quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Atualização de Software



Enquanto você lê este post, o software do blog está sendo atualizado no seu equipamento.


Brincadeirinha... :P


Há duas décadas, atualizar um software era uma coisa complicadíssima. Os fabricantes precisavam disponibilizar uma cópia de atualização do software em alguma mídia física (normalmente disquete ou CD) e os usuários tinham que encontrar essa tal cópia. Quem tinha determinado CD de instalação de alguns programas era o cara – o detentor do poder. Entregar a correção de um bug era caríssimo nesse sistema físico.






O avanço da banda larga pelo mundo fez com que as atualizações fossem viáveis pela Internet, dispensando a mídia física. Com Internet cada vez melhor, a indústria investiu pesado em facilidades para atualização remota de software.


E o que falar do Windows então? Algumas versões do Windows chegam a ser estressantes de tantas atualizações a fazer. Dia sim, dia não, está lá o computador baixando correções do software, normalmente de vulnerabilidades de segurança. Sem contar a instalação dessas correções que normalmente é obrigatória e penosa – dá uma canseira na gente.




No mundo do WiFi e da boa banda larga


Atualizar software hoje, no mundo do WiFi, é a coisa mais normal do mundo.


A primeira vez que o meu Moto G entrou em uma rede WiFi, ele quase teve um orgasmo. :P


Ele ficou ensandecido baixando atualizações de aplicativos. Foram atualizados mais de 20 aplicativos de uma vez. Alguns aplicativos que eu desconhecia totalmente: ué, isso existe? Serve pra quê? Depois, até acabei desinstalando alguns destes.


E, já na primeira semana de uso, ele me fez uma proposta ousada: bora atualizar a versão do Android? Sair do Android 4 (KitKat) para o Android 5 (Lollipop)?






Eu resgatei todos os meus traumas de atualizações do Windows e fiquei muito pé atrás. Depois pensei: é melhor eu mudar logo pro Android 5 agora, antes que eu me acostume com o Android 4. Dessa forma, sofrerei uma vez só para aprender. Bateria cheia, WiFi ligado e vamos que vamos!






Windows 10


E que tal atualizar a versão do Windows? Sair de Windows 8 direto para Windows 10? (Sendo que a 9 nunca existiu).


Relutei por semanas. Era arriscado demais. A Microsoft apelou para todas as estratégias de marketing possíveis:
  • Você é muito especial – ganhou uma atualização de graça
  • É só para você
  • É grátis só até não sei que dia
  • X mil pessoas já atualizaram. Só falta você!
  • Vamos fazer só o download pra você ir se animando...


E isso até deu bode porque a Microsoft foi denunciada por fazer downloads fantasmas (não autorizados) de um software de 3 GB! Pode isso, Arnaldo?




Enfim, depois que alguns colegas me confirmaram que o procedimento era seguro, eu decidi partir para o Windows 10. Tive êxito na terceira tentativa. Realmente, achei até “fácil” (ainda mais sendo o Windows). E fiquei satisfeito porque a versão 10 recuperou alguma usabilidade perdida na versão 8. Quem diria, mudar de Windows assim.








E os usuários?


Do ponto de vista dos usuários, receber logo as novidades é bom demais. Você já tem um software novo com menos bugs e mais recursos. É o nirvana das equipes ágeis: entregar logo as novidades!


Agora alguns cuidados são necessários: e se você não está precisando atualizar o software agora? E quando você precisa do equipamento e ele está travado fazendo atualizações inúteis?


Sem contar o desespero quando a versão nova chega com uma interface totalmente diferente da que você já estava acostumado! Alguns softwares até mantêm interfaces duplas durante um período de transição.


Será que o excesso de versões não foi uma das causas da derrocada do Firefox?


Vou terminar com um causo... Em 2012, o nosso sistema estava travando (por regras definidas anteriormente) o envio de alguns dados. Só que o emissor em questão era muito importante politicamente e a gente precisava lançar logo uma nova versão capaz de receber aquelas informações. A gente trabalhou duro em mudar, testar e implantar rapidamente a nova versão da aplicação – um sistema pela Internet. Liguei para dar a boa nova à nossa cliente e a reação dela foi: mas já tá disponível para todo mundo? Na cabeça dela, o cliente precisaria ter um disquete para instalar a nova versão do software na sua máquina. A gente riu demais e rimos até hoje com essa história. São causos do desenvolvimento.




Bora dar uma lida no livro?


No livro Fazendo um projeto dar certo, discutimos alguns problemas acarretados quando são liberadas muitas versões do software. Tanto as angústias dos clientes – que estão sendo bombardeados com novas versões, quanto as angústias das equipes - que estão trabalhando insanamente.


"Em uma frequência insana, são liberadas novas versões do software. Quando os usuários estão começando a se acostumar com uma versão, já deparam com uma nova. Às vezes, até com mudanças drásticas e de usabilidade. É difícil acompanhar a evolução do software.
[...]
O cliente confunde as versões de desenvolvimento, homologação e produção. Ele não sabe que aquela novidade solicitada ainda está na versão de desenvolvimento.
[...]
Para controlar e lançar tantas versões, a equipe do projeto faz um esforço enorme de gerência de configuração. Tempo e energia preciosos são subutilizados.
[...]
De nada adianta a equipe ir ao seu limite para lançar uma versão nova a cada semana, se o cliente só consegue homologar (absorver) uma versão por mês. Não adianta ficar lançando muitas versões próximas e confundindo os usuários finais – que não têm tempo de se acostumar com as novidades.
Será que essa versão nova é realmente uma versão nova? Ou é só a versão anterior com pequenas melhorias? Não vale a pena juntar várias dessas versõezinhas e entregar uma nova versão de verdade?"


Tamujunto!

Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!


        

Nenhum comentário:

Postar um comentário