domingo, 13 de janeiro de 2019

As minhas impressões sobre o terrorismo no Ceará em janeiro de 2019





Alguns amigos me perguntando “como está Fortaleza?”/“como está o Ceará?” e isso acabou evoluindo para um inesperado post inédito aqui no nosso blog Fazendo um Projeto dar Certo. Vai mais um pra série “Posts que eu não queria ter escrito”.


Já relembrando o óbvio que é um blog pessoal e segue a minha visão de mundo e você não precisa concordar nem se irritar com isso.


A violência cotidiana de Fortaleza está no mesmo nível de antes. Infelizmente, a gente se acostumou a um padrão muito alto de violência com centenas de assaltos e isso não piorou agora.


De verdade, eu diria até que a violência cotidiana diminuiu já que os criminosos estão focados nos ataques e a cidade está contando com grande reforço no policiamento:




Os atentados não são diretamente a pessoas. Mas, sim, a prédios, veículos e outros bens, públicos ou coletivos.


Pessoas não estão morrendo nos atentados. Nem bandidos. Nem polícia. Nem a população.


Mas obviamente, em uma situação de terrorismo, as pessoas são indiretamente afetadas através da: sensação de pânico; diminuição da oferta de ônibus; diminuição da coleta de lixo; diminuição da oferta de serviços públicos em geral e, consequente e resumidamente, da piora da já péssima qualidade de vida.


Tenho uma passagem comprada para passear em Fortaleza. Vou?
Não. Se puder adiar, não venha. Não é que você vai ser assassinado. Mas você ficará impedido de fazer alguns dos programas que gostaria e, mesmo nos demais, estará um tanto amedrontado. Portanto, vai gastar por um turismo e não vai poder curtir como merece.




Por mais incrível que pareça, não é a primeira vez que vivemos isso aqui em Fortaleza. Mas antes, os ataques se limitavam à queima de ônibus e duravam apenas dois ou três dias.


O que estamos vivendo agora é inimaginavelmente sem precedentes.


Os criminosos deram um show de estratégia, hierarquia e comunicação eficiente.


Eles me levaram até a introdução do livro Fazendo um Projeto dar Certo e a um dos aprendizados do MBA em Gerenciamento de Projetos:


Mesmo que não concordemos com as causas e, sem sombra de dúvidas, não concordando com os objetivos e resultados finais do projeto, o ataque terrorista ao World Trade Center em 2001 foi um projeto extremamente bem sucedido.”


Os criminosos estão demonstrando muita resiliência e os ataques já acontecem há 11 dias.


Os criminosos demonstraram extensa criatividade: queimaram ônibus, caminhões de coleta de lixo, caminhões particulares, vários prédios públicos, além de lojas e comércios e um incêndio no estacionamento de um shopping. Com um simples ataque ou mesmo um boato, fecharam comércios inteiros de cidades inteiras. No que passou a ser denominado de terrorismo por muita gente, explodiram viadutos e até mesmo uma torre de transmissão de energia elétrica.


Ontem de madrugada faltou energia e adivinha só?






Já pensou: deixar 3 milhões de pessoas sem energia elétrica?


Os criminosos desceram para o interior e aí, meu amigo e minha amiga, é sem chances!






Se nem os trilionários bancos conseguem se defender? As cidades do interior com meia dúzia de policiais recém-formados com ganhos aproximados de 4 mil reais mensais. Como cobrar algo desses policiais?


Reza a lenda que tudo começou porque o novo “administrador dos presídios” falou umas coisas bem óbvias:








Porra, mas isso era mexer com várias regalias que os presos têm e aí BUM!


E nessa história toda, o nosso querido Estado só correndo atrás do rabo…


















Mas já sabemos que há milhares e milhares de soldados dispostos a “lutar” pelo tráfico. Ainda mais quando há um sistema de hierarquia e recompensas bem estabelecido:




Enquanto não cortar a comunicação entre os presos e os que estão fora, nada vai resolver!


Os caras passam o dia inteiro ociosos, sem trabalhar, sem estudar, somente pensando em crimes e articulando estratégias, e ainda têm livre comunicação entre si e com um exército muito fiel do lado de fora… não tem como a sociedade de bem vencer isso.


E ainda me causa mais asco ver várias pessoas tentando politizar o assunto.


E mais asco ainda, com neguinho tentando criar memes em um momento tão dramático:






Enfim, são dias de muita polícia nas ruas de Fortaleza e isso, não caia da cadeira, nos causa ainda mais insegurança.


É sério, bicho! Já postei sobre. E há poucas horas a minha filha de 6 anos me mandou essa: “nossa, papai, tem um carro de polícia aqui na praça, que coisa estranha! Nunca vi isso!. É sério, bicho. Nós cearenses nos acostumamos com a estranha sensação de não ver polícia nas ruas. Quando a vemos, causa é mais medo. Vai entender!?


Depois de falar tanta besteira sobre um assunto que eu evitei palpitar ao máximo, os comentários estão abertos pra você me questionar, completar ou corrigir.


E eu me despeço com essa entrevista sensacional que me mostrou como é o sistema por dentro e como os políticos estão interessados em que tudo permaneça como está:




O Ceará pede paz! O Brasil pede paz!







Ah, macho véi, e, assim que essa putaria passar, venha nos visitar porque aqui é um lugar pai d’égua demais!


Um abraço.



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Ei, psiu, se liga…
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