Há
um tempo, uns caras inteligentes inventaram as férias.
Juridicamente, temos um período para descanso
físico e mental do empregado. Acho interessante como o nosso
organismo precisa das férias. Depois de meses
e meses produzindo a pique, o nosso corpo (e a nossa cabeça) acusa o
cansaço. É quando as noites de sono não conseguem mais
recarregar a bateria aos níveis máximos.
Nessas
horas, é preciso parar. Óbvio que sempre defendemos o planejamento.
Então que sejam pausas duplamente planejadas.
Primeiro,
é preciso planejar a sua saída do fluxo produtivo. A
equipe não pode parar quando você sai. Quando existe
essa dependência tão grande, é comum vermos pessoas que não
conseguem (ou não podem) tirar férias. Você tem o direito de
descansar. E as coisas devem continuar fluindo normalmente até a sua
volta. É preciso ter substitutos à altura para a banda não parar.
E férias ligado no trabalho, lendo e-mails e atendendo a telefonemas
não cumprem o propósito do descanso. É preciso desligar mesmo.
Totalmente. Puxar o fio da tomada.
O
gerente precisa planejar junto à equipe as férias de todos. É
imprescindível que todos possam descansar e voltar sem inviabilizar
o projeto. É claro que, em projetos de curta duração, as férias
de todos podem até ser postergadas de forma negocial pelo objetivo
maior. O bom gerente planeja as suas férias de forma que ele também
usufrua desse direito. Ele sai e a equipe continua seguindo finamente
com o projeto, rumo ao sucesso.
Planejada
a saída, é hora de exercer o segundo viés do planejamento. O que
farei nas minhas férias? Um bom planejamento maximiza as chances de
um bom aproveitamento. Mesmo que o objetivo seja simplesmente ficar
de pernas para o ar. Afinal, você não descansa pensando em contas a
pagar nas suas férias.
Se
vai viajar então: aonde ir? Documentos? Passagens? Hotéis?
Passeios? Reservas? Mapas? Programas? Vacinas? Revisão do carro?
Moeda? Alimentação? Roupas? O que fazer com as crianças? O que
fazer com os animais de estimação? Orçamento? Afinal, você não
descansa pensando o tempo todo se o dinheiro vai dar.
No
livro Fazendo
um projeto dar certo, falamos que uma equipe cansada
tem uma produtividade mais baixa e comete mais erros, gerando
prejuízos e atrasos para o projeto. Ainda no livro, trazemos o
tópico “Acontecem
férias e licenças não previstas no projeto”, no qual
discutimos um pouco sobre os problemas de não planejarmos as férias
da equipe e possíveis soluções para tal.
"Chega
um momento em que a equipe está tão cansada que a produtividade
baixa e, pior ainda, ela aumenta o seu nível de erros. [...]
O
cronograma do projeto não prevê as férias e folgas da equipe. A
equipe ainda não sabe quando vai tirar férias. Só sabe que, quando
chegar o dia, nada impedirá. [...]
Planejar
um projeto também é planejar as licenças, folgas e férias da
equipe. Inclusive as do próprio gestor que precisará mais do que
nunca de um substituto nas suas ausências. Até para ele ter
justamente o direito de se ausentar.
As
folgas devem ser negociadas de acordo com os interesses de todos os
envolvidos: equipe, projeto e empresa. Os prós e contras de todas as
partes devem ser considerados. Nenhuma das partes pode ser inflexível
nesse momento. Bom senso sempre deve estar presente em negociações.
[...]
É
melhor planejar de acordo com os interesses de todos do que ter um
'planejamento' forçado (compulsório).”
Bom
descanso.
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