problemas naquele dia de trabalho e só queria mesmo era chegar em casa.


Quando eu dei na chave no BirombaCar, só escutei aquela tosse de “cachorro gripado”. Lá do início do post, eu já reconhecia aquele barulho/comportamento do carro. De lá também, o meu amigo trocador de baterias só trabalhava até as 20 horas!


Só me restou mesmo sussurrar aquele velho e bom puta-que-pariu!







Saí em busca do Zé para avisá-lo que o BirombaCar estava fora de combate e dormiria ali mesmo.


E é só aqui que a história começa a ficar digna de um post:


E como é que você vai pra casa?
Rapaz, tava pensando em pegar um Uber ali mesmo e #partiu!
Olha, tem esse carro aqui que a gente usa pra resolver as broncas do estacionamento. Se você quiser ir nele…


Eu levei um tempo até processar a ideia. O Zé estava me oferecendo a possibilidade de ir para casa em uma Fiorino. Passados o susto e um pouco do medo, eu resolvi topar! Eu já atingi uma certa idade/condição financeira que me permite arriscar em alguns momentos. Valeria a aventura e, quem sabe, um post. Ir de táxi seria muito monótono/previsível.


O desafio agora era dirigir uma picape pela primeira vez e voltar a usar embreagem e marchas depois de 3 anos. Que doideira!




CARACTERÍSTICA\CARRO
CARRO NUTELLA
CARRO RAIZ
HYUNDAI HB20
FIAT FIORINO
 Ano
2013
2008
Quilometragem
38 mil
162 mil
 Documento
Sim
Sim
Câmbio
Automático
Manual
 Ar Condicionado
Sim
Sim
Direção
Elétrica
Faça força e tenha fé que uma hora vira
(e com folga)
 Espelho do Meio
Sim
Não
Rodas
5, de liga leve
5, de macho
 Portas
5
2
Trava Elétrica
Sim
É o quê?
 Som com Bluetooth?
Sim
Bluquê?
Design
Lindo
Funcional





Eu sentia na pele a diferença de dirigir um carro com alta tecnologia coreana e cheio de recursos de assistência à direção. A partir desse dia, passei a ter mais compreensão com os meus colegas motoristas que têm carros mais “duros”.


Eu fui para casa bem pianinho e pelo caminho mais fácil. Eu tinha a obrigação de chegar em casa seguro, inteiro e com o carro emprestado igualmente inteiro.


Ah!, se a minha mãe soubesse que eu peguei um carro emprestado… Olha a bronca que ela me deu quando eu peguei uma fita K7 emprestada:




Com muita adrenalina, deu tudo certo. O carro estava seguro na garagem.






De manhã, caía a maior chuva do ano em Fortaleza. Duvida?




Hora de voltar, agendei a troca da bateria e vamos que vamos!






Senti um grande alívio quando eu estacionei a picape no seu destino final, mas esse alívio nem se compara ao que eu senti no momento em que eu devolvi a chave do carro ao Zé.


O meu amigo trocador de baterias já estava me esperando e, em questão de cinco minutos, com chuva e tudo, ele testou a bateria velha, fez a troca, testou a bateria nova e ainda passou o cartão.







Eu tive mais chances na vida do que o Zé. Eu tive acesso a uma educação primorosa, tempo, insumos e incentivos para me dedicar aos estudos. Adicionando o meu esforço, consegui uma boa formação técnica, um bom emprego e uma boa carreira. E eu jamais emprestaria o meu carro para o Zé. E essa foi mais uma grande lição que a vida me deu.


Valeu muito a pena ter cultivado a amizade do Zé. E, óbvio, eu ainda paguei umas “cervejas” pra ele.






PS: Não tente fazer isso em casa.


Até a próxima!



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quarta-feira, 22 de março de 2017

Coisas que todo varzealegrense já fez









Está circulando na Internet essa “lista de coisas que todo fortalezense já fez”:




Daí eu tive a ideia de chamar a galera de Várzea Alegre (CE) para fazermos a nossa lista.


E não é que a galera veio junto?






Antes de qualquer coisa, vamos esclarecer que essa lista não é completa, não é definitiva e não é oficial. É apenas uma brincadeira! Eu conheço pessoas que duplicariam essa lista em minutos. Então, relaxem.


Quando dizemos “todo varzealegrense” é óbvio que não é literalmente “todo”. Pode ser “alguns”, “vários”, “a maioria”, “uma cambada”, “uma ruma”, “uma galera”… Mas, certamente, são costumes nossos.


Quando dizemos “fez” é porque alguns dos costumes não estão mais em prática por motivos diversos. E, assim, nossa lista abrange múltiplas gerações de varzealegrenses.


(Aproveito esse momento para ensinar ao computador que a palavra varzealegrense existe. :P)


Quando dizemos “coisas que todo varzealegrense já fez”, obviamente estamos tentando parodiar o jornal com “coisas que todo fortalezense já fez”. E se você entendeu a brincadeira, tente fazer a lista de costumes da sua cidade.


Quem é de Várzea Alegre (ou varzealegrense, viu, computador?) vai ler essa lista rapidinho e se divertir bastante.


Quem não é, não vai entender nem metade da lista. É assim mesmo. Faz parte.


Quem é varzealegrense (ou de Várzea Alegre, viu, computador?) pode complementar a lista através dos comentários e deve compartilhar o post para ajudar a divulgar a nossa cultura.


Ah!, e não menos importante, esse blog não tem nenhum patrocínio (fora o meu). Então, em nenhum momento, estamos tentando promover algum comércio. Apenas estamos tentando listar os costumes da nossa gente.






COISAS QUE TODO VARZEALEGRENSE JÁ FEZ



COMIDAS

1. Comer tapioca com amendoim misturado na própria massa;
2. Levar amendoim torrado e moído para Fortaleza;
3. Comer um mungunzá (salgado) no bar do Flávio;
4. Comer uma costelinha de porco no bar de Zé Amaro;
5. Comer um salgado na lanchonete de Bezerra;
6. Tomar uma nos bares do Calçadão;
7. Comer um cuscuz em Toinha Boa Água;
8. Comprar palito do Palhaço Palito;
9. Ouvir Amadeu falando “ó o pão de quEijO”;
10. Comer seriguela no pé;
11. Tomar um suco de manga coité quase “estragada”;
12. Tomar uma sopa na panificadora altas horas após o forró;
13. Comprar no Mercado Municipal;
14. Comprar pão doce em Oscarina;
15. Chegar na padaria e pedir 1 real de pão aguado;









MÚSICAS E SONS

16. Dançar e paquerar na Toca dos Cunéis;
17. Dançar e paquerar no Bibi Dance;
18. Dançar e paquerar na Fina Flor;
19. Dançar e paquerar no Agito Dance da Churrascaria Gregório no domingo à noite;
20. Dançar e paquerar com o Som do César;
21. Curtir um forró em Sitônio na sexta-feira altas horas;
22. Ir a um forró no Creva no Sábado de Aleluia ou na Festa de Agosto;
23. Ir a uma megafesta no Parque de Vaquejada;
24. Curtir uma seresta com João Dino;
25. Curtir música ao vivo com Kayak;
26. Curtir música ao vivo com Boka Loka;
27. Dançar xote com Zabumbando;
28. Ficar imitando o “BAN-DA-T-D-SOM!”;
29. Dançar forró com a Mexe Brasil;
30. Cantar o hino de Várzea Alegre: “como é grande a nossa Várzea Alegre…”
31. Se encantar com a corneta do Pelé;
32. “Morena eu vou dançar mais tu, no forró de São Pedro no CSU…”
33. Ir ver o ônibus da banda;
34. Marchar no dia 07 de setembro;
35. Ouvir a Rádio Cultura AM 670 KHz;
36. Pedir uma música na FM 97;
37. Ouvir a Novo Tempo FM;
38. Ir ver e ouvir os fogos na Lagoa no réveillon;
39. Dançar zumba na Lagoa;
40. Conversar com o mudo de Flávio (falando, gesticulando, fazendo mímicas, leitura labial, gritando, com libras, do jeito que der…);
41. Falar dÍ e tÍ;
42. Gritar quando volta a energia elétrica;
43. “Mas diga moço de onde você é? Eu sou da terra que de Mastruz se faz café”;










LAZER E ESPORTES

44. Ir beber no Posto da Cidade até a hora que der ou até que dê a hora ou que acabe o crédito;
45. Ir ver as cheias dos riachos;
46. “Arrancar” a “cabeça” do dedo jogando futebol na rua;
47. Andar de bicicleta sem as mãos;
48. Pegar uma topique para visitar as cidades vizinhas;
49. Pegar um Vale do Jaguaribe para ir à capital;
50. Pegar um Guanabara para ir à capital;
51. Pegar um ônibus para ir a São Paulo/São Bernardo do Campo;
52. Marcar reunião/encontro no ar-condicionado do banco;
53. Ir à igreja no fim de semana;
54. Ir pro calçadão no domingo à noite;
55. Ir comer uma pizza na Lagoa;
56. Soltar pipa;
57. Jogar sinuca;
58. Jogar nas diversas quadras das escolas da cidade;
59. Jogar no Juremal;
60. Participar de um velório/enterro;
61. Tomar um banho nas piscinas do Creva;
62. Tomar um banho no açude Olho D’Água/São Vicente/Peri Peri;
63. Não tomar banho na Lagoa;
64. Caminhar/correr na Lagoa;












FESTA DE AGOSTO

65. Passar a Festa de Agosto em Várzea Alegre;
66. Saber o que significa a expressão “Festa de Agosto”;
67. Explicar para os forasteiros o que é a “Festa de Agosto”;
68. Torcer para o pau da bandeira não cair;
69. Descer e subir 132 vezes nas barracas;
70. Tomar umas nas barracas;
71. Rodar no parque. E reclamar porque “a rodada já acabou”;
72. Marcar uma cartela no bingo do milho; (DE ROOOMBO!)
73. Visitar o barracão cultural (tirando fotos e fazendo cara de turista espantado);
74. Comer o cachorro-quente mais melequento possível. E não adoecer;
75. Marcar o bingo do padre no sol torando – o bingo das motos;
76. Ir à salva bem cedinho. Se possível, saindo do forró no Creva direto para a salva na Igreja;
77. Ir à salva no pingo do meio-dia;
78. Pagar/contribuir com a igreja para ouvir o seu nome ser narrado na salva em plena Rádio Cultura. E quanto maior a contribuição, mais destaque terá o seu nome: CEEEEEEEEM REAIS!
79. Comprar uma roupa nova em 3 vezes para ir à festa do Creva;
80. Prestigiar a banda “de música”;
81. Soltar fogos no dia 31 de agosto ao meio-dia;
82. Acompanhar a apuração da festa;









CARNAVAL

83. Participar do mela-mela. É guerra!
84. Comprar um abadá;
85. Pular carnaval com banho de mangueira na praça;
86. Participar do Varzeafolia;
87. Participar do Varzealegria;
88. Seguir o trio gritando: “chiclete, chiclete, quero Chiclete!”. São pelo menos 20 minutos ininterruptos de “chiclete, chiclete, quero Chiclete!”;
89. Ir às matinês do Creva. E fantasiado;
90. Seguir as escolas de samba. E com os dedos pra cima;
91. Ouvir pelo menos 15 paredões em Chico Sales. Tudo ao mesmo tempo. E tocando músicas diferentes;
92. Dançar e beber nas bombas de gasolina do posto de combustíveis;
93. Dançar carnaval no Guga’s Bar;
94. Dançar carnaval na Lagoa;
95. Dançar carnaval no Calçadão;













COSTUMES DIVERSOS

96. Se consultar na Casa de Saúde São Raimundo Nonato;
97. Estudar no Presidente Castelo (ou no Figueiredo ou no Zé Correia ou no Colégio ou no Afonsina);
98. Bater um retrato com Leandro (ou Erisberto ou Shaolin ou Salim ou Ubirajara);
99. Contar uma história para um forasteiro dizendo “lá em Várzea Alegre…”;
100. Ficar intrigado com uma estátua de um jumento na entrada da cidade;
101. Se espantar com o drone;
102. Sair de casa correndo para procurar o helicóptero;
103. Se animar até com o vento da chuva. E só!
104. Esperar o vento Aracati que chega às 21 horas. (E vento sabe das horas?)
105. Participar de uma carreata política;
106. Contar qual candidato teve mais carros;
107. Dizer que os carros não eram de Várzea Alegre;
108. Vestir uma camiseta do candidato;
109. Vender o voto;
110. Se intrigar do povo do outro partido. Mas só na época da eleição;
111. Comprar um móvel à prestação no Armazém Bezerra (ab);
112. Andar de mototáxi (ou motáxi como fala a minha sogra);
113. Achar que conhece o Franzé da TV Verdes Mares;
114. Escrever errado no Facebook;
115. Postar uma foto na praia;
116. Andar com o capacete protegendo o cotovelo;
117. Fazer uma faixa em Ildefonso;
118. Dizer que é da Terra dos Contrastes quando quer ser irônico;
119. Reclamar da buraqueira da avenida;
120. Reclamar da buraqueira da estrada para Farias Brito;
121. Visitar a estátua do Cristo Ressuscitado na ladeira da Capela de Maria de Bill;
122. Ter medo de passar no Beco do Esqueleto;
123. Pegar um táxi e pagar um preço fixo;
124. Achar que verde e vermelho combinam;
125. Ir embora de Várzea Alegre (essa não, né? Hehe) (Mas é para estudar, trabalhar, ganhar a vida e um dia retornar);
126. Ter muito orgulho de ser varzealegrense.






Um abração.


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sábado, 18 de março de 2017

Pode haver dois feriados no mesmo dia? Pode isso, Arnaldo?








Nesse post, vamos reviver o post sobre feriados:




(Por sinal, esse post me rendeu muito bullying dos colegas por causa do DE-PEN-DE.)


Pois bem, 25/03/2016 é duplamente feriado aqui no Ceará! Além da Paixão de Cristo (ou sexta-feira santa) é a data magna do Ceará, numa proeza dos nossos legisladores.


É que o legislador federal definiu que cada estado teria direito a um feriado para celebrar a sua data magna (máxima). E o legislador estadual definiu que, para os cearenses, essa data seria dia 25 de março – consta que o estado do Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir a escravidão, em 25 de março de 1884.


Temos então um feriado estadual no dia 25, 6 dias após o dia 19 (Dia de São José, padroeiro do Ceará). São dois feriados estaduais em duas semanas consecutivas.


Somando com Paixão de Cristo (data móvel), Tiradentes (21/04) e Dia do Trabalho (01/05), são 5 feriados em 40 dias. Logo depois do Carnaval e um pouco antes do Corpus Christi.







Pra terminar, vou contar mais um causo sobre desenvolvimento de sistemas aqui no blog. Pelo nosso acordo coletivo, temos direito a incorporar (adicionar) nos dias de férias, os feriados que caiam em dias úteis durante o período de férias. Pois o nosso sistema de férias simplesmente somou 2 dias para os colegas que estarão de férias na sexta-feira, 25 de março. O sistema leu a tabela de feriados, contou dois registros e somou dois no período total. Simples assim.


O Henrique Modesto (quem nos traz mais essa pérola) ficou inconformado: mas como assim ninguém pegou isso? Como pegar isso durante o desenvolvimento? Eu tive que dizer para ele que era impossível. Ninguém, em sã consciência, escreveria um caso de testes prevendo dois feriados no mesmo dia. Só nossos legisladores mesmo conseguem uma proeza dessas. E por aí você avalia como é difícil desenvolver sistemas – precisamos imaginar tudo!


Terminamos reforçando aos gerentes de projetos a necessidade de planejar bem as folgas (inclusive os feriados) da equipe.


Bora curtir o feriado, meu povo!


Se precisar de música ou de ideias para o feriado, considere dar uma passada no Blog Bora Ouvir Uma:



Post Scriptum
Posso até ouvir aqui as lamúrias sobre o calendário com dia 19 no sábado e dia 25 na Paixão de Cristo.


Post Scriptum um ano depois
E, em 2017, a maldição se repete: 19 vem no domingo e 25 vem no sábado. Ó céus!


Um abraço.


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