domingo, 21 de julho de 2019

Projeto do Show de Sandy e Júnior no Ceará





Você vende 30 mil ingressos a 200 reais. Daí você tem 6 milhões de reais na mão para produzir um show único da volta de um artista depois de 12 anos longe dos palcos. Daí o que você faz? Você escolhe um lugar que não tem acústica apropriada para shows. E frustra o tão sonhado reencontro musical dos fãs.


O local em questão é o Centro de Eventos do Ceará. E foi uma forçada de barra grande porque eu não conheço ninguém que tenha gostado das dezenas de shows que já aconteceram lá. São salões enormes e mutáveis, sem nenhum tratamento acústico para concertos. Como diz uma amiga: é um show dentro duma caixa d’água.


Ou eu gosto do show ou ele é no Centro de Eventos. É impossível construir uma frase simultaneamente com essas duas proposições.


Um dos 3 delírios megalomaníacos do ex-Governador ao lado do aquário e de colocar toda a polícia do estado para andar de Hilux.


E aí fica difícil não concordar com o que 100% dos meus amigos julgam sobre o tema: bicho, alguém tá ganhando um por fora pra levar esses shows pra lá ou então o aluguel de lá é incrivelmente barato.


Com toda essa fama, ontem só foi a segunda vez que eu estive lá. Na outra, também não tive escolha já que era a despedida dO Rappa.


E mais uma vez lá estava eu pedindo desculpas aos artistas: cara, o Ceará é pai d’égua demais. É bem melhor do que isso aqui.


Sim, porque é um desrespeito imenso com o público que pagou caro e ansiava por um show de qualidade, mas, principalmente, com os artistas.


Uma banda top. Uma cantora top. E serem submetidos a um constrangimento daqueles.


Teve uma hora que eles tentaram puxar um voz e violão pra dar um respiro pra banda e foi ridículo.


Depois de 2 minutos, eles pediram desculpas e pararam para “ajeitar” o som, porque o público, afinal, merecia um som melhor.


Só que eles podiam estar parados até agora que aquele som não tinha conserto.


E geral aproveitou a pausa pra puxar um Maria Chiquinha.







Outros pitacos não musicais


Os ingressos muito caros e com um horário estúpido de compras à meia-noite.


Um site muito bem feito. Uma fila virtual muito bem organizada. Mas bicho, com 200 mil pessoas na minha frente, chegou uma hora que eu capotei.


Quiseram os deuses que eu acordasse 1 hora depois e voilá, foi bem na hora que o site estava aberto esperando a minha compra. Destino que fala, né?


Também foi bastante prático porque só precisamos imprimir o ingresso no site. Não foi necessário ir fazer a troca por outro tipo de ingresso.


O show foi num horário bem atípico, mas isso foi claramente divulgado, geral entendeu e se esforçou pra chegar na hora.


Uma fila gigante, mas fluiu bem demais e a entrada foi muito tranquila.


O início só atrasou dez minutos, devidamente comunicados e eu acho que todos conseguiram entrar a tempo.


Por miserabilidade ou preguiça ou pra não atrapalhar a banda ou sei lá o quê, optaram por não ter show de abertura nem show de saideira. Já foi direto no show principal.


Isso foi péssimo porque obrigou 30 mil pessoas a chegarem e a saírem de um mesmo local na mesma hora. Daí você já imagina os engarrafamentos e as filas.


A equipe do projeto do show era bem grande e trabalhou muito bem. A orientação e o atendimento foram excelentes.


Os banheiros estavam bons.


Temperatura agradável.


As cervejas eram muito caras. Minilatas de cervejas por 8 R$. Mas estava gelada e foi bem fácil de comprar.


Foram 2 horas de show que só pararam, como eu falei anteriormente, pra tentar “ajeitar” o som.


Repertório muito bom. Banda muito boa.


E a galera participando ativamente do show.


Optaram por usar telões na vertical. Foi bom pra o telão não “atrapalhar” a visão do palco, mas telão na vertical não dá pra ver muita coisa né?


E o telão insistia em mandar a gente baixar um app para participar “completamente” do show, mas a gente estava totalmente sem Internet. Aliás, a gente estava até sem telefonia. Por sorte, conseguimos encontrar alguns conhecidos.


O palco bem baixinho. Realmente, o Centro de Eventos não foi pensado para shows. E a gente (nem quase ninguém) não viu os artistas, conforme vai ficar claro nos vídeos abaixo.


Outra falha gravíssima foi a saída do show. Fizeram 30 mil pessoas saírem ao mesmo tempo por uma porta de 1,20 metro. Uma irresponsabilidade tremenda e graças a Deus não aconteceu nenhuma emergência e nenhum desastre.




Conclusão


Eu escrevi um livro de 140 páginas chamado Fazendo um Projeto dar Certo. Lá, eu mostro dezenas de armadilhas comuns em projetos, como identificá-las e dicas para se livrar delas. Com certeza, eu não escolheria aquele local sem acústica para o meu projeto de show. É um erro básico demais para qualquer projeto.


Quando a gente sai de casa pra subir o som, é pra subir o som, mesmo. Foda-se o resto. A gente até releva algumas coisas, mas o som, não. O som é o som. E tem que estar lá em cima e perfeito.


Enfim, valeu pela experiência, valeu pela história aqui contada e, principalmente, valeu pela minha esposa que realizou um sonho de infância e ficou feliz demais da conta! S2






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Sobe o SOM!


No Fundo do Coração


As Quatro Estações



A Lenda




E, da pesquisa adicional do post:


Savage Garden – Truly Madly Deeply



Roupa Nova – A Lenda



Até!


Ei, psiu, se liga…
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