Daqui
a 10 anos os smartphones vão acabar.
Talvez
nem demore tanto, pois as tecnologias atuais têm uma vida útil
curtíssima.
Em
um oferecimento dos nossos patrocinadores, esse é mais um post
nostradâmico, apocalíptico, apelativo e sensacionalista.
Os smartphones vão acabar.
A
minha irmã está bem preocupada com o novo modo de vida da nossa
sociedade, tão bem ilustrada na foto sarcástica que abriu o post.
(Repare que há uma sétima pessoa com smartphone, registrando a
foto). A minha irmã me mandou o link a seguir:
É
um novo fenômeno agora em que os bares precisam ter WiFi. Parece até
um item do cardápio: tem WiFi? WiFi com fritas! Hehe
Os
bares mais modernos têm até carregador portátil para múltiplos
aparelhos ao mesmo tempo. Olha só como é uma confraternização de
uma galera da TI:
Será
que vamos todos virar corcundas? Uma geração de corcundas? Será
que o homem está se curvando novamente?
Eu,
como irmão mais velho, precisava acalmá-la.
E
a única inspiração que me veio foi mandar essa: “Anota
aí: em 10 anos, vai acabar”.
Obsolescência
programada
A
obsolescência tecnológica já mandou para o museu diversos produtos
que pareciam indispensáveis à vida: máquina de escrever, fita K7,
Walkman, fita VHS, disco de vinil, mimeógrafo, câmera fotográfica…
Tecnologias melhores foram inventadas e eles simplesmente perderam o
seu espaço.
No
parágrafo anterior, falamos de equipamentos que existiram há 20, 30
ou 50 anos… Que muita gente talvez nem conheça. E o que dizer de
equipamentos bem mais recentes, como: CDs, DVDs, Blu-ray, telefone
celular convencional, tablets, mouse do computador e até mesmo pen
drives? Eu também os considero extintos. Se não ainda de forma
definitiva, é apenas uma questão de se esperar mais 2 ou 3 anos.
Logo, logo chegará o dia dos smartphones.
É
a obsolescência comercial. A indústria tem a necessidade de vender
(empurrar) novos produtos e tecnologias. Se, para isso, for
necessário inutilizar os produtos atuais, eles não hesitarão. Faz
parte do jogo capitalista. Logo, logo chegará o dia dos smartphones.
Afinal, o que é uma nova geração de IPhone cheia de “novidades”,
incompatível com a versão anterior e bem mais cara, lançada a cada
semestre?
Estamos
chegando à era da Internet das Coisas – onde os objetos, carros,
eletrônicos e eletrodomésticos estarão conectados à Internet. Por
sua natureza, eles substituirão com excelência os smartphones em
várias de suas funções atuais. Não é bem melhor assistir a um
vídeo em alta definição em uma TV de tela grande? Não é bem
melhor ouvir aquele solo de guitarra em um som de alta qualidade?
Logo, logo chegará o dia dos smartphones.
Não
bastasse tudo isso, outro golpe duro deve vir da sociologia. A
sociedade vai perceber que dá para conviver com smartphones de uma
forma mais humana. Mais gente vai começar a pensar, escrever e ler
como este post. É uma tecnologia extremamente útil, mas apenas
complementar e não essencial à vida. Não existia há 10 anos. E
todos vivíamos bem. Não existirá daqui a 10 anos. E todos
viveremos bem. Logo, logo chegará o dia dos smartphones.
Um
equipamento muito esperto
Realmente,
o danado é um equipamento muito esperto: fotos e filmagens em alta
definição, conexão com a Internet, navegação pela Internet,
redes sociais, bancos, e-mails, livros, músicas, filmes, jogos,
entretenimento em geral, estudos, conhecimento, mapas, GPS, notícias
(consumir e produzir), agenda, despertador, relógio, calculadora,
lembretes, rádio… e, acredite se puder, o
danado ainda faz ligações! Até mesmo
sem sinal de rede celular!
É
possível localizar seus amigos e parentes. É possível compartilhar
agora mesmo com as pessoas que você gosta uma foto ou vídeo do
momento. A vovó Tânia sempre fica feliz quando recebe uma foto
instantânea da Isabela. A Vovó Tânia acaba de ganhar um
smartphone.
Quando
faltou energia aqui em casa, o danado se
transformou em uma lanterna! - provando toda a sua
versatilidade.
Esses
dias, eu descobri mais uma de suas 1001 utilidades. Eu vi uma mocinha
se ajeitando, ajeitando cabelo, ajeitando maquiagem, olhando o tempo
todo para o smartphone. Ela simplesmente transformou a câmera
frontal (a das selfies) em um espelho! É ou não é fantástico?
Particularmente,
há duas funções no meu telefone que eu acho sobrenaturais. No
aplicativo do banco, eu aponto a câmera do celular para o código de
barras do boleto e voilá: é só digitar a senha e o boleto
está pago.
E
onde eu estiver, eu posso dizer: “ok, Google, quero ir para casa”.
E o capeta me responde: “você está há tantos minutos e tantos
quilômetros da sua casa”. E já me abre o GPS com os mapas me
indicando o melhor caminho.
Uma
coisa que não mostra muita esperteza (e aqui é esperteza brasileira
= malandragem) é te colocar em ruas muito esburacadas ou perigosas à
sua segurança. Acho que o navegador de trânsito é programado por
profissionais de países ricos e que não têm essas dificuldades
práticas por lá.
Os fabricantes estão investindo pesado em telas inquebráveis e em smartphones à prova d'água. Inquebráveis, porque os danados são lisos e adoram cair das nossas mãos (ou das mãos dos nossos filhos). O touch screen nos obriga a fazer tudo pela tela (é quase 100% da funcionalidade do aparelho). Consertar (trocar) a tela custa quase o preço de um celular novo.
Ninguém
precisa transformar o smartphone em uma câmera GoPro e ficar batendo
selfie do mergulho. Mas os fabricantes perceberam que muitas das
quedas dos aparelhos ocorrem dentro de privadas! Isso mesmo! Daí a
necessidade de telefones espertos e à prova d'água.
O
que faz um telefone na serra?
Recentemente,
recebemos um convite para passar o feriado em uma serra, isolados da
civilização. Sem sinal de celular. Sem Internet. Sem WiFi. Como nos
velhos tempos. Isolamento e descanso.
Acontece
que o meu celular trabalhou praticamente durante 24 horas
consecutivas. Primeiro, foi a minha filha assistindo aos vídeos da
Peppa. Depois, eu o conectei na caixinha de som e ele fez a festa com
a gente. Nunca pensei que um telefone sem sinal pudesse ser tão
útil.
Vá
dando adeus ao seu amiguinho
Brincadeiras
à parte, o objetivo do post era abrir a discussão se não estamos
exagerando a dose no uso de smartphones nas nossas vidas. Eu acho que
são equipamentos incríveis, que nos ajudam demais no dia a dia, mas
que é possível sim, usá-los com moderação.
Os
smartphones vão se acabar ou vão acabar com a gente?
Diminua
a ansiedade. Você não precisa estar postando ou consumindo o tempo
todo nas redes sociais. Tente conviver um pouco mais com as pessoas
que estão fisicamente próximas. Quando a franquia diária da
operadora de celular se esgotar, pense que isso é um bom indício
para soltar o celular.
Que
todos comecemos a nos preparar para a despedida. Não porque eles vão
acabar, mas sim, porque saberemos usá-los com moderação.
Para
saber mais
PS: Um agradecimento especial ao meu tio, João Batista, e família pela participação especial no blog.
Você sabe qual aplicativo você mais usado e por quanto tempo?
ResponderExcluirSabe quantas vezes por dia você desbloqueou a tela do seu celular?
Super recomendo baixar o aplicativo Menthal Balance (https://menthal.org/).
Além destes dados de uso, também fornece um gráfico de personalidade e uma pontuação diária baseada no uso do seu celular.
Particularmente, está me motivando MUITO reduzir esse vício de usar o celular o tempo todo. Não é para ninguém se orgulhar em saber que debloqueou a tela do 100 vezes e gastou 2h do seu no dia com um celular na mão, não é mesmo?
ps: Não recebi nem R$ 0,10 para propaganda deste aplicativo!
Android 9 nativou teu App. Batizaram de Bem Estar Digital.
ExcluirMuito bom! Terminei minha primeira graduação em julho deste ano e observei a evolução do aparelho durante o período do curso. Nos primeiros anos as pessoas ainda tinham algum pudor em ler mensagens em aula, alguns professores até o proibiam. Ao final, estava totalmente disseminado, todos os alunos usavam o smartphone à toda hora. Considero isso uma falta de respeito com o professor e defendo a ideia de que deveria haver uma espécie de "etiqueta para uso do smartphone" seguida por todos. Sou dependente tecnológica em estado grave (rsrsr) mas não aceito que não se consiga assistir um filme, espetáculo ou aula sem que se precise ler mensagens ao mesmo tempo. Odeio falar com uma pessoa que está lendo a tela do telefone. O cúmulo disso foi ao assistir uma audiência onde o advogado de uma das partes sentado à mesa aguardando o juiz se pronunciar pegou o telefone e começou a ler. Mas o pior de tudo é que o juiz sequer o repreendeu, ou seja, já estava acostumado com essa atitude. Realmente, algo tem que mudar. Excelente texto.
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