Depois do Ferroviário vender o jogo para o Paraná, quiseram
os deuses do futebol que Corinthians e Ceará se encontrassem pela
terceira fase da Copa do Brasil de 2019.
Quiseram
os deuses da chuva que a região metropolitana de Fortaleza tivesse
uma semana insana de chuvas ininterruptas.
O
meu
colega conseguiu comprar os ingressos…
(Também
de 100 contos se não conseguisse)
e
lá vamos nós:
– Vamos
no teu carro ou no meu?
– Vamos
no teu mesmo como das outras vezes.
O
dia de ver o Corinthians no estádio sempre é um dia supertenso
porque eu acho que não vou entrar no estádio a tempo.
Falando
em tempo, o dia inteiro de muita chuva e o trânsito da capital ficou
ainda pior. A nossa viagem de 30 minutos ao estádio já ia em 60.
Estávamos na porta do estádio, mas era preciso chegar até a casa
do meu amigo onde deixaríamos o carro.
Com
a rotatória travada, tive que improvisar por caminhos sinistros e
algumas ruas-rios, enfim, desligamos o carro em segurança no
destino.
Não
havia tempo para muita enrolação e tome tênis na lama com direito
a correnteza arrastando a havaiana do meu colega.
Ele
teve um cuidado absurdo com os ingressos para que não rasgassem com
tanta água e 20 minutos antes do horário oficial estávamos
confortavelmente sentados à espera da festa.
Fim
da fase 1 da aventura.
A
chuva parara e foi quando percebemos que a organização teve a
brilhante ideia de atrasar o jogo em 20 minutos para ver se o gramado
conseguia se recuperar.
Em
28 anos de corinthianismo, foi simplesmente o melhor jogo do
Corinthians que eu já assisti presencialmente. Sem sustos, o
Corinthians venceu por 3 a 1, com direito a 3 golaços e muita festa
na arquibancada, inclusive deu pra cantar o “CD” inteiro.
Acabou
o jogo. Acabou a fase 2 da aventura.
Hora de voltar para casa.
Mas
antes a polícia nos prendeu no estádio ainda por 40 minutos.
Era
pela segurança. Já estava previamente combinado. Mesmo assim,
pareceu exagerado, afinal, já era quinta-feira.
Enfim,
aquela zoação com o meu amigo que era “Ceará”, chave na
ignição e… e… e… e? E, nada, macho! Só aquele velho barulho
de “cachorro com tosse”. #pqp
Era
1 da manhã, a gente estava nos arredores do estádio Castelão, de
uma das cidades mais violentas do mundo e, na melhor das hipóteses,
o meu carro estava “só” com problemas na bateria.
O
que deu pra fazer foi empurrar o carro até a garagem da casa da mãe
do meu amigo. Isso mesmo: 1 da manhã, debaixo d’água, sem direção
hidráulica e sem freio!
Pedimos
um Uber com o triplo do preço e quando eu vi as barraquinhas de
“cai-duro” (sanduíches) sendo desmontadas, o desespero triplicou
também.
Enfim,
no Uber, chegar em casa pra encerrar a fase 3
da aventura e esperar amanhecer para ver como seria a inédita
fase 4.
Foi
quando o uber me deu um contato de um “Angel Baterias” que
atendia 24 horas.
Liguei
pra ver qual era e uma vez que as marcas e os preços pareceram
compatíveis, resolvi contratar o serviço.
Mas
com o carro trancado na casa da mãe do meu amigo, o máximo que deu
pra fazer foi agendar o conserto pra 5:30h.
Depois
de exercer todos os meus dotes comunicativos com o meu amigo e com o
mecânico, enfim, eu estava em casa são e salvo.
A
adrenalina e o problema não resolvido praticamente não me deixaram
dormir e às 5:30h o meu amigo me avisou pelo WhatsApp que já estava
tudo resolvido.
Algumas
horas depois, eu já estacionava o carro lá no trabalho e vida que
segue.
Seeeeegue
o jogo!
Vai,
Corinthians!
POST
SCRIPTUM
O
uber e vários amigos, ao “ler esse post”, sempre comentavam com:
“mas pelo menos o Corinthians venceu”.
Só
que eu assisto a mais de 70 jogos do Corinthians por ano na TV. Eu
tenho milhares de oportunidades pra ficar puto, triste, zangado,
chateado, frustrado, revoltado etc.
Ver
o Corinthians ao vivo e cantar junto com 10 mil loucos é uma
experiência tão surreal, tão rara, que o resultado futebolístico
se torna irrelevante nesses dias.
POST
SCRIPTUM 2
A
princípio, tomando um megabanho de chuva no estádio, o dia estava
me lembrando um superpost do Bora Ouvir Uma:
Depois
da fase 4, acabei relembrando um superpost aqui mesmo desse blog:
e
quase que esse post aqui saía com o título:
>
O dia em que a bateria do meu carro
pifou 2, uma história ainda mais louca
POST
SCRIPTUM DO 3 A 1
Os
personagens do post: um é colega de faculdade, outro é colega de
trabalho. Os dois são superamigos desde e pra sempre. Só os
diferenciei colega/amigo por técnicas de escrita.
Um
grandíssimo abraço e “não tente fazer isso em casa”.
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Ei, psiu, se liga…
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