quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Projeto de vender comida na calçada






Estou fazendo uma dieta restritiva, com muita fome e resolvi falar de comida para ver se ameniza...


Esse post é bancado pelos nossos patrocinadores Espetim do Zé, Cocada Datia e Tipombar.


A economia empurrou muita gente para as grandes cidades em busca das “melhores” oportunidades. No entanto, para aproveitá-las, é preciso passar mais tempo no trabalho ou nos estudos e muito mais tempo no trânsito. Então, sobra menos tempo para cozinhar. Por outro lado, temos mais dinheiro para comprar comida “cozinhada” por alguém. Assim, vivemos a ilusão de que, trabalhando em vez de cozinhar, o nosso tempo é “melhor” aproveitado.


E lá se vai o prazer de cozinhar, de escolher o cardápio, comprar os ingredientes, fazer as provas intermediárias... E vai junto o hábito cultural de cozinhar para os amigos.





Segundo a Superinteressante, uma pesquisa feita nos EUA mostra que, de 1960 pra cá, as pessoas reduziram pela metade o tempo que passam cozinhando.


Ocorre que essa mesma economia vem em crise braba ladeira abaixo desde 2008. No Brasil, chegou com tudo nos últimos 2 anos. E, infelizmente, nada indica que vai melhorar...


O desemprego já bate de volta na casa dos 12% e é preciso encontrar fontes alternativas ou complementares de renda para a família, também conhecido de forma machista como “ajudar o marido”.


Eu vejo cada vez mais gente vendendo comida.


São doces, guloseimas, salgados, refeições, saladas, comida para aniversários, comidas típicas (regionais), modismos (modinhas/dieta da moda), picolés, gourmet (que é a comida com um detalhezinho a mais e muito mais cara), espetinhos (vulgo churrasquinho “de gato”)...






Geralmente, a coisa acontece na informalidade e isso é ruim para o país. Mas é questão de sobrevivência, meu (minha) chapa. Se as lideranças nacionais, através de suas falas e atitudes, mostram que não estão nem aí para o futuro do Brasil, como cobrar isso do cara que vende espetinho na calçada?


Falando em comprar comida, eu me lembro das praças de alimentação dos shopping centers. São todas padronizadas por conta de uma dúzia de franquias. Então, não faz diferença se você está em Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador ou Natal, são sempre as mesmas lanchonetes servindo aquela comida sem gosto. E cara! Socoooooooooorro!






Lembro também daquele amigo que vai ao exterior e, em vez de fazer a viagem completa, comendo a comida do local, sobrevive se alimentando de McDonald’s.


Lembro ainda das minhas viagens a Pipa e Canoa Quebrada, onde havia duas avenidas “gastronômicas”, a Baía dos Golfinhos e a Broadway, com comidas de todos os tipos e preços, do popular ao gourmet.


Quando falamos em vender comida na calçada, trata-se apenas de uma metáfora para o título do post. Também é possível vender comida no prédio, na escola, na faculdade, na praça, na esquina, no sinal de trânsito, na bicicleta, no carrinho, na rua...


Lá em Várzea Alegre, Amadeu é figura conhecida de todos. Há alguns anos, ele anda todos os dias, vários quilômetros, a pé, batendo com um pau na caixa de isopor e anunciando: “ó o pão de queijo!”.


Outra modalidade de comércio de comida que está surgindo é o ponto de venda sem espaço para consumação: você leva a sua comida para comer em algum lugar ou liga para receber a comida em casa (tele-entrega).


Também podemos citar os restaurantes que só servem um tipo de prato. E o famoso restaurante de massas onde você escolhe os ingredientes e, supostamente, há milhões de pratos possíveis:







E os food trucks? Nada mais do que vender comida na kombi. Só que com esse nome em inglês, fica mais fácil dar uma turbinada nos preços, compreende?


Portanto, food park é o coletivo de food truck. Um estacionamento com várias kombis vendendo comidas gourmet (caras).






Venda de comida em kombi sempre houve. É só você se lembrar das saídas das festas/forrós/baladas: a quantidade de kombis espalhadas vendendo aquele sanduba, também conhecido como “cai-duro”, para dar uma quebrada na larica. Aquela dose de glicose essencial para diminuir a ressaca vindoura.


Padaria também mudou de nome. Também se internacionalizou. Também virou gourmet. Padaria agora é delicatessen. Traduzindo: é um local que vende quase todo tipo de comida. E cara!


A praia então é um local de muitas opções alimentícias. Não bastasse o extenso cardápio oficial dos restaurantes, há ainda dezenas de ambulantes com as comidas mais variadas à venda: lagosta, ostra, camarão (mesmo que o vendedor venha com a camisa do São Paulo), amendoim, castanha, queijo coalho assado (pro meu pai), piaba frita (pra minha sogra), caranguejo (para a minha mãe), caldo de peixe (para o meu cunhado George), brigadeiro, picolé, sorvete...






Mais do que nunca, a ANVISA alerta que é necessário cuidar da procedência desses alimentos. E esse é um dos maiores desafios de se vender comida:






Alguns desafios de se vender comida
  • montar um cardápio com as comidas que serão oferecidas
  • encontrar ingredientes com preços bons e qualidade
  • preparar as comidas
  • produção na medida certa (nem faltar, nem sobrar)
  • conservar os insumos e as comidas prontas
  • como servir?
  • onde servir (ponto). Vai na calçada mesmo?
  • definir um preço adequado
  • encontrar uma freguesia que coma e que pague
  • descarte de sobras e de embalagens


Fato é que cada vez mais conhecidos anunciando comida no Facebook e cada vez mais pontos de venda de comida nas ruas das cidades.


Embora um amigo dono de bar diga que bebida é quem realmente “dá dinheiro”.






Essa prosa toda me deu fome e eu vou ali comer. Mas só se tiver na hora indicada pela nutricionista. :P


Saúde!



Ei, psiu, se liga…
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