Você
vende 30 mil ingressos a 200 reais. Daí você tem 6 milhões de
reais na mão para produzir um show único da volta de um artista
depois de 12 anos longe dos palcos. Daí o que você faz? Você
escolhe um lugar que não tem acústica apropriada para shows.
E
frustra o tão sonhado reencontro musical dos fãs.
O
local
em questão é o Centro de Eventos do Ceará. E foi uma forçada de
barra grande porque eu não conheço ninguém que tenha gostado das
dezenas de shows que já aconteceram lá. São
salões enormes e mutáveis, sem nenhum tratamento acústico para
concertos. Como
diz uma amiga: é um show dentro duma caixa d’água.
Ou
eu gosto do show ou ele é no Centro de Eventos. É impossível
construir
uma frase simultaneamente com essas duas proposições.
Um
dos 3 delírios megalomaníacos do ex-Governador ao lado do aquário
e de colocar toda a polícia do estado para andar de Hilux.
E
aí fica difícil não concordar com o que 100% dos meus amigos
julgam sobre o tema: bicho, alguém tá ganhando um por fora pra
levar esses shows pra lá ou então o aluguel de lá é incrivelmente
barato.
Com
toda essa fama, ontem só foi a segunda vez que eu estive lá. Na
outra, também não tive escolha já que era a despedida dO Rappa.
E
mais uma vez lá estava eu pedindo desculpas aos artistas: cara, o
Ceará é pai d’égua demais. É bem melhor do que isso aqui.
Sim,
porque é um desrespeito imenso com o público que pagou caro
e ansiava por um show de qualidade, mas, principalmente, com os
artistas.
Uma
banda top. Uma cantora top. E serem submetidos a um constrangimento
daqueles.
Teve
uma hora que eles tentaram puxar um voz e violão pra dar um respiro
pra banda e foi ridículo.
Depois
de 2 minutos, eles pediram desculpas e pararam para “ajeitar” o
som, porque o público, afinal, merecia um som melhor.
Só
que eles podiam estar parados até agora que aquele som não tinha
conserto.
E
geral aproveitou a pausa pra puxar um Maria Chiquinha.
Outros
pitacos não musicais
Os
ingressos muito caros e com um horário estúpido de compras à
meia-noite.
Um
site muito bem feito. Uma fila virtual muito bem organizada. Mas
bicho, com 200 mil pessoas na minha frente, chegou uma hora que eu
capotei.
Quiseram
os deuses que eu
acordasse
1 hora depois e voilá, foi bem na hora que o site estava aberto
esperando a minha compra. Destino que fala, né?
Também
foi bastante prático porque só precisamos imprimir o ingresso no
site. Não foi
necessário ir
fazer a troca por outro tipo de ingresso.
O
show foi num horário bem atípico, mas isso foi claramente
divulgado, geral entendeu e se esforçou pra chegar na hora.
Uma
fila gigante, mas fluiu bem demais e a entrada foi muito tranquila.
O
início só atrasou dez minutos, devidamente comunicados e eu acho
que todos conseguiram entrar a tempo.
Por
miserabilidade ou preguiça ou pra não atrapalhar a banda ou sei lá
o quê, optaram por não ter show de abertura nem show de saideira.
Já foi direto no show principal.
Isso
foi péssimo porque obrigou 30 mil pessoas a chegarem e a saírem de
um mesmo local na mesma hora. Daí você já imagina os
engarrafamentos e as filas.
A
equipe do projeto do show era bem grande e trabalhou muito bem. A
orientação e o atendimento foram excelentes.
Os
banheiros estavam bons.
Temperatura
agradável.
As
cervejas eram muito caras. Minilatas
de cervejas
por 8 R$. Mas estava gelada e foi bem fácil de comprar.
Foram
2 horas de show que só pararam, como eu falei anteriormente, pra
tentar “ajeitar” o som.
Repertório
muito bom. Banda muito boa.
E
a galera participando ativamente do show.
Optaram
por usar telões na vertical. Foi bom pra o telão não “atrapalhar”
a visão do palco, mas telão na vertical não dá pra ver muita
coisa né?
E
o telão insistia em mandar a gente baixar um app para participar
“completamente” do show, mas a gente estava totalmente sem
Internet. Aliás, a gente estava até sem telefonia. Por sorte,
conseguimos encontrar alguns conhecidos.
O
palco bem baixinho. Realmente, o Centro de Eventos não foi pensado
para shows. E a
gente
(nem quase ninguém) não
viu os artistas,
conforme vai ficar claro nos vídeos abaixo.
Outra
falha gravíssima foi a saída do show. Fizeram 30 mil pessoas saírem
ao mesmo tempo por uma porta de 1,20 metro. Uma irresponsabilidade
tremenda e graças a Deus não aconteceu nenhuma emergência e nenhum
desastre.
Conclusão
Eu
escrevi um livro de 140 páginas chamado Fazendo um Projeto dar Certo.
Lá, eu mostro dezenas de armadilhas comuns em projetos, como
identificá-las e dicas para se livrar delas. Com certeza, eu não
escolheria aquele local sem acústica para o meu projeto de show. É
um erro básico demais para qualquer projeto.
Quando
a gente sai de casa pra subir o som, é
pra subir o som, mesmo. Foda-se o resto. A gente até releva algumas
coisas, mas o som, não. O som é o som. E tem que estar lá em cima
e perfeito.
Enfim,
valeu pela experiência, valeu pela história aqui contada e,
principalmente, valeu pela minha esposa que realizou um sonho de
infância e ficou feliz demais da conta! S2
Compartilhe
o blog. Compartilhe músicas boas com a gente.
Sobe
o SOM!
No
Fundo do Coração
As
Quatro Estações
A
Lenda
E,
da pesquisa adicional do post:
Savage
Garden – Truly Madly Deeply
Roupa
Nova – A Lenda
Até!
Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
Conheça a minha obra completa em:
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