sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Férias, pra que te quero (ou rumo à Bróduei)







Há um tempo, uns caras inteligentes inventaram as férias. Juridicamente, temos um período para descanso físico e mental do empregado. Acho interessante como o nosso organismo precisa das férias. Depois de meses e meses produzindo a pique, o nosso corpo (e a nossa cabeça) acusa o cansaço. É quando as noites de sono não conseguem mais recarregar a bateria aos níveis máximos.


Nessas horas, é preciso parar. Óbvio que sempre defendemos o planejamento. Então que sejam pausas duplamente planejadas.


Primeiro, é preciso planejar a sua saída do fluxo produtivo. A equipe não pode parar quando você sai. Quando existe essa dependência tão grande, é comum vermos pessoas que não conseguem (ou não podem) tirar férias. Você tem o direito de descansar. E as coisas devem continuar fluindo normalmente até a sua volta. É preciso ter substitutos à altura para a banda não parar. E férias ligado no trabalho, lendo e-mails e atendendo a telefonemas não cumprem o propósito do descanso. É preciso desligar mesmo. Totalmente. Puxar o fio da tomada.


O gerente precisa planejar junto à equipe as férias de todos. É imprescindível que todos possam descansar e voltar sem inviabilizar o projeto. É claro que, em projetos de curta duração, as férias de todos podem até ser postergadas de forma negocial pelo objetivo maior. O bom gerente planeja as suas férias de forma que ele também usufrua desse direito. Ele sai e a equipe continua seguindo finamente com o projeto, rumo ao sucesso.


Planejada a saída, é hora de exercer o segundo viés do planejamento. O que farei nas minhas férias? Um bom planejamento maximiza as chances de um bom aproveitamento. Mesmo que o objetivo seja simplesmente ficar de pernas para o ar. Afinal, você não descansa pensando em contas a pagar nas suas férias.


Se vai viajar então: aonde ir? Documentos? Passagens? Hotéis? Passeios? Reservas? Mapas? Programas? Vacinas? Revisão do carro? Moeda? Alimentação? Roupas? O que fazer com as crianças? O que fazer com os animais de estimação? Orçamento? Afinal, você não descansa pensando o tempo todo se o dinheiro vai dar.


No livro Fazendo um projeto dar certo, falamos que uma equipe cansada tem uma produtividade mais baixa e comete mais erros, gerando prejuízos e atrasos para o projeto. Ainda no livro, trazemos o tópico Acontecem férias e licenças não previstas no projeto”, no qual discutimos um pouco sobre os problemas de não planejarmos as férias da equipe e possíveis soluções para tal.


"Chega um momento em que a equipe está tão cansada que a produtividade baixa e, pior ainda, ela aumenta o seu nível de erros. [...]
O cronograma do projeto não prevê as férias e folgas da equipe. A equipe ainda não sabe quando vai tirar férias. Só sabe que, quando chegar o dia, nada impedirá. [...]
Planejar um projeto também é planejar as licenças, folgas e férias da equipe. Inclusive as do próprio gestor que precisará mais do que nunca de um substituto nas suas ausências. Até para ele ter justamente o direito de se ausentar.
As folgas devem ser negociadas de acordo com os interesses de todos os envolvidos: equipe, projeto e empresa. Os prós e contras de todas as partes devem ser considerados. Nenhuma das partes pode ser inflexível nesse momento. Bom senso sempre deve estar presente em negociações. [...]
É melhor planejar de acordo com os interesses de todos do que ter um 'planejamento' forçado (compulsório).”






Bom descanso.

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