Você
está num avião, é noite, tem um carinha ao
lado escrevendo com caneta e caderno. O que você faz?
Esse
post é bancado pelos nossos patrocinadores Mudanças MudaJá,
Vagalume Linhas Aéreas e Clínica de Psicologia Tá Doido, é?.
Eram
23 horas e eu voltava do Rio para Fortaleza num voo da Avianca.
Missão
cumprida no Rio, hora de voltar para casa.
A
mocinha
ao lado estranhou e assuntou comigo:
-
O que você está fazendo?
-
Opa… Eu estou
escrevendo. Eu sou escritor. Blogueiro. Poeta. E também eu morro de
medo de voar.
– Que
“legal”.
Não
sei se ela também estava com medo, mas não me deixou mais escrever
muita coisa. Resumindo:
ela é do Rio. Está morando em Fortaleza por conta do trabalho do
pai. Voltava das férias no Rio. Contrariada. Queria voltar a morar
no Rio.
E
foi daí que ela deu o mote para um post:
– Por
que você não escreve sobre o projeto de sair de casa?
Projeto
de sair de casa
A
minha
filha Isabela acaba de completar 4 anos. Entre uma birra e outra, às
vezes, ela me manda essa:
– Não
quero mais morar com vocês!
Pode isso, Arnaldo?
Eu já saí de casa 4 vezes. Começou aos 12 anos, quando voltei para Várzea Alegre, para morar com os meus avós, em busca de melhor educação. Aos 14, estiquei para Fortaleza, morar com os meus tios, novamente em busca de melhores condições de estudo. Aos 18, saí para morar com amigos. E aos 19, saí para morar na minha própria casa, casado.
Eu já saí de casa 4 vezes. Começou aos 12 anos, quando voltei para Várzea Alegre, para morar com os meus avós, em busca de melhor educação. Aos 14, estiquei para Fortaleza, morar com os meus tios, novamente em busca de melhores condições de estudo. Aos 18, saí para morar com amigos. E aos 19, saí para morar na minha própria casa, casado.
Nenhum
movimento nômade
foi
fácil.
Nem
para tomar a decisão, nem para me manter na nova morada. Deixar
a segurança dos pais aos 12. Sair do sertãozão nordestino
para uma das maiores cidades do país aos 14. Deixar
a família aos 18. Casar e me manter financeiramente
aos 19.
Deve
ser por isso que eu conheço “meninos” e “meninas” quarentões
que ainda moram com os pais.
Mas
por que sair de casa?
Alguns
dos motivos para essa atitude drástica
podem ser:
-
buscar melhores condições de estudo
-
escolas que são referências na sua região
-
escolas que são únicas na sua metodologia de ensino
-
universidades (até mesmo com um curso específico que você deseja)
-
-
buscar melhores condições de trabalho
-
a empresa está te promovendo em outra cidade
-
só tem emprego/oportunidade em outra cidade
-
- iniciar uma “nova” família
-
estudar e trabalhar com artes
-
intercâmbio em outro país para aprender um novo idioma
-
conhecer novos lugares/novas culturas
-
buscar melhores tratamentos de saúde
-
voltar a um lugar onde se morou no passado
-
ser despejado da moradia atual
-
fugir da violência/guerras
-
religiosidade/espiritualidade
-
buscar a natureza
-
buscar mais qualidade de vida
-
ambiente ruim em casa – esse, com certeza, o pior de todos
Quais
os desafios para sair de casa?
Considere
minimamente alguns pontos:
-
como se manter na nova morada?
-
questão financeira, de se sustentar mesmo – uma morada custa um bom dinheiro
-
questões práticas e operacionais, como:
-
dormir sozinho,
-
receber uma encomenda...
-
-
-
conforto da nova moradia
-
a saudade de quem (do que) ficou para trás
-
o trauma de quem (do que) ficou para trás
E
aí? Como ficar sem a mesada do papai? Sem o colinho da mamãe? Sem
casa, sem comida e sem roupa lavada?
A
crise econômica é um grande dificultador para passarinhos que querem
deixar o ninho… Se
é verdade que os alugueis ficam mais baratos, também é verdade que
os jovens terão bem menos oportunidades de renda para se manterem
sozinhos. Pode ser um adiamento do voo.
Saio
ou não saio?
Relacionamentos
sempre são complicados. Até
mesmo com o seu bicho de estimação você pode deparar com problemas
na relação. Se
há problemas com os relacionamentos que você mantém atualmente,
não
se iluda que é garantido ser diferente com outras pessoas. Considere
até mesmo a possibilidade de morar só, caso o problema “seja
você”.
Vamos
chegando ao final do post, mas antes eu queria trazer uma notícia
recente
para enriquecer a nossa discussão:
Se
você estiver chorando agora, fica tranquilo, tá tudo normal com
você.
Esse
foi um post muito pessoal e que, com certeza, vai tocar muita gente
que já saiu de casa alguma(s) vez(es) ou que, nesse momento, pensa
em sair.
Com
o planejamento possível e conversando bastante com pessoas
experientes (e que estejam dentro e fora do problema), vale a pena
tentar. Mas
nunca feche as portas que deixou para trás.
Um
abraço e boa sorte.
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
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