Estou
fazendo
uma
dieta restritiva,
com muita fome e resolvi falar de comida para ver se ameniza...
Esse
post é bancado pelos nossos patrocinadores Espetim do Zé, Cocada
Datia e Tipombar.
A
economia empurrou muita gente para as grandes cidades em busca das
“melhores” oportunidades. No
entanto, para aproveitá-las, é preciso passar mais tempo no
trabalho ou
nos estudos
e muito mais tempo no trânsito. Então,
sobra menos tempo para cozinhar. Por outro lado, temos mais dinheiro
para comprar comida “cozinhada” por alguém. Assim,
vivemos
a ilusão de
que,
trabalhando em vez de cozinhar, o nosso tempo é “melhor”
aproveitado.
E
lá
se vai o prazer de cozinhar, de escolher o cardápio, comprar os
ingredientes, fazer as provas intermediárias... E
vai junto o hábito cultural de cozinhar para os amigos.
Segundo
a Superinteressante, uma
pesquisa feita nos EUA mostra que, de 1960 pra cá, as
pessoas reduziram pela metade o tempo que passam cozinhando.
Ocorre
que essa mesma economia vem em crise braba ladeira abaixo desde 2008.
No
Brasil, chegou com tudo nos últimos 2 anos. E,
infelizmente,
nada indica que vai melhorar...
O
desemprego
já bate de volta na casa dos 12% e
é preciso encontrar fontes alternativas
ou complementares
de renda para
a família, também conhecido de forma machista como “ajudar o
marido”.
Eu
vejo cada vez mais gente vendendo comida.
São
doces, guloseimas, salgados, refeições, saladas, comida
para aniversários, comidas
típicas (regionais), modismos (modinhas/dieta da moda), picolés,
gourmet
(que é a comida com um detalhezinho a mais e muito mais cara),
espetinhos (vulgo churrasquinho “de gato”)...
Geralmente,
a coisa acontece na informalidade e isso é ruim para o país. Mas
é questão de sobrevivência, meu (minha)
chapa. Se as lideranças nacionais, através de suas falas e
atitudes, mostram que não estão nem aí para o futuro do Brasil,
como cobrar isso do cara que vende espetinho na calçada?
Falando
em comprar comida, eu me
lembro das
praças de alimentação dos shopping centers. São
todas padronizadas por conta de uma dúzia de franquias.
Então, não faz diferença se você está em Fortaleza, Brasília,
Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador ou Natal, são sempre as mesmas
lanchonetes servindo aquela comida sem gosto. E cara!
Socoooooooooorro!
Lembro
também daquele amigo que vai ao exterior e, em vez de fazer a viagem
completa, comendo a comida do local, sobrevive se alimentando de
McDonald’s.
Lembro
ainda das minhas viagens a Pipa e Canoa Quebrada, onde havia duas
avenidas “gastronômicas”, a Baía dos Golfinhos e a Broadway,
com
comidas de todos os tipos e preços, do popular ao gourmet.
Quando
falamos em vender comida na calçada, trata-se apenas de uma metáfora
para o título do post. Também é possível vender comida no prédio,
na escola, na faculdade, na
praça, na
esquina, no sinal de trânsito, na bicicleta, no carrinho, na
rua...
Lá
em Várzea Alegre, Amadeu é figura conhecida de todos. Há
alguns anos, ele anda todos os dias, vários quilômetros, a pé,
batendo com um pau na caixa de isopor e anunciando:
“ó
o pão de queijo!”.
Outra
modalidade de comércio de comida que está surgindo é o ponto de
venda sem espaço para consumação: você leva a sua comida para
comer em algum lugar ou liga para receber a comida em casa
(tele-entrega).
Também
podemos citar os restaurantes que só servem um tipo de prato. E o
famoso restaurante de massas onde você escolhe os ingredientes e,
supostamente, há milhões de pratos possíveis:
Portanto,
food park é o coletivo de food truck. Um estacionamento com várias
kombis vendendo comidas gourmet (caras).
Venda
de comida em kombi sempre houve. É só você se lembrar das saídas
das festas/forrós/baladas: a quantidade de kombis espalhadas
vendendo aquele sanduba, também conhecido como “cai-duro”, para
dar uma quebrada na larica. Aquela
dose de glicose essencial para diminuir a ressaca vindoura.
Padaria
também mudou de nome. Também se internacionalizou. Também virou
gourmet. Padaria agora é delicatessen. Traduzindo:
é um local que vende quase todo tipo de comida. E cara!
A
praia
então é um local de muitas opções alimentícias. Não bastasse o
extenso cardápio oficial dos restaurantes, há ainda dezenas de
ambulantes com as comidas mais variadas à venda: lagosta,
ostra, camarão (mesmo que o vendedor venha com a camisa do São
Paulo), amendoim, castanha, queijo coalho assado (pro meu pai), piaba
frita (pra minha sogra), caranguejo
(para a minha mãe), caldo de peixe (para o meu cunhado George),
brigadeiro, picolé, sorvete...
Mais
do que nunca, a ANVISA alerta que é necessário cuidar da
procedência desses alimentos. E esse é um dos maiores desafios de
se vender comida:
Alguns
desafios de se vender comida
-
montar um cardápio com as comidas que serão oferecidas
-
encontrar ingredientes com preços bons e qualidade
-
preparar as comidas
-
produção na medida certa (nem faltar, nem sobrar)
-
conservar os insumos e as comidas prontas
-
como servir?
-
onde servir (ponto). Vai na calçada mesmo?
-
definir um preço adequado
-
encontrar uma freguesia que coma e que pague
-
descarte de sobras e de embalagens
Fato
é que há
cada
vez mais conhecidos
anunciando comida no Facebook e cada vez mais pontos de venda de
comida nas ruas das cidades.
Embora
um amigo dono de bar diga que bebida é quem realmente “dá
dinheiro”.
Essa
prosa toda me deu fome e eu vou ali comer. Mas só se tiver na hora
indicada pela nutricionista. :P
Saúde!
Ei, psiu, se liga…
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