quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Projeto de comunicação via WhatsApp






Basta juntar duas pessoas quaisquer e você já terá problemas de comunicação. Podem até ser irmãos gêmeos ou cônjuges com bodas de ouro e, ainda assim, haverá ruído na comunicação.


E esse é o maior dilema quando pensamos em grupos de trabalho ou equipes de projeto: como fazer esse povo se comunicar com eficácia em prol do resultado final do trabalho? Ainda, como se comunicar com eficácia com as pessoas externas à equipe do projeto?


No nosso livro Fazendo um Projeto dar Certo, o capítulo VI é totalmente dedicado a alguns dos problemas de comunicação que ocorrem em projetos.







Hoje em dia, é inimaginável participar de grupos de trabalho que não se utilizem de grupos de WhatsApp para melhorar a sua capacidade de comunicação. Esses grupos são utilizados principalmente para compartilhar informações relevantes para as equipes: compromissos, horários e pautas de reuniões, procedimentos administrativos, notícias, novidades…


Chegamos em um ponto no qual você só entra realmente em um grupo de trabalho quando é adicionado ao respectivo grupo de WhatsApp. Que doideira!


E os grupos de WhatsApp se estendem à vida. Tem os grupos da família, da igreja, dos esportes, do time, da torcida, da bebida, dos eventos sociais, dos amigos (da infância, da escola, da cidade, da faculdade, do MBA), da pornografia, das correntes, do “bom dia grupo”… Enfim, qualquer tema de interesse em comum já é motivo para juntar duas pessoas em um grupo de WhatsApp.


E eu descobri que ando pautando vez ou outra as conversas de um grupo muito especial de WhatsApp. Eles são todos lá da minha cidade, contemporâneos da minha irmã, gostam muito de estudar e de debater de tudo um pouco entre si, com muita ajuda da ferramenta em questão. E muitos desses debates são fomentados por meus posts nos blogs ou no Facebook.


Descobri ainda que eles desejavam ser tema de um post aqui no blog e eu fiquei pensando em como tornar isso possível. É que eu não gosto de assumir dívidas pequenas. Gosto de pagá-las logo e, se for pra ficar com o nome empenhado, que seja por valores altos hehe.


A ideia que me veio foi tentar entrevistá-los justamente sobre o grupo de WhatsApp deles. Vai ser uma loucura tentar entrevistar 8 pessoas ao mesmo tempo, mas a ideia é essa mesma. O blog nunca teve compromisso com a sanidade mental. Muito pelo contrário, o blog é pra surtar mesmo.


Veja aí se é parecido com algum(ns) dos seus grupos de WhatsApp…









APRESENTANDO AS FERAS


Rafael, 26 anos, estudante de Medicina, reside em: Buenos Aires, Argentina.


Raviel, 26 anos, estudante de Engenharia de Energias Renováveis, reside em: Fortaleza.


Ana Carolina, 28 anos, psicóloga, reside em: Patos (PB).


Cléber, 31 anos, publicitário, reside em: Fortaleza.


Eugênia Maria, 29 anos, professora de Educação Física, reside em: Fortaleza.


José Ueber, 30 anos, estudante de Engenharia Mecatrônica, reside em: Fortaleza.


Camila, 28 anos, pós-doutoranda em Farmacologia e professora, reside em: Fortaleza.




FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Por que vocês criaram esse grupo?


RAVIEL: A ideia surgiu quando eu estava conversando com a Carol. Todo ano combinamos um amigo secreto e achamos que tendo um grupo ficaria mais fácil e também ficaríamos mais em contato. Isso foi em Maio de 2015.


ANA CAROLINA: Um grupo seria um meio de nos mantermos em contato e de dividir nossas experiências e histórias no dia a dia, mesmo estando distantes.


EUGÊNIA MARIA: Porque adoramos conversar e nossos encontros estavam ficando cada vez mais demorados de acontecer.


CAMILA: O objetivo do grupo é compartilhar nosso cotidiano, desafios, alegrias, vitórias e assuntos de interesse comuns apesar da distância.
 







FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Como foram escolhidos os participantes? Ainda é possível entrar no grupo?


EUGÊNIA MARIA: Não sei ao certo, talvez o que nos aproximou foi termos estudado no CEFET (atual Instituto Federal) do Cedro (CE), e um foi enganchando o outro como amigo… Tipo: um é irmão gêmeo do outro, uma é casada com o outro, um é primo do outro… Talvez ainda dê pra entrar no grupo.


RAFAEL: Não fizemos seleção. Fomos nos conhecendo porque nossas famílias já se conheciam, tivemos a sorte de ter muita afinidade. É possível entrar sim, como condição: ter bom humor, tolerar os nossos rumos de conversa e ser de Várzea Alegre (CE).


ANA CAROLINA: Foram escolhidos por fazerem parte de um ciclo próximo de amigos. Ainda é possível, caso alguém se aproxime do grupo e a gente se sinta à vontade pra continuar falando sobre tudo mesmo com a presença Dessa pessoa.



CAMILA: Os participantes não foram escolhidos, os escolhidos é que se tornaram participantes do grupo no momento em que Raviel o criou, ou seja, não existiria grupo virtual se não tivesse a presença de cada um que já compartilhava a noção de grupo na vida real.








FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Quais são as regras básicas de convivência? Existem temas ou posts proibidos/indesejados?


RAVIEL: Não criamos regras, sempre nos sentimos livres para conversarmos sobre qualquer coisa, desde assuntos sérios como política, economia, assuntos específicos da formação de cada um até coisas bem aleatórias como signos (risos). Evitamos pornografia e isso foi algo que ficou subentendido pois ninguém nunca compartilhou lá.


EUGÊNIA MARIA: Respeito. Leveza. Bom senso. Bom humor (acho que bom humor vem primeiro do que o bom senso hahahahaha). Não há temas proibidos, apenas preservamos o respeito em qualquer assunto que seja falado no grupo.


CLÉBER: Responda quando for citado ou serás perseguido até a morte. Às vezes na correria do dia a dia não dá pra responder quando algum membro do grupo me cita em algum assunto pedindo a minha opinião. Quando eu vejo tem várias mensagens pra mim.
 







FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Vocês combinam horários para se encontrar virtualmente?


JOSÉ UEBER: Não, sempre tem alguém online pra discutir sobre o que se posta por incrível que pareça.


ANA CAROLINA: Não. Alguém manda uma mensagem e o restante dos membros vai comentando de acordo com as suas possibilidades… Falamos pela manhã, tarde, noite e até de madrugada! É muito difícil estarmos todos conectados ao mesmo tempo… Isso só aconteceu uma vez e durou cerca de um minuto.


CLÉBER: Horário? Eu só sei que pela manhã quando eu acordo tem mais de 200 mensagens. Rsrsrs


RAFAEL: Não combinamos horário! Qualquer hora alguém pode começar algum assunto ao qual os outros vão se somando e participando. Uma coisa é certa: o assunto inicial nunca é o mesmo quando terminamos de conversar.



CAMILA: Eu vou ter que me entregar agora, eu sou a menos assídua no grupo. Gostaria de ser mais presente, mas não consigo. Eles fazem bullying comigo: “lá vem Camila para sua participação semanal”, mas apesar disso não me sinto excluída, pelo contrário, sei que me amam e sentem minha falta.








FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Como vocês fazem para sair dos encontros virtuais para os reais?


JOSÉ UEBER: Final do ano sempre tem amigo secreto. Mas, às vezes, nos encontramos em outras oportunidades.


ANA CAROLINA: Devido à distância e às diferentes atividades e compromissos dos membros, é raríssimo que encontros presenciais aconteçam… Tanto que isso só aconteceu uma vez durante todo esse tempo, no tradicional "amigo secreto do grupo"… Mas tentamos nos encontrar sempre que possível, mesmo não estando todos presentes…


RAVIEL: Quando estamos em Várzea alegre combinamos de sair juntos, raramente nos vemos em Fortaleza e arrisco a dizer que quase certo nos vermos somente no dia do amigo secreto em dezembro.



CAMILA: Eu adoro nossos encontros, cada um tem um papel social no grupo e a ausência de alguém deixa um espaço vazio. Eugênia é a organizadora de eventos, muito criativa e dinâmica; Rafael é eclético, animado e ajuda na limpeza no final da festa; Raviel agita o grupo cantando e dançando e às vezes polemiza nas suas opiniões, mas de um jeito não ofensivo, me fez ser uma pessoa mais aberta; Ueber, meu esposo, é muito participativo, animado, mas não gosta de jogos do tipo imagem e ação; Cléber é irmão de Ueber, último integrante a entrar, é aquele que fala e os outros escutam, tem grande oratória para política, artes e cinema; Carol é a psicóloga que todos do grupo aconselham e tem um papel fundamental de ser a cola que mantém todos unidos. Já eu, sou sempre a atrasada com um desvio padrão de duas horas, adoro a bagunça e a disputa para quem fala mais e quando nos encontramos não quero me separar deles nunca.







FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Permanecer em grupos de Whatsapp é bem complicado, né? Às vezes são muitas mensagens, assuntos polêmicos, discussões… Por que você ainda não saiu desse grupo?


RAVIEL: Melhor grupo! Melhores pessoas, melhores opiniões, melhores assuntos, tem ajuda da área médica, área psicológica e técnica.


JOSÉ UEBER: Porque esse grupo sempre tem opiniões muito boas acerca de qualquer assunto e, o mais importante, qualquer hora do dia ou da noite, 7 dias por semana.


EUGÊNIA MARIA: Esse grupo é o melhor de todos. Assuntos diversos, muita risada, sem cobranças, sem coisas de baixo calão, enfim, nos entendemos, nos respeitamos, nos gostamos.







FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Qual foi a discussão mais tensa no grupo?


Olha, essa é tão polêmica que eu mesmo vou responder. Havia um casal no grupo e houve um divórcio. Pronto, falei!




FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Qual foi o dia em que você se sentiu mais feliz em estar no grupo?


CLÉBER: Hoje é um dia feliz, por exemplo! A gente tem Várzea Alegre em comum. Somos todos de lá e todos amamos isso. Alguns do seu jeito (Raviel que o diga rsrsrsrs), mas amamos. Acho que esse é um motivo a mais pra gente ter tanta afinidade. É sempre bom estar nesse grupo!


RAVIEL: Não tem um dia especifico porém sempre que alguém do grupo conquista algo eu fico superfeliz!


ANA CAROLINA: Não lembro de um dia específico, mas nossos encontros (tanto reais quanto os virtuais) sempre são cheios de alegria e animação… Rio muito… Eu sinto que estou num grupo de amigos. Posso falar sobre as séries que assisto (sem spoilers – eu tento), mando cards sem graça, falo das dificuldades no meu trabalho, peço conselhos amorosos, desabafo. Eu amo esse grupo, definitivamente.







FAZENDO UM PROJETO DAR CERTO: Soube que os meus posts já pautaram várias discussões no grupo. Como é isso?


RAFAEL: Euzinho gosto muito de jogar os temas dos teus posts no grupo. Às vezes, contamos experiências parecidas ou seguimos um debate saudável ou não, rsrs.


RAVIEL: Sim!!! Rafael e eu costumamos ler o teu blog e sempre que tem algo que achamos interessante pro grupo comentamos e aí se desenrola uma conversa gigante.


EUGÊNIA MARIA: Ah… Alguém faz o print e bora conversar… Rende muito assunto: opiniões, sugestões, hashtags…


ANA CAROLINA: Às vezes, alguém manda o link do blog ou fala sobre alguma publicação e a gente acaba comentando… Por isso quisemos virar tema de um post!








POST SCRIPTUM


Apenas gostaria de avisá-los que o blog está saindo de férias. Espero acumular disposição, ideias e materiais para muitos posts novos.


Se tudo correr bem, dia 13 de setembro volta a pintar um post inédito por aqui.


Enquanto isso, curtam alguns dos nossos 144 posts já publicados.


Valeu, galera!



Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!


        

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