segunda-feira, 9 de março de 2015

Sinal de trânsito é para os fracos

Vivemos um período conturbado aqui em Fortaleza com diversas panes nos sinais de trânsito. Logo, logo, notícias e acusações começaram a aparecer. Arsenal pesado!

A prefeitura acusa a empresa fornecedora do sistema que controla os semáforos de descumprimento do contrato por não liberar uma cópia do software. A empresa, por sua vez, acusa a prefeitura por falta de pagamentos e afirma já ter cedido a tal cópia do software. A prefeitura ainda ventila suspeita grave de panes forçadas pela empresa, quase terrorismo.

No meio de toda essa confusão nos jornais, a população é diretamente atingida e, o nosso trânsito, que já não é essa maravilha toda de fluidez, fica ainda pior.

A reflexão aqui é sobre o gerenciamento do projeto deste software que controla os semáforos. Os executores do projeto (prefeitura e empresa) estão claramente ignorando a principal parte interessada – a população. Problemas de comunicação e contratos à parte, a população não pode ser atingida desta forma pelos insucessos do projeto.

A prefeitura ainda alocou guardas de trânsito em alguns cruzamentos, mas de forma reativa e com custos bem mais elevados do que a utilização dos equipamentos eletrônicos. Não vou nem entrar no mérito humano destes profissionais ficarem sob forte sol ou chuva orientando o trânsito.

O software também poderia ser mais otimizado para melhorar a fluidez do trânsito em algumas avenidas. Há pontos em que o sinal abre no mesmo momento em que o sinal do próximo quarteirão está fechando.

O sucesso de um projeto depende principalmente de atender às expectativas das partes interessadas. E, neste caso, o projeto não é bem sucedido.

Os projetos governamentais têm apresentado um sério problema de continuidade. Os novos gestores têm uma certa dificuldade em continuar e concluir os projetos iniciados nas gestões precedentes. Seja por contratos viciados ou mesmo por birra, é comum vermos projetos ficando pelo meio do caminho. Mais uma vez, a população fica com os prejuízos: por custear o projeto e por não receber os benefícios esperados.

A foto a seguir ilustra um pouco do que significa não ter semáforos em cruzamentos com milhares de carros fluindo por dia.






PS: A pane da foto foi motivada por chuvas e queda da rede elétrica.
PS2: Não é a Índia. É Fortaleza.

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