Alguns
amigos me perguntando “como
está Fortaleza?”/“como
está o Ceará?”
e isso acabou evoluindo para
um inesperado post inédito aqui no nosso blog Fazendo
um Projeto dar Certo.
Vai
mais um pra série “Posts que eu não queria ter escrito”.
Já
relembrando o óbvio que é um blog pessoal e segue a minha visão de
mundo e você não precisa concordar nem se irritar com isso.
A
violência cotidiana
de
Fortaleza está no
mesmo nível de antes.
Infelizmente, a gente se acostumou a um padrão muito alto de
violência com centenas de assaltos e isso não piorou agora.
De
verdade, eu diria até que a violência cotidiana diminuiu já
que os criminosos estão focados nos ataques e a cidade está
contando com grande reforço no policiamento:
Os
atentados não são diretamente a pessoas. Mas, sim, a prédios,
veículos e outros bens, públicos ou coletivos.
Pessoas
não estão morrendo nos atentados. Nem bandidos. Nem polícia. Nem a
população.
Mas
obviamente, em uma situação de terrorismo, as pessoas são
indiretamente afetadas através da: sensação de pânico; diminuição
da oferta de ônibus; diminuição da coleta de lixo; diminuição da
oferta de serviços públicos em geral e, consequente e
resumidamente, da piora da já péssima qualidade de vida.
–
Tenho
uma passagem comprada para passear em Fortaleza. Vou?
–
Não.
Se puder adiar, não venha. Não é que você vai ser assassinado.
Mas você ficará impedido de fazer alguns dos programas que gostaria
e, mesmo nos demais, estará um tanto amedrontado. Portanto, vai
gastar por um turismo e não vai poder curtir como merece.
Por
mais incrível que pareça, não é a primeira vez que vivemos isso
aqui em Fortaleza. Mas antes, os ataques se limitavam à queima de
ônibus e duravam apenas dois ou três dias.
O
que estamos vivendo agora é inimaginavelmente sem precedentes.
Os
criminosos deram um show de estratégia, hierarquia e comunicação
eficiente.
Eles
me levaram até a introdução do livro Fazendo um Projeto dar Certo
e a um dos aprendizados do MBA em Gerenciamento de Projetos:
“Mesmo
que não concordemos com as causas e, sem sombra de dúvidas, não
concordando com os objetivos e resultados finais do projeto, o ataque
terrorista ao World Trade Center em 2001 foi um projeto extremamente
bem sucedido.”
Os
criminosos estão demonstrando muita resiliência e os ataques já
acontecem há 11 dias.
Os
criminosos demonstraram extensa criatividade: queimaram ônibus,
caminhões de coleta de lixo, caminhões particulares, vários
prédios públicos, além de lojas
e comércios e
um incêndio no estacionamento de um shopping.
Com
um simples ataque ou mesmo um
boato,
fecharam comércios inteiros de cidades inteiras. No
que passou a ser denominado de terrorismo por muita gente, explodiram
viadutos e até mesmo uma torre de transmissão de energia elétrica.
Ontem
de
madrugada faltou energia e adivinha só?
Já
pensou: deixar 3 milhões de pessoas sem energia elétrica?
Os
criminosos desceram para o interior e aí, meu amigo e minha amiga, é
sem chances!
Se
nem os trilionários bancos conseguem se defender? As cidades do
interior com meia dúzia de policiais recém-formados com ganhos
aproximados de 4 mil reais mensais. Como cobrar algo desses
policiais?
Reza
a lenda que tudo começou porque o novo “administrador dos
presídios” falou umas coisas bem óbvias:
Porra,
mas isso era mexer com várias regalias que os presos têm e aí BUM!
E
nessa história toda, o nosso querido Estado só correndo atrás do
rabo…
Mas
já sabemos que há milhares e milhares de soldados dispostos a
“lutar” pelo tráfico. Ainda mais quando há um sistema de
hierarquia e recompensas bem estabelecido:
Enquanto
não cortar a comunicação entre os presos e os que estão fora,
nada vai resolver!
Os
caras passam o dia inteiro ociosos, sem trabalhar, sem estudar,
somente pensando em crimes e articulando estratégias, e ainda têm
livre comunicação entre si e com um exército muito fiel do lado de
fora… não tem como a sociedade de bem vencer isso.
E
ainda me causa mais asco ver várias pessoas tentando politizar o
assunto.
E
mais asco ainda, com neguinho tentando criar memes em um momento tão
dramático:
Enfim,
são dias de muita polícia nas ruas de Fortaleza e isso, não caia
da cadeira, nos causa ainda mais insegurança.
É
sério, bicho! Já postei sobre. E há poucas horas a minha filha de
6 anos me mandou essa: “nossa, papai, tem
um carro de polícia aqui na praça, que coisa estranha! Nunca
vi isso!”. É sério,
bicho. Nós cearenses nos acostumamos com a estranha sensação de
não ver polícia nas ruas. Quando a vemos, causa é mais medo. Vai
entender!?
Depois
de falar tanta besteira sobre um assunto que eu evitei palpitar ao
máximo, os comentários estão abertos pra você me questionar,
completar ou corrigir.
E
eu me despeço com essa entrevista sensacional que me mostrou como é
o sistema por dentro e como os políticos estão interessados em que
tudo permaneça como está:
O
Ceará pede paz! O Brasil pede paz!
Ah,
macho véi, e, assim que essa putaria passar, venha nos visitar
porque aqui é um lugar pai d’égua demais!
Um
abraço.
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Ei, psiu, se liga…
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