quinta-feira, 24 de março de 2016

Bora ler, meu povo!



Agora como escritor publicado, eu tenho acesso às vendas dos meus livros. São pífias. Desencorajadoras. Mesmo assim, aqui e acolá, os livros aparecem nos mais vendidos. Como assim?






A escola de Isabela solicitou 3 livros paradidáticos. Toda sexta, a Tia Joana faz uma distribuição de livros e a Isabela chega em casa com uma historinha nova. A gente lê a historinha juntos e ela precisa fazer algum desenho relacionado. É muito divertido.


(Já estou até com uma ideia maluca de escrever um livro pra ela.)



[No vídeo, a Isabela, quase com 3 anos,
“lendo” a história da chapeuzinho vermelho] 


Eu li bastante na vida porque os meus pais me obrigavam. (Tá bom, eu gostava também.) O colégio também impunha um paradidático por trimestre e, no ano do vestibular, foram 10 livros de uma vez só.


Ler é a melhor forma de aprender a escrever”. Pai sempre falava isso. Aprender ortografia, sintaxe, coesão, vocabulário... (E um viva saudoso também à minha madrinha Dadá Piau, Professora com P maiúsculo).






Ler uma história te obriga a imaginar cenários e personagens. Essa viagem desenvolve bastante a sua criatividade.






Hoje em dia, com todos os recursos audiovisuais: HD, 3D, qualquer-coisa-D e o escambau, dá uma preguiça danada de ler. Bora ler, meu povo!


É comum você emprestar um livro a uma pessoa na maior boa vontade e nunca mais ver a cor. É comum também você abandonar a leitura por falta de tempo ou de foco.


Tente definir metas, como: ler um livro a cada três meses (como no colégio) ou ler um capítulo por semana. (Leia mais no conteúdo relacionado no final do post).


Também existe uma concorrência injusta com as redes sociais – que facilmente consomem todo o nosso tempo livre e não livre. É importante ler mais do que 3 linhas ou 140 caracteres, pois isso vai desenvolver conexões diferentes no seu cérebro.






É importante ler História, Ética, Filosofia... Ajuda a formar bons cidadãos. Noções básicas de Política e Economia também são importantes. Sem contar as histórias já citadas.


Também faço um apelo para deixarmos de preconceito com os ebooks. Afinal, eles nos permitem acesso a títulos do mundo inteiro por preços acessíveis. Além de algumas comodidades como “levar” vários livros para qualquer lugar, consulta rápida a um dicionário e poder ler com as luzes do quarto apagadas. Quem lê um blog ou uma rede social, também consegue ler um ebook.


Pra terminar, informo que estou trabalhando em um novo livro. É um romance para maiores de 18 anos em que um senhor descobre um remédio natural para impotência sexual e isso transforma uma cidade do sertão nordestino.



Conteúdo Relacionado:


Falows!

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Nessa semana, ultrapassamos as 100 curtidas no Facebook. Obrigado a todos que estão acompanhando o blog.

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sexta-feira, 11 de março de 2016

Meu vizinho quer iniciar como gerente






Em 2007 eu precisei me afastar do projeto por conta de uma licença para o meu casamento. Quando eu voltei, o gerente precisava de um profissional para estudar uma demanda nova e adivinha quem foi o escolhido? Adivinha quem foi dispensado da equipe por estar afastado há 2 semanas e descontextualizado do projeto? Adivinha quem estava mais facilmente descartável? Adivinha qual cabeça estava dando sopa?


Pois eu peguei a danada da demanda para estudá-la. Depois de algumas viagens e algumas semanas de estudo, aquela demanda tomou grandes proporções e acabou virando um projeto. E foi assim, acidentalmente, que eu me tornei gestor de projeto aos 21 anos. Agora eu tinha escopo a entregar, prazo a cumprir, equipe a gerenciar e uma boa gratificação no meu salário.


Mas como gerenciar pessoas que tinham o dobro da minha idade?






Nos meus primeiros anos como gerente, eu ainda era muito técnico. Ou seja, eu executava mais atividades técnicas do que gerenciais no projeto. Por exemplo, eu adorava programar e odiava elaborar cronogramas.


Eu e outros colegas vivíamos situações parecidas: estávamos iniciando no mundo da gestão. Na marra!


Aos poucos, fomos fazendo alguns cursos específicos de gestão, como feedbacks e negociação. Também procuramos um MBA completo em gerenciamento de projetos. E aprendemos muito na prática, gerindo projetos de verdade. Tanto que alguns anos depois eu escrevia um livro sobre gerenciamento de projetos.


O meu vizinho está no 5º semestre da faculdade de Computação. Ele alega que não gosta de programar (boa sorte). Então, quer começar como gerente.


Eu não recomendo (nem mesmo se você está montando a sua própria empresa). Ser gerente é totalmente diferente de ser técnico. São atribuições e responsabilidades completamente distintas. Todos os dias do projeto, um gerente precisa minimamente:
  • Coordenar uma equipe de pessoas
  • Negociar os interesses do projeto com diversos interessados
  • Ouvir e dar feedback à equipe e aos demais envolvidos
  • Advogar em defesa do projeto e da equipe
  • Gerenciar pessoas


Somente cursos teóricos também não são suficientes. É muito importante ter uma base teórica sólida, mas gestão se aprende praticando. O ideal é estagiar. Assistir e acompanhar por algum tempo gerentes experientes. Você vai vê-los extrapolando os limites e tendo alguns comportamentos anormais, talvez por conta da pressão que estão recebendo.


É a chance para você avaliar friamente se agiria daquela forma.





Eu defendo que todos sejam gerentes pelo menos por um dia. Isso vai melhorar a empatia da equipe. É a hora de conhecer as pressões que o seu gerente sofre e as limitações que ele tem para gerenciar o projeto. Com certeza, você vai ser um profissional melhor depois desse dia.


Também defendo que gerentes trabalhem como técnicos de vez em quando. Depois de 8 anos como gerente, voltei a exercer atividades técnicas. Fora a minha defasagem técnica – que está me dando uma canseira, tenho percebido algumas coisas interessantes: a equipe tem o ritmo e as dificuldades dela; algumas atitudes que eu tinha não eram muito bem-vindas e também entendo melhor porque alguns dos meus esforços de comunicação eram inúteis.


Bora dar uma lida no livro?


No livro Fazendo um projeto dar certo, há um capítulo inteiro sobre gestão no qual discutimos em vários tópicos os problemas causados por uma gestão ineficiente no projeto. São eles:
  • 20. O gestor está executando muitas atividades técnicas do projeto.
  • 21. O gestor descuida da parte administrativa do projeto.
  • 22. O gestor só cuida da parte administrativa do projeto.
  • 23. O gestor não distribui as tarefas para a equipe.
  • 24. O gestor não confia na sua equipe.
  • 25. O gestor não conhece as tecnologias utilizadas no projeto.
  • 26. A gestão das pessoas no projeto é muito ruim.
  • 28. Não há gestão no projeto.

Estamos aqui. E aí...


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sábado, 5 de março de 2016

Gerência de projetos (com PMBoK) na escalada ao topo do mundo






O que leva uma pessoa a querer escalar a maior montanha de gelo do mundo? Dominar o medo? Enfrentar a solidão? A superação física? O domínio espiritual? Ser o cara mais foda do mundo? Puxar as barbas de Deus? Fugir do calor do Ceará?


É difícil responder sem ser alpinista.


Nesse post, vamos falar um pouco das disciplinas do gerenciamento de projetos propostas pelo PMBoK (Project Management Body of Knowledge) considerando o projeto pessoal de escalar o topo do mundo.



Gerenciamento do escopo
Todo projeto começa pelo escopo. Este é a definição em si do que é o projeto. Como pretendemos estar após a conclusão do projeto? Vamos supor que nós já somos alpinistas bem treinados e estamos aptos a encarar o Everest. Então o escopo do nosso projeto é subir e descer o Monte Everest, saindo do Brasil. O gerenciamento do escopo visa garantir que executemos todo (e somente) o escopo previsto. Não é escalar pela metade, nem outra montanha. É ir até o topo do mundo!







Gerenciamento do tempo
Agora vamos falar de datas. Quando tudo começa e termina. Essa disciplina visa garantir um cronograma eficaz para a realização do projeto. No nosso caso, temos que pensar exatamente nos tempos certos para subir a montanha. Qual a melhor época? Quais as paradas intermediárias? Metas parciais de subida? Quando estaremos em hotéis? Em abrigos? Até mesmo as passagens de avião para o deslocamento intercontinental.


Gerenciamento do custo
Sem grana, você não sai nem do Brasil. Grana para passagens, hospedagens, alimentação, contratação de guias e estruturas de apoio… Considere também ter moeda local e em espécie. O gerenciamento do custo visa desenhar um orçamento para o projeto e realizar esse orçamento de maneira controlada.


Gerenciamento da qualidade
Já pensou em não ter a sua foto chegando ao topo do mundo? E se os rádios de comunicação são ruins e te deixam incomunicável durante a escalada? O gerenciamento da qualidade visa garantir que todos os requisitos do projeto sejam cumpridos satisfatoriamente.


Gerenciamento dos recursos humanos
E se o carinha não sabe escalar? E se ele não sabe falar nepalês nem tibetano? O gerenciamento de recursos humanos visa à montagem (e o desenvolvimento) de uma equipe multidisciplinar competente para a conclusão do escopo (objetivos) do projeto. No nosso caso, até são incluídas na equipe as “mulas” – homens que carregam grandes quantidades de equipamentos.






Gerenciamento das comunicações
Câmbio! SOS!
Nessa hora todo mundo tem que saber falar o “mesmo” idioma e ter os equipamentos necessários à comunicação. Tirando a hora que você estará sozinho lá em cima pertinho de Deus, a comunicação é muito importante em qualquer projeto. O gerenciamento das comunicações se preocupa com a adequada distribuição de informações entre os integrantes do projeto.


Gerenciamento dos riscos
Os maiores riscos desse projeto são morrer de uma queda, morrer de frio ou morrer em uma avalanche (ou encontrar o abominável homem das neves). Então é isso, gerenciar risco é cuidar de ficar vivo, de manter o projeto vivo e no caminho do sucesso. O gerenciamento dos riscos visa identificar todas as incertezas que podem acometer o sucesso do projeto. Para cada incerteza, uma estratégia pode ser adotada, inclusive gerando dispêndios financeiros para o projeto. Por exemplo: comprar um equipamento redundante de comunicação para diminuir as chances de ficar incomunicável.


Gerenciamento de aquisições
O gerenciamento de aquisições diz respeito a toda e qualquer contratação ou compra a ser realizada para o sucesso do projeto. No nosso projeto, temos que comprar desde passagens de avião a equipamentos de escalada e roupas de frio. Também precisamos contratar uma boa equipe com guias, mulas e outros mais para nos ajudar na subida.


Gerenciamento das partes interessadas
Pode ter certeza de que sua mãe, sua filha e sua esposa estarão aflitas no Brasil, totalmente interessadas no sucesso (ou no cancelamento prévio) desse projeto. O gerenciamento das partes interessadas visa identificar quem tem interesse no projeto e administrar as suas expectativas, através da distribuição adequada de informações e da incorporação dos seus interesses aos interesses do projeto.






Gerenciamento da integração
O gerenciamento da integração objetiva coordenar todas as demais disciplinas e garantir que o projeto chegue lá. Aqui, preparamos documentos importantes como os termos de abertura (o que faremos) e de encerramento (já era). Também coordenamos as mudanças que ocorrem durante o projeto.






Leia mais sobre escalar o topo do mundo:


Post Scriptum
Esse post foi sugerido pelo meu Tio Ricardo Batista. Aproveitando, desejo para ele um feliz aniversário com muitas vibrações!

Se quiser sugerir um tema, é só ligar para 0800… Brincadeira. É só mandar! ;)


A poesia prossegue
E segue junto o dilema
Ainda persiste a dúvida
Na escolha do tema
Favor alguém sugira
E acabe com o problema.
(Trecho de A Poesia do Nada, do Livro Miragens)


É nóis!


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