Basta
juntar duas pessoas quaisquer e você já terá problemas de
comunicação. Podem até ser irmãos gêmeos ou cônjuges com bodas
de ouro e, ainda assim, haverá ruído na comunicação.
E
esse é o maior dilema quando pensamos em grupos de trabalho ou
equipes de projeto: como fazer esse povo se comunicar com eficácia
em prol do resultado final do trabalho? Ainda,
como se comunicar com eficácia com as pessoas externas à equipe do
projeto?
No
nosso livro Fazendo
um Projeto dar Certo,
o capítulo VI é totalmente dedicado a alguns dos problemas de
comunicação que ocorrem em projetos.
Hoje
em dia, é inimaginável participar de grupos de trabalho que não se
utilizem de grupos de WhatsApp para melhorar a sua capacidade de
comunicação. Esses grupos são utilizados principalmente para
compartilhar informações relevantes para as equipes: compromissos,
horários e pautas de reuniões, procedimentos administrativos,
notícias, novidades…
Chegamos
em um ponto no qual você só entra realmente
em um grupo de trabalho quando é adicionado ao respectivo grupo de
WhatsApp. Que doideira!
E
os grupos de WhatsApp se estendem à vida. Tem os grupos da família,
da igreja, dos esportes, do time, da torcida, da bebida, dos eventos
sociais, dos amigos (da infância, da escola, da cidade, da
faculdade, do MBA), da pornografia, das correntes, do “bom dia
grupo”… Enfim, qualquer tema de interesse em comum já é motivo
para juntar duas pessoas em um grupo de WhatsApp.
E
eu descobri que ando pautando vez ou outra as conversas de um grupo
muito especial de WhatsApp. Eles são todos lá da minha cidade,
contemporâneos da minha irmã, gostam muito de estudar e de debater
de tudo um pouco entre si, com muita ajuda da ferramenta em questão.
E muitos desses debates são fomentados por meus posts nos blogs ou
no Facebook.
Descobri
ainda que eles desejavam ser tema de um post aqui no blog e eu fiquei
pensando em como tornar isso possível. É que eu não gosto de
assumir dívidas pequenas. Gosto de pagá-las logo e, se for pra
ficar com o nome empenhado, que seja por valores altos hehe.
A
ideia que me veio foi tentar entrevistá-los justamente sobre o grupo
de WhatsApp deles. Vai ser uma loucura tentar entrevistar 8
pessoas ao mesmo tempo, mas a ideia é essa mesma. O
blog nunca teve compromisso com a sanidade mental. Muito pelo
contrário, o blog é pra surtar mesmo.
Veja
aí se é parecido com algum(ns) dos seus grupos de WhatsApp…
APRESENTANDO
AS FERAS
Rafael,
26 anos, estudante de Medicina, reside em: Buenos Aires, Argentina.
Raviel,
26 anos, estudante de Engenharia de Energias Renováveis, reside em:
Fortaleza.
Ana
Carolina, 28 anos, psicóloga, reside em: Patos (PB).
Cléber,
31 anos, publicitário, reside em: Fortaleza.
Eugênia
Maria, 29 anos, professora de Educação Física, reside em:
Fortaleza.
José
Ueber, 30 anos, estudante de Engenharia Mecatrônica, reside em:
Fortaleza.
Camila,
28 anos, pós-doutoranda em Farmacologia e professora, reside em:
Fortaleza.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Por que vocês criaram esse grupo?
RAVIEL:
A ideia surgiu quando eu estava conversando com a Carol. Todo ano
combinamos um amigo secreto e achamos que tendo um grupo ficaria mais
fácil e também ficaríamos mais em contato. Isso foi em Maio de
2015.
ANA
CAROLINA: Um grupo seria um meio de nos mantermos em contato e de
dividir nossas experiências e histórias no dia a dia, mesmo estando
distantes.
EUGÊNIA
MARIA: Porque adoramos conversar e nossos encontros estavam ficando
cada vez mais demorados de acontecer.
CAMILA:
O objetivo do grupo é compartilhar nosso cotidiano, desafios,
alegrias, vitórias e assuntos de interesse comuns apesar da
distância.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Como foram escolhidos os participantes? Ainda é
possível entrar no grupo?
EUGÊNIA
MARIA: Não sei ao certo, talvez o que nos aproximou foi termos
estudado no CEFET (atual Instituto
Federal) do
Cedro (CE),
e um foi enganchando o outro como amigo… Tipo: um é irmão gêmeo
do outro, uma é casada com o outro, um é primo do outro… Talvez
ainda dê pra entrar no grupo.
RAFAEL:
Não fizemos seleção. Fomos nos conhecendo porque nossas famílias
já se conheciam, tivemos a sorte de ter muita afinidade. É possível
entrar sim, como condição: ter bom humor, tolerar os nossos rumos
de conversa e ser de Várzea Alegre (CE).
ANA
CAROLINA: Foram escolhidos por fazerem parte de um ciclo próximo de
amigos. Ainda é possível, caso alguém se aproxime do grupo e a
gente se sinta à vontade pra continuar falando sobre tudo mesmo com
a presença Dessa pessoa.
CAMILA:
Os participantes não foram escolhidos, os escolhidos é que se
tornaram participantes do grupo no momento em que Raviel o criou, ou
seja, não existiria grupo virtual se não tivesse a presença de
cada um que já compartilhava a noção de grupo na vida real.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Quais são as regras básicas de convivência?
Existem temas ou posts proibidos/indesejados?
RAVIEL:
Não criamos regras, sempre nos sentimos livres para conversarmos
sobre qualquer coisa, desde assuntos sérios como política,
economia, assuntos específicos da formação de cada um até coisas
bem aleatórias como signos (risos). Evitamos pornografia e isso foi
algo que ficou subentendido pois ninguém nunca compartilhou lá.
EUGÊNIA
MARIA: Respeito. Leveza. Bom senso. Bom humor (acho que bom humor vem
primeiro do que o bom senso hahahahaha). Não há temas proibidos,
apenas preservamos o respeito em qualquer assunto que seja falado no
grupo.
CLÉBER:
Responda quando for citado ou serás perseguido até a morte. Às
vezes na correria do dia a dia não dá pra responder quando algum
membro do grupo me cita em algum assunto pedindo a minha opinião.
Quando eu vejo tem várias mensagens pra mim.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Vocês combinam horários para se encontrar
virtualmente?
JOSÉ
UEBER: Não, sempre tem alguém online pra discutir sobre o que se
posta por incrível que pareça.
ANA
CAROLINA: Não. Alguém manda uma mensagem e o restante dos membros
vai
comentando de acordo com as suas possibilidades… Falamos pela
manhã, tarde, noite e até de madrugada! É muito difícil estarmos
todos conectados ao mesmo tempo… Isso só aconteceu uma vez e
durou cerca de um minuto.
CLÉBER:
Horário? Eu só sei que pela manhã quando eu acordo tem mais de 200
mensagens. Rsrsrs
RAFAEL:
Não combinamos horário!
Qualquer hora alguém pode começar algum assunto ao
qual os outros vão se somando
e participando.
Uma coisa é certa: o assunto inicial nunca é o mesmo quando
terminamos de conversar.
CAMILA:
Eu vou ter que me entregar agora, eu sou a menos assídua no grupo.
Gostaria de
ser mais presente, mas não consigo. Eles fazem bullying comigo: “lá
vem Camila para sua participação semanal”, mas apesar disso não
me sinto excluída, pelo contrário, sei que me amam e sentem minha
falta.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Como vocês fazem para sair dos encontros
virtuais para os reais?
JOSÉ
UEBER: Final do ano sempre tem amigo secreto. Mas, às vezes, nos
encontramos em outras oportunidades.
ANA
CAROLINA: Devido à distância e às diferentes atividades e
compromissos dos membros, é raríssimo que encontros presenciais
aconteçam… Tanto que isso só aconteceu uma
vez durante todo esse tempo, no tradicional "amigo secreto do
grupo"… Mas tentamos nos
encontrar sempre que possível, mesmo não estando todos presentes…
RAVIEL:
Quando estamos em Várzea alegre combinamos de sair juntos, raramente
nos vemos em Fortaleza e arrisco a dizer que quase certo nos vermos
somente no dia do amigo secreto em dezembro.
CAMILA:
Eu adoro nossos encontros, cada um tem um papel social no grupo e a
ausência de alguém
deixa um espaço vazio. Eugênia é a organizadora de eventos, muito
criativa e dinâmica; Rafael é eclético, animado e ajuda na limpeza
no final da festa; Raviel agita o grupo cantando e dançando e às
vezes polemiza nas suas opiniões, mas de um jeito não ofensivo, me
fez ser uma pessoa mais aberta; Ueber,
meu esposo, é muito participativo, animado, mas não gosta de jogos
do tipo
imagem e ação; Cléber
é irmão de Ueber,
último integrante a entrar, é aquele que fala e os outros escutam,
tem grande oratória para política, artes e cinema; Carol é a
psicóloga que todos do grupo aconselham e tem um papel fundamental
de ser a cola que mantém todos unidos. Já
eu, sou sempre a atrasada com um desvio padrão de duas horas, adoro
a bagunça e a disputa para quem fala mais e quando nos encontramos
não quero me separar deles nunca.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Permanecer em grupos de Whatsapp é bem
complicado, né? Às vezes são muitas mensagens, assuntos polêmicos,
discussões… Por que você ainda não saiu desse grupo?
RAVIEL:
Melhor grupo! Melhores pessoas, melhores opiniões, melhores
assuntos, tem ajuda da área médica, área psicológica e técnica.
JOSÉ
UEBER: Porque esse grupo sempre tem opiniões muito boas acerca de
qualquer assunto e, o mais importante, qualquer hora do dia ou da
noite, 7 dias por semana.
EUGÊNIA
MARIA: Esse grupo é o melhor de todos. Assuntos diversos, muita
risada, sem cobranças, sem coisas de baixo calão, enfim, nos
entendemos, nos respeitamos, nos gostamos.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Qual foi a discussão mais tensa no grupo?
Olha,
essa é tão polêmica que eu mesmo vou responder. Havia um casal no
grupo e houve um divórcio. Pronto, falei!
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Qual foi o dia em que você se sentiu mais
feliz em estar no grupo?
CLÉBER:
Hoje é um dia feliz, por exemplo! A gente tem Várzea Alegre em
comum. Somos todos de lá e todos amamos isso. Alguns do seu jeito
(Raviel que o diga rsrsrsrs), mas amamos. Acho que esse é um motivo
a mais pra gente ter tanta afinidade. É sempre bom estar nesse
grupo!
RAVIEL:
Não tem um dia especifico porém sempre que alguém do grupo
conquista algo eu fico superfeliz!
ANA
CAROLINA: Não lembro de um dia específico, mas nossos encontros
(tanto reais quanto os virtuais) sempre são cheios de alegria e
animação… Rio muito… Eu sinto que estou num grupo de amigos.
Posso falar sobre as séries que assisto (sem spoilers
– eu tento), mando cards sem graça,
falo das dificuldades no meu trabalho, peço conselhos amorosos,
desabafo. Eu amo esse grupo, definitivamente.
FAZENDO
UM PROJETO DAR CERTO: Soube que os meus posts já pautaram várias
discussões no grupo. Como é isso?
RAFAEL:
Euzinho gosto muito de jogar os
temas dos
teus posts no grupo. Às
vezes, contamos experiências
parecidas ou seguimos um debate saudável ou não, rsrs.
RAVIEL:
Sim!!! Rafael e eu costumamos ler o teu blog e sempre que tem algo
que achamos interessante pro grupo comentamos e aí
se desenrola uma conversa gigante.
EUGÊNIA
MARIA: Ah… Alguém faz o print e bora
conversar… Rende muito assunto: opiniões, sugestões, hashtags…
ANA
CAROLINA: Às vezes, alguém manda o link do blog
ou fala sobre alguma publicação e a gente acaba comentando… Por
isso quisemos virar tema de um post!
POST
SCRIPTUM
Apenas
gostaria de avisá-los que o blog está saindo de férias. Espero
acumular disposição, ideias e materiais para muitos posts novos.
Se
tudo correr bem, dia
13
de setembro volta
a pintar um post inédito por aqui.
Enquanto
isso, curtam alguns dos nossos 144 posts já publicados.
Valeu,
galera!
Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
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