Atendendo
a pedidos de amigos, resolvi aderir à modinha do Cartola FC.
Esse
ano, a Globo resolveu investir pesado na brincadeira – botou até
placa de publicidade nos estádios.
(Quem
sabe um espaço que não conseguiram vender. Mas a placa do Cartola
aparece lá atrás dos gols.)
Coincidência
ou não, esse ano apareceu uma ver$ão paga do jogo. A brincadeira
sai por 39,90 R$ ou 5,70 R$/mês. Dá direito a mais alguns recursos
do software, alguns mimos e disputa de prêmios em vale-compras das
Casas Bahia. Ô!
A
Globo se vangloriou de ter começado o campeonato com mais de 2,7
milhões de times escalados. Durante a semana, falou-se em 3 milhões
de times para a segunda rodada. Considerando 1 time por pessoa,
significa que 1,5% da população brasileira
está jogando.
E
deve ser por isso que eu recebi a tela abaixo na segunda de manhã,
quando fui ver os resultados da primeira rodada:
Voltou
a ocorrer no sábado à tarde, na última hora antes do mercado
fechar para a segunda rodada (muita gente pode ter ficado sem escalar
o seu time):
Apesar
da gracinha boba, não adianta: o sistema
me deixou na mão.
Essa
prosa toda me lembrou do post a seguir, sobre desempenho de sistemas:
Parece
que os caras não se prepararam pra tanto. O sistema está
subdimensionado. E quem é da área sabe das dificuldades para se
projetar e se testar um sistema de uso massivo. “Aumentar” o
sistema depois de pronto geralmente não é uma tarefa simples.
Se
o objetivo é fidelizar um público, essa instabilidade do sistema
joga muito contra. 7 a 1.
Eu mesmo já tô perdendo a paciência e pensando em desistir da
brincadeira.
Pior
ainda se você está tentando cobrar uma mensalidade.
Será
que há um ambiente exclusivo (e melhor) para o pessoal que paga?
Tecnicamente falando, acho difícil essa possibilidade.
Também
me indicaram um aplicativo de terceiros e eu fiquei encucado: é
um aplicativo de terceiros usando dados da Globo? Pode isso, Arnaldo?
Justo a Globo dar uma molezinha dessas.
O
Cartola foi uma grande sacada da Globo para valorizar o seu produto
futebol. É que, para ir bem no jogo, você precisa acompanhar todos
os times e jogadores – assistir mais partidas ruins e
desinteressantes, inclusive.
O
Cartola me parece um projeto que nasceu meio como uma brincadeira e
agora ganhou corpo (patrocínio dos executivos).
Embora
o meu amigo Valdyr (viciado no jogo, presidente da liga e PhD em
Cartola) relute em aceitar, é mais um jogo
de azar, incluindo apostas e prêmios em Real, misturando
o dinheiro virtual com o real.
A
regra-base do jogo é buscar critérios objetivos para saber se um
jogador foi bem ou mal em uma partida. Exemplo: se ele fez um gol,
ganhou 8 pontos no Cartola.
A
dica básica para jogar é deixar a emoção de lado e buscar a
razão. Não adianta escalar todo o seu time do coração. Você deve
buscar jogadores que têm mais chances de cumprir os critérios
objetivos definidos, de acordo com a rodada que se apresenta. Mesmo
assim, eu tenho certeza de que nunca vou escalar jogadores de uns
certos times. :P
E
o caos emocional? Seu time foi mal, mas você foi bem no Cartola. De
repente, você se pega torcendo mais pelo seu Cartola do que pelo seu
time. Aqui, não! Aqui é Corinthians!
Se
o nosso futebol real é tão mal gerenciado (e o 7 a 1 está aí para
provar isso), o sistema fora do ar não me deixa tentar ser um bom
cartola.
Vou
ali ver se o sistema voltou para eu buscar uma pontuação melhor. ;)
POST
SCRIPTUM
E
a equipe do Cartola “enviou” uma “resposta” muito elucidativa
ao nosso post:
Ei, psiu, se liga…
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