O
sonho dos meus colegas da TI sempre foi desenvolver um software
original e ficar rico. A evolução tecnológica impôs algumas
variações a este sonho: programa, serviço na Internet,
aplicativo... Mas a essência sempre esteve lá. O objetivo deste
post é discutir um pouco sobre como os
produtos da Internet geram receita.
Tudo
começou com o Google. Um megamotor de busca e uma infraestrutura
igualmente colossal sustentando isso. A sacada: se todos gostam da
minha pesquisa, virão usá-la e eu poderei vender
anúncios para eles. Isso mesmo. O Google se sustenta com
publicidade. Inclusive ele consegue até “deturpar” um pouco o
processo oferecendo resultados patrocinados nas buscas. Afinal, se a
pessoa está buscando algo, ela estará mais receptiva a clicar no
meu anúncio. Já reparou quando você procura um dia por um produto
e, magicamente, começa a ser bombardeado com anúncios relacionados
nos dias seguintes?
E
a coisa foi tomando dimensões incríveis. Primeiro, quase morreram
os jornais impressos. As revistas estão indo junto. Hoje se
sustentam ainda em alguns nichos e fãs fiéis. A próxima onda vai
matar a TV aberta. Atualmente, boa parte da publicidade da TV já é
dividida com serviços na Internet. E a Internet leva várias
vantagens, como: saber quem está interessado no quê e oferecer
conteúdo direcionado; não há limites de 30 segundos por vídeo; é
possível iniciar uma interação e um relacionamento com o seu
cliente.
O
Facebook não é muito diferente. Vive de anúncios. E também da
venda de “likes”. Chegamos a um nível tão grande de disputa que
o Google e o Facebook pesquisam ($$$$) tecnologias para levar
Internet de graça a locais remotos e, tcharam, obter mais clientes –
mais gente para consumir seus anúncios.
E
aqui apenas um registro óbvio: ser dono do meio de transmissão
também é uma forma de ganhar muito dinheiro com a Internet.
Venham
até mim
Então
qualquer um pode oferecer anúncios dentro de um site ou aplicativo.
Até terceirizar esse serviço (para o Google, por exemplo). Para a
estratégia funcionar bem, precisa ter muitos acessos no seu site.
Muitos
até apelam para pornografia, sensacionalismo ou pirataria. São
formas consagradas de chamar atenção de muita gente e ganhar
dinheiro com isso. Os piratas também ganham dinheiro roubando dados
pessoais ou bancários de pessoas que caem em suas armadilhas
virtuais.
Serviços maiores até investem em publicidade na própria Internet ou em outras mídias (TV, outdoors...) para obter mais acessos e, consequentemente, mais lucros.
Streaming
Com
a melhora da qualidade da banda de Internet, é possível enviar
grandes quantidades de dados em tempo real, viabilizando os serviços
de streaming. Os dados (músicas, filmes...) são enviados
diretamente para o aparelho que os exibirá sob demanda. Assim
funcionam novos serviços de música e vídeo por assinatura:
Spotify, Netflix...
Os
próprios canais de TV já estão disponibilizando conteúdo pela
Internet, como nos sites Play: GloboPlay, FoxPlay...
Os
dois parágrafos anteriores significam a nova forma de vender música
e o possível fim da TV por assinatura nos moldes atuais (com
operadoras de TV).
E-commerce
Para
o comércio eletrônico, a Internet é apenas um meio. Eles lucram
realmente com a venda de produtos através da rede. Resolvidas as
questões logísticas de como receber os insumos dos fornecedores e
entregar os produtos aos seus clientes, é possível ampliar
infinitamente o alcance de vendas da sua loja. É bem mais barato
manter uma loja virtual com depósitos e poucos funcionários do que
bancar megaestruturas de atendimento ao público, como em shoppings.
Experimente comparar o preço de um mesmo produto no shopping e na
loja eletrônica do mesmo grupo.
E
aqui tem uma grande pegadinha psicológica: quem
comprou esse, também comprou esse junto! Seu trouxa!
Sem falar
nela… (Tudo pela metade do dobro...)
Versão
free x paga
Alguns
aplicativos ou serviços possuem uma versão free para
fidelização de novos usuários. A versão paga normalmente
disponibiliza mais funcionalidades ou livra os usuários de anúncios
indesejados. Depois que a pessoa está viciada e dependente do
serviço, ela está mais propensa a pagar uma grana por ele.
Traficantes também agem assim. ;)
E
o WhatsApp?
Vai
bem na linha do parágrafo anterior. Conseguiu uma popularidade
absurda por ser um software muito útil e bom. Até que chamou a
atenção de Zuckerberg e foi vendido por mais de US$ 21 bilhões.
Bastante grana no bolso dos seus criadores. Agora, o Facebook
sustenta toda a infraestrutura do Whatsapp. O primeiro ganho é
controlar boa parte da comunicação do mundo – quem está falando
sobre o quê. Os próximos passos para obter dinheiro podem ser:
anúncios (naturalmente) ou passar a cobrar pelo serviço (conforme
traficantes citados acima).
A
guerra do Adblock
Hoje
há vários plugins dispostos a bloquear qualquer publicidade
presente nos sites e vídeos. Em tese, isso
quebra o sistema. Sem a grana dos anunciantes, não há como
manter a infraestrutura e a oferta de conteúdo funcionando.
Já
vi sites que me privaram do conteúdo principal até que eu
desligasse o meu bloqueador de anúncios.
Quem
nunca clicou num anúncio que atire a primeira pedra.
Por
sinal, tem uns anúncios de uns livros aí na lateral do blog! ;)
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