Palavras
apenas
Palavras
pequenas
Palavras,
momento
Palavras,
palavras
Palavras,
palavras
Palavras
ao vento
E
aí, você já commutou hoje?
Esse
post é bancado pelo nosso patrocinador Escola de Redação Nós
Tá Mil: se você não tirar 1000 na redação do Enem, nós
devolvemos o seu dinheiro.
Com
um grande incentivo da empresa onde trabalha, esse blogueiro resolveu
voltar a estudar Inglês. É mais uma tentativa de dominar esse
idioma...
Essa
semana eu deparei com a palavra commute
(que abriu e deu o mote todo para o post). Como
bom aluno de idiomas, corri ao tradutor:
Commute
= deslocar-se diariamente para o trabalho
Daí
eu pensei logo: como
esses ingleses gostam de trabalhar! Eles têm uma
palavra
só para dizer que vão todo
dia
ao trabalho!
Na
minha evolução linguística, também tenho utilizado o próprio
dicionário do curso. Em
Inglês!
Colher as definições também em Inglês implica em avanço no
domínio do idioma. E acho bem curioso a forma como eles definem
algumas palavras. Vejamos um exemplo:
blue
(adjective) = the color of the sky during the day
azul
(adjetivo) = a cor do céu durante o dia
Enquanto
isso, Isabela aprende
Português
–
Papai,
por que isso aqui se chama escova?
(Pensa,
pensa, pense, penso… O que você responderia?)
– Não
sei, filha. Alguém achou que isso tinha “cara” de escova e deu
esse nome.
Outro
diálogo…
– O
que você está fazendo, filha?
– Você
não está vendo, papai? Eu estou facando!
Nessa
hora, ela utilizava uma faquinha “de plástico” para cortar as
massinhas de modelar.
Aos
4 anos, ela não conhece bem todo o Português, nem todas as
palavras, mas já mostra bastante
domínio sobre algumas regras
matemáticas que definem o idioma:
-
um “R” após um substantivo, pode nos dar um verbo;
-
e “NDO” após esse substantivo, pode nos dar um gerúndio, que indica um ato contínuo;
Temendo a democracia linguística vigente e precisando impor a colonização portuguesa, o Marquês de Pombal, em 1757, instituiu a Lei do Diretório, obrigando o uso do Português no território hoje compreendido por Maranhão e Pará. Dois anos depois, um alvará ampliou a exigência para todo o território nacional.
E
também está lá na nossa maltratada Constituição Federal de 88,
Capítulo III:
“Art.
13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa
do Brasil.”
"Tudo
junto” é separado e “separado” é tudo junto!
Estrangeirismos
e termos técnicos
Quem
nunca utilizou a palavra deletar?
É
isso aí. Uma palavra nova que veio lá do Inglês, mais
precisamente da Informática: delete
é
o comando que utilizamos para apagar informações de um banco de
dados.
Aportuguesada,
ganhou um “AR”, para virar um verbo. (Olha que Isabela sabe o que
está fazendo…)
Money
que é good nóis num have (HEAVY!), se nóis hevasse
Nóis
num tava aqui playando, mas nóis precisa de worká
Money
(MONEY!) que é good nóis num have (HEAVY!), se nóis hevasse
Nóis
num tava aqui workando, o nosso work é playá
As
linguagens
de programação são minha praia (por
formação)…
São
as diferentes “línguas” que nós, programadores, utilizamos para
instruir os computadores a fazerem o que desejamos.
Num
processo que muitos chamam de aculturação, o Português é mais
“aberto” a incorporações de palavras do
que
o Espanhol, assim como os brasileiros gostam mais de termos
estrangeiros do que os portugueses e
demais latinos.
É
só pensarmos que os
portugueses chamam o mouse do computador de rato (em
Espanhol, ratón)
e
os smartphones de telemóveis (em
Espanhol, móvil).
Deve
ser por isso que os meus colegas da Informática fazem tanta questão
de diferenciar
o Português de Portugal (PT-PT) do Português do Brasil (PT-BR).
Nesse
momento, eu lembrei de um filme
no qual o Adam Sandler namora uma lourinha (Drew
Barrymore)
que tem uma doença que a faz esquecer de tudo quando dorme: 50
First
Dates (50
primeiros encontros, na minha tradução). A
adaptação para o Brasil nos trouxe o título Como
se fosse a primeira vez.
Em Portugal, preferiram Minha
namorada tem amnésia.
Nessa
toada, ainda podemos falar do Portunhol. O “idioma” que muitos
brasileiros e
os
demais latinos falam quando estão interagindo entre
si. Lembro até dos e-mais misturados que o Alexandre mandava pra mim depois de morar seis meses na Argentina. Também
escuto muito de alguns colegas que há lugares nos Estados Unidos
onde convivem tantos brasileiros que o idioma “oficial” chega a
ser o Português.
Ainda
sobre traduções e termos técnicos, já estive em um congresso
internacional com tradução simultânea. Eu
achei ESPETACULAR o trabalho dos tradutores.
Porque, rapidamente, eles precisam ouvir em um idioma, decodificar a
mensagem e retransmiti-la (falando) em outro idioma. O tempo todo, de
forma contínua e, principalmente, sem traduzir os termos técnicos
para não destruir o entendimento da mensagem.
Ao
final do evento, fui lá prosear com eles e
questionei sobre os termos técnicos. Eles responderam que estudavam
esses termos antes do congresso exatamente para saber o que não
traduzir. Fantástico!
Há
alguns anos, o Banco do Brasil criou um sistema de senhas muito
inteligente. O sistema gerava senhas automáticas combinando três
sílabas entre as dezenas de sílabas possíveis no sistema. Isso
acabava transformando a senha em uma “palavra”, muito fácil de
memorizar. Genial!
(Esse
ano, alguém achou que estava muito fácil e gerou “sílabas” com
números, w, h, x e y. As novas “palavras” são simplesmente
impossíveis de se memorizar – e
quem
fala isso é uma pessoa de 31 anos e da Informática. Daí,
você precisa anotar a senha em algum lugar e a segurança vai pro
espaço.)
Lembrando
sempre que, pela norma culta, em um texto em Português, qualquer
expressão que não esteja nesse idioma deve aparecer em itálico.
Decassílabo
só tem 5 sílabas!
Várias
palavras = um
significado
Em
um post recente…
…vimos
que a indústria esconde o açúcar em “mil” nomes para nos
ludibriar. Relembrando:
AÇÚCAR,
também conhecido como: Açúcar, Sacarose, Frutose, Lactose,
Glicose, Glucose, Dextrose, Maltodextrina, Açúcar mascavo, Açúcar
demerara, Açúcar orgânico, Açúcar invertido, Açúcar magro,
Açúcar moreno, Açúcar light, Açúcar de confeiteiro, Mel, Agave
e Xarope de milho.
Globalizando
a definição, temos as imagens abaixo:
Uma
palavra = vários
significados
Também
houve um post onde brincamos com as várias definições da palavra
projeto:
E
os emojis?
Os
emojis
são as
figuras utilizadas nos programas de trocas de mensagem de texto,
popularizadas através de ferramentas como o Whatsapp. Eles
foram criados
com o intuito de adicionar emoções e
sentimentos
às mensagens textuais (frias).
Eles vieram parar aqui no post porque o Dicionário Oxford elegeu um
emoji como
a “palavra do ano” de 2015. O vencedor
foi a
imagem que
representa
um “rosto
com lágrimas de alegria”.
Adicionando
utilidade ao post
A
minha irmã Eugênia está estudando para concursos e compartilhou
com a gente alguns esquemas de estudo (mapas mentais) sobre
modalidades esportivas. Daí
eu tive a ideia de convidar o meu pai, Professor de Português
Vicente
Paula Pereira,
para dar uma incrementada no post. Sempre
com a ajuda do Mestre Azeredo, vamos
dicionarizar
algumas palavras sobre palavras.
Alô
minha galera que está se preparando para o ENEM e para concursos:
Signo:
estrutura linguística composta de um significante, formado por
letras e fonemas, sendo a parte material do signo, e um significado,
que representa uma imagem, ideia ou conceito, sendo a parte imaterial
do signo.
Vocábulo:
são unidades átonas da língua que se agregam a outras
palavras. Preposições. Conjunções. Artigos. Pronomes oblíquos.
Palavra:
as palavras são os signos linguísticos por excelência, representam
ideias e conceitos. Gramaticalmente, “são unidades mínimas”
dotadas de significado(s).
Sinônimo:
são palavras que apresentam sentidos semelhantes, parecidos,
aproximados. Ex.: casa – moradia – lar. Casa = sentido geral da
palavra – a casa de Pedro (o imóvel que pertence a Pedro) ou a
Casa Freitas (o estabelecimento comercial); moradia = a casa de
Joãozinho e seu amigo José (o lugar onde moram pessoas); Lar = a
casa da família Pereira (o abrigo de uma família).
Antônimo:
é o sentido oposto, contrário ou incompatível com outra palavra.
Alegre/Triste – Frio/Quente.
Homônimo:
são palavras que possuem a mesma pronúncia, às vezes a mesma
grafia, mas sentidos diferentes. Sede (substantivo: vontade de beber
água) – Sede (matriz de uma entidade ou associação). Cedo o meu
lugar (verbo: ceder) – Chego cedo (advérbio).
Parônimo:
palavras que se diferenciam ligeiramente na pronúncia e na grafia.
Descriminar / discriminar. Dispensa / Despensa.
Sufixação:
processo de formação de novas palavras com adição de um sufixo
após o radical da palavra original. Exemplo: fácil + “idade” =
facilidade.
Prefixação:
processo de formação de novas palavras com adição de um prefixo
antes do radical da palavra original, podendo inclusive alterar o
sentido original. Exemplo: “in” + justo = injusto.
Palíndromo:
palavra ou frase que pode ser lida em qualquer um dos sentidos, sem
prejuízo ao entendimento: arara; socorram-me, subi no ônibus em
Marrocos!
Eufemismo:
é a linguagem da gentileza. Consiste em usar
termos ou expressões mais suaves, agradáveis. “Passou desta para
a melhor” (em vez de “morreeeeeeuuu...”).
Coletivo:
a palavra que, mesmo no singular, representa um grupo de coisas ou
objetos. Que tal o famoso cacho? De bananas, de cabelos… (O
coletivo de pessoas é ônibus. :P Brincadeirinha...)
Abreviação:
o processo de abreviação é muito comum dentro de uma língua.
Consiste no “encurtamento” de um termo sem perda do seu
significado original. Ex.: CINE (de cinema), MOTO (de motocicleta),
FOTO (de fotografia) e o caçulinha do momento: REFRI (de
refrigerante), dentre outros. Na época da sociedade da informação,
em que tudo é mediatizado pelo “chipe”, é natural que as
pessoas façam opção pelo mais simples.
Palavrão:
geralmente de conotação sexual ou que faz depreciação de
determinadas características de um ser. Costuma-se usar o nome de
animais para destacar o lado negativo de alguém.
Xingamento:
diferente do palavrão, a meu ver o xingamento serve para descarregar
a raiva que sentimos de alguém ou para depreciar os mais fracos ou
perdedores.
Nome:
o nome significa o “nascimento” de um ser. Máxima: todos os
seres devem ser nominados. Por exemplo, todas as novas espécies
botânicas ou animais descobertas são “batizadas” com um nome em
latim. É, por excelência, a certidão de nascimento dos seres. “Eu
te batizo... em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Apelido
ou alcunha: Pode ser a forma graciosa de se referir
a alguém querido: minha “Gatinha Manhosa”. Como também pode ser
uma forma depreciativa de se referir a alguém, principalmente com o
objetivo de tirar do sério os famosos “pegadores de ar”.
(Lembrou das pegadinhas do Mução?)
Gíria:
as gírias constituem-se no modo especial de comunicação de
diferentes grupos sociais. Seria o modo especial de falar de
determinados “guetos”. Por isso às vezes fica difícil
entendê-las fora dos grupos que as usam. Nessa definição,
constituem uma “língua” própria do grupo.
Regionalismo:
o regionalismo são os falares de uma determinada região. E aí vai
um “oxente”, do cearensês, um “uai”, do mineirês, o “tchê”,
do gauchês... É a pujança da língua, que é um organismo vivo,
portanto, dinâmico, dentro da teoria linguística.
(O
meu brother carioca Eduardo fica espantando com a quantidade
de vezes que nós, cearenses, falamos “macho” durante um diálogo.
Para nós, “macho” é um pronome de tratamento. Quando dizemos
“calma aí, macho” equivale a dizer
“fique calmo, Senhor”.)
Termo
Técnico:
termos e expressões utilizadas pelas ciências. São, portanto,
específicos do mundo corporativo, da pesquisa e da ciência.
Jargão:
é aquele termo ou expressão de um grupo técnico, científico,
político, fechado. O economês e o politiquês são dois tipos de
linguagem que usam e abusam do jargão.
Estrangeirismo:
sãos as palavras e expressões de outras línguas que convivem com o
vernáculo.
Vernáculo:
linguagem pura, sem estrangeirismos.
Brincando
com as palavras
Pra
fechar o post em grande estilo, trazemos a letra Nada
= nada,
direto
do
nosso
livro
Miragens.
É sobre signos e significados. Mais
precisamente,
sobre o zero que significa o nada.
Nada
= nada
O
que você faria se eu te pedisse pra representar o abstrato?
Como
alguém consegue representar o nada?
Se
tudo representa algo, como algo pode representar o nada?
Se
abstraia e imagine que o nada virou algo.
Zé!,
rode o mundo pra me encontrar
Zé!,
rode o mundo pra me dizer.
Zé!,
rode o mundo pra me mostrar
O
signo insignificante que significa a falta de significado.
Quando
for dormir sonhe com o infinito
Perca
o controle de tudo e reinvente o nada
Como
você faria pra representar esse vazio?
Que
símbolo expressaria algo tão incomensurável?
Eu
sempre tento explicar pra Isabela que eu preciso commutar cinco dias
na semana. E, assim, fechamos esse post sobre as palavras, com 2 mil
palavras.
Saudações.
Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
Conheça a minha obra completa em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário