Voltando
das férias e atendendo a muitos pedidos, resolvi contar um bocado
das aventuras e das tretas aqui no blog. :P
Pra
ficar menos cansativo pra mim e pra vocês, dessa vez eu resolvi
dividir a narrativa em dois posts. Como Jericoacoara rendeu mais
assunto, ficará exclusivamente nesse post. No próximo, eu conto o
restante da viagem.
Então,
prepara o WiFi para muitas fotos, vídeo e histórias de Jeri. S2
Eu
fui reencontrar Jeri após 17 anos…
MARKETING
A
minha amiga Karol diz que “Jeri é só marketing”.
E
eu tenho que concordar com ela. O
marketing é muito bem feito
mesmo
porque quase todo mundo que eu conheço ou já foi em Jeri ou diz que
quer ir lá.
(Lembrei
até da “amiga” do Ariano Suassuna que divide a humanidade em pessoas
que foram ou não à Disney: “Naturalmente,
você já foi à Disney, né?”)
Pois
bem, voltando a Jeri, muita gente quer mesmo estar lá. Exceção
é a minha mãe. Isso
depois que eu contei pra ela o que você vai ler na próxima seção…
ACESSO
Procure
inacessível no seu dicionário e lá encontrará
Jericoacoara.
;)
Brincadeira…
Mas Jeri tem quase todas as letras da palavra inacessível. Existem
várias formas de se chegar lá, mas nenhuma delas é nada parecida
com fácil.
De
avião, você consegue chegar até Cruz, bem pertinho de Jeri e
de lá, pagando-se mais um pouco, chega na praia.
Obviamente e com mais opções de voo, você
consegue
chegar também aqui em Fortaleza.
Daqui
pra Jeri, são
uns 300 quilômetros
de distância
e temos
várias opções.
Se
você disputa o Ironman,
você pode
ir pedalando pela orla até lá! :P
Mas
aí é só com o meu amigo Evandro e eu estou negociando esse post
com ele.
Outra
opção para ir pela orla é fretando um carro 4x4. Vai te custar uns
900 reais e um dia inteiro porque obviamente a
viagem inclui várias paradas em praias fodásticas.
Com
uns 600 reais, esse mesmo
carro
4x4 fretado vai te levar por um caminho mais convencional: uma
estrada de asfalto. Viagem que leva umas 3 horas. E foi esse o caminho
que eu fiz, mas no meu próprio carro.
Mire
o GPS para o município de Jijoca. Tem estrada excelente até
lá!
Chegando
na entrada da praia do Preá, imediatamente antes de Jijoca, os guias
vão te abordar se oferecendo para ir até Jeri dirigindo o seu carro
por uns 70 reais. Eles secam os pneus a 14 libras e “transformam”
o seu carro comum em um off road.
Eu
não recomendo porque vai fuder, digo detonar, o seu carro e,
principalmente, porque não é permitido andar
de carro dentro de Jeri. O seu carro aventureiro vai se ferrar
nas dunas e depois ficar dormindo num estacionamento a céu aberto ao
custo de 20 reais a diária. Ô negoção!
O
que eu fiz foi terminar minha pilotagem até Jijoca.
Lá,
os carros 4x4 fazem lotação ou fretamento.
A lotação custa 20 reais por cabeça e, obviamente, depende do
carro lotar.
Como
a minha meta era ver o lendário pôr
do sol de Jeri, paguei os 130 reais que me cobraram. E foi
assim que eu tirei onda andando de Hilux rumo a Jeri.
O
BirombaCar ficou dormindo em Jijoca em um estacionamento coberto ao
custo de 10 reais a diária.
O
caminho de Jijoca a Jeri é pura
aventura. Primeiro, são 12 quilômetros de calçamento.
Depois, mais uns 6 km de trilha estreita nas dunas. Apesar do
“atoleiro” e dos solavancos, lembra uma estrada. Aí meu amigo,
de repente a trilha acaba e… Acaba. E você não está nem perto de
Jeri ainda.
Tudo
o que víamos era areia e dunas para todos os lados. Não dava
nem pra sentir maresia nem algum vestígio de onde poderia haver uma
praia.
Só
mesmo olhando para o lado e confiando no motorista, o Edilsão, ou
Seu Edílson. Ele começou a fazer essa rota com o pai, ainda de
jegue. De carro, já faz esse passeio há 22 anos. Achei que ele
saberia encontrar o “caminho” até Jeri.
Dunas
lindas, cenários de novelas, muitos carros indo e vindo, até que
chegamos à “vilazinha”.
VILA
Jericoacoara
é oficialmente uma vila de pescadores. Deve haver umas 10 mil
pessoas lá, mas uns 90% são turistas.
A
vila não tem calçamento, ou seja, você anda
com o pé na
areia da praia o tempo todo. Sandálias para que te quero! É
uma experiência ímpar.
Podemos
dividir a vila entre a praia propriamente dita e a área urbanizada
que conta com dezenas de lojas e restaurantes. É tipo um grande
shopping a céu aberto e na areia.
Nada
de carros transitando nessas ruas e violência também é uma
“novidade” que ainda não chegou por lá.
O
astral do lugar é único.
Muitos
gringos circulando e, em agosto então, a coisa fica ainda mais
globalizada. Você vai ouvir muito Inglês, Holandês e outras coisas
não identificáveis. Mas o idioma quase “oficial” de Jeri em
agosto estava sendo o Italiano. Sensação parecida com a que eu
experimentei em Pipa (RN) em agosto de 2016.
PÔR
DO SOL
A
geografia garante ao local uma visão
privilegiada do sol se pondo “dentro” do mar. Sabe aquela
hora em que você chega na praia, em plena segunda-feira, e tem 5 mil
pessoas curtindo o pôr do sol:
Eu
estava lá curtindo o meu banho e, quando olhei para a praia, geral
estava em pé, com máquinas na mão, batendo fotos em desespero.
Eu
pensei: “caramba, o pôr do sol deve estar irado, mesmo”.
Daí
eu dei as costas para a praia e vi um negócio inacreditável: estava
havendo um eclipse solar bem naquela hora e eu estava em um dos
melhores camarotes do mundo…
NOITE
A
maior mudança que eu notei nas minhas 2 passagens em Jeri nesses 17
anos, com certeza, foi na noite.
A
balada de Jeri começa imediatamente após o pôr do sol, com
música ao vivo no happy hour do Sambarock e vai até meia-noite,
mesmo que seja segunda-feira ou qualquer outro dia da semana.
Raríssimas cidades no Brasil têm uma balada tão perene.
São
dezenas e dezenas de restaurantes servindo a mais variada comida
acompanhada de várias opções musicais, com destaque para os
ambientes mais românticos que a fraca
iluminação da vila proporciona.
A
vila não tem cheiro de mar e apenas a areia da praia te situa onde
realmente você está.
BANHO
DE MAR
No
fim da tarde, a maré está alta e vem até pertinho das construções.
Mas é uma maré bem mansinha e tranquila…
De
dia, a parada é surreal. A maré recua e recua muito. Você vai
andar uns 500 metros até molhar os pés. Porém, a experiência
surreal completa é você continuar andando, andando e andando e
entrando cada vez mais longe no mar. Eu tive a
sensação de ter andado 1 quilômetro desde a praia adentrando no
mar. É irado!
Você
está ao lado dos surfistas e o mar ainda não te cobre. Você se vê
rodeado de água verde e límpida por todos os lados, em uma sensação
incrível de paz e meditação. Não tem nem para quem gritar, caso
precise de ajuda. Chega um momento em que você
consegue se desligar de tudo e fica só balançando junto com o mar.
Regenerador!
Abstraia
a presença de algumas algas e curta ainda o visual muito fotográfico
proporcionado pelo balé colorido dos windsurfistas e dos
kitesurfistas.
PEDRA
FURADA
O
passeio “obrigatório” para quem está na vila.
Dá
para ir de barco pelo mar ou caminhando pela praia na maré baixa.
Mas eu fiz o caminho mais tradicional: a caminhada
de 2 quilômetros subindo o serrote!
Esse
trajeto também pode ser feito em charretes ao custo de 10 reais por
pessoa.
Ao
chegar no topo do serrote, a vista da pedra lá embaixo, “apanhando”
do mar, é maravilhosa. Mas a foto postal oficial de Jeri é você
“dentro” da pedra furada e isso vai te obrigar a encarar a
perigosa descida do serrote. Aventura completa!
PASSEIOS
Os
guias, buggys e 4x4 oferecem diversos passeios por lagoas e dunas nas
proximidades de Jeri, mas nós optamos por ficar somente na vila
mesmo.
PREÇOS
Por
ser tão inacessível, famosa e com tantos gringos trazendo euros e
dólares, Jeri é um lugar caro. Não se
iluda.
Uma
boa refeição para duas pessoas vai te custar em torno de 100 reais
e você não consegue tomar uma cerveja long neck com menos de 6
reais.
Todo
o comércio aceita cartões, mas Jeri não tem banco. Então, é
recomendável levar uma boa quantidade de dinheiro em espécie para
não ter sobressaltos durante a sua permanência.
SENSAÇÃO
Jericoacoara
é uma sensação!
Como
eu disse em uma das minhas melhores poesias: “Sinta, apenas sinta”.
E
o mais louco de tudo é que o meu lugar favorito no mundo continua
sendo a praia de Canoa Quebrada.
Vibrações
positivas.
Um
abraço.
Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
Conheça a minha obra completa em:
Curti o post e me deu vontade de mostrar o lado mochileiro solteiro. O farei, aguarde.rsrs
ResponderExcluirValeu!
ExcluirMuito obrigado.
E fico aguardando essa outra versão da história.
Abraço.
Jeri, quanta saudade! Muito bom post.
ResponderExcluirÔ, nem me fale…
ExcluirValeu! Grande abraço!