quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cartola fora do ar


Atendendo a pedidos de amigos, resolvi aderir à modinha do Cartola FC.


Esse ano, a Globo resolveu investir pesado na brincadeira – botou até placa de publicidade nos estádios.


(Quem sabe um espaço que não conseguiram vender. Mas a placa do Cartola aparece lá atrás dos gols.)






Coincidência ou não, esse ano apareceu uma ver$ão paga do jogo. A brincadeira sai por 39,90 R$ ou 5,70 R$/mês. Dá direito a mais alguns recursos do software, alguns mimos e disputa de prêmios em vale-compras das Casas Bahia. Ô!


A Globo se vangloriou de ter começado o campeonato com mais de 2,7 milhões de times escalados. Durante a semana, falou-se em 3 milhões de times para a segunda rodada. Considerando 1 time por pessoa, significa que 1,5% da população brasileira está jogando.


E deve ser por isso que eu recebi a tela abaixo na segunda de manhã, quando fui ver os resultados da primeira rodada:






Voltou a ocorrer no sábado à tarde, na última hora antes do mercado fechar para a segunda rodada (muita gente pode ter ficado sem escalar o seu time):





Apesar da gracinha boba, não adianta: o sistema me deixou na mão.


Essa prosa toda me lembrou do post a seguir, sobre desempenho de sistemas:




Parece que os caras não se prepararam pra tanto. O sistema está subdimensionado. E quem é da área sabe das dificuldades para se projetar e se testar um sistema de uso massivo. “Aumentar” o sistema depois de pronto geralmente não é uma tarefa simples.


Se o objetivo é fidelizar um público, essa instabilidade do sistema joga muito contra. 7 a 1. Eu mesmo já tô perdendo a paciência e pensando em desistir da brincadeira.


Pior ainda se você está tentando cobrar uma mensalidade.


Será que há um ambiente exclusivo (e melhor) para o pessoal que paga? Tecnicamente falando, acho difícil essa possibilidade.


Também me indicaram um aplicativo de terceiros e eu fiquei encucado: é um aplicativo de terceiros usando dados da Globo? Pode isso, Arnaldo? Justo a Globo dar uma molezinha dessas.


O Cartola foi uma grande sacada da Globo para valorizar o seu produto futebol. É que, para ir bem no jogo, você precisa acompanhar todos os times e jogadores – assistir mais partidas ruins e desinteressantes, inclusive.


O Cartola me parece um projeto que nasceu meio como uma brincadeira e agora ganhou corpo (patrocínio dos executivos).


Embora o meu amigo Valdyr (viciado no jogo, presidente da liga e PhD em Cartola) relute em aceitar, é mais um jogo de azar, incluindo apostas e prêmios em Real, misturando o dinheiro virtual com o real.


A regra-base do jogo é buscar critérios objetivos para saber se um jogador foi bem ou mal em uma partida. Exemplo: se ele fez um gol, ganhou 8 pontos no Cartola.


A dica básica para jogar é deixar a emoção de lado e buscar a razão. Não adianta escalar todo o seu time do coração. Você deve buscar jogadores que têm mais chances de cumprir os critérios objetivos definidos, de acordo com a rodada que se apresenta. Mesmo assim, eu tenho certeza de que nunca vou escalar jogadores de uns certos times. :P


E o caos emocional? Seu time foi mal, mas você foi bem no Cartola. De repente, você se pega torcendo mais pelo seu Cartola do que pelo seu time. Aqui, não! Aqui é Corinthians!


Se o nosso futebol real é tão mal gerenciado (e o 7 a 1 está aí para provar isso), o sistema fora do ar não me deixa tentar ser um bom cartola.


Vou ali ver se o sistema voltou para eu buscar uma pontuação melhor. ;)



POST SCRIPTUM
E a equipe do Cartola “enviou” uma “resposta” muito elucidativa ao nosso post:



Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!


        

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