Vivemos
um período conturbado aqui em Fortaleza com diversas panes nos
sinais de trânsito. Logo, logo, notícias e acusações começaram a
aparecer. Arsenal pesado!
A
prefeitura acusa a empresa fornecedora do sistema que controla os
semáforos de descumprimento do contrato por não liberar uma cópia
do software. A empresa, por sua vez, acusa a prefeitura por falta de
pagamentos e afirma já ter cedido a tal cópia do software. A
prefeitura ainda ventila suspeita grave de panes forçadas pela
empresa, quase terrorismo.
No
meio de toda essa confusão nos jornais, a população é diretamente
atingida e, o nosso trânsito, que já não é essa maravilha toda de
fluidez, fica ainda pior.
A
reflexão aqui é sobre o gerenciamento do projeto deste software que
controla os semáforos. Os executores do
projeto (prefeitura e empresa) estão claramente ignorando a
principal parte interessada – a população. Problemas de
comunicação e contratos à parte, a população não pode ser
atingida desta forma pelos insucessos do projeto.
A
prefeitura ainda alocou guardas de trânsito em alguns cruzamentos,
mas de forma reativa e com custos bem mais elevados do que a
utilização dos equipamentos eletrônicos. Não vou nem entrar no
mérito humano destes profissionais ficarem sob forte sol ou chuva
orientando o trânsito.
O
software também poderia ser mais otimizado para melhorar a fluidez
do trânsito em algumas avenidas. Há pontos em que o sinal abre no
mesmo momento em que o sinal do próximo quarteirão está fechando.
O
sucesso de um projeto depende principalmente de atender às
expectativas das partes interessadas. E, neste caso, o projeto
não é bem sucedido.
Os
projetos governamentais têm apresentado um sério problema de
continuidade. Os novos gestores têm uma certa dificuldade em
continuar e concluir os projetos iniciados nas gestões precedentes.
Seja por contratos viciados ou mesmo por birra, é comum vermos
projetos ficando pelo meio do caminho. Mais uma vez, a população
fica com os prejuízos: por custear o projeto e por não receber os
benefícios esperados.
A
foto a seguir ilustra um pouco do que significa não ter semáforos
em cruzamentos com milhares de carros fluindo por dia.
PS:
A pane da foto foi motivada por chuvas e queda da rede elétrica.
PS2:
Não é a Índia. É Fortaleza.
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