Dois
temas que subiram nos trending topics do tuíter do Brasil da vida
real de 2019 me inspiraram a escrever esse post.
A
violência policial de um país que tem a polícia que mais mata no
mundo e os números só pioram ano após ano.
Os
abusos de autoridades tão incentivados pelas prisões sem provas e
pelo novo lema de governo: “bandido bom, é bandido morto”.
Inclusive
o Ministro da Justiça quer aprovar uma lei que absolverá os
policiais que matarem sob “forte emoção”, seja lá o que for
isso.
No
Ceará, a polícia foi pra cima de
um grupo
de arrombadores de banco e acabou matando junto uma família de
reféns. Eles ali no desespero, e quando viram a polícia, achando
que seriam enfim salvos…
Em
São Paulo, a
polícia foi pra cima de
um grupo
de arrombadores de banco e
o governador falou que eles mereciam medalhas!
No
Rio, uma dúzia de bandidos foi detonada numa viela pela polícia. O
governador falou que as snipers estavam liberadas e que era pra mirar
só na cabecinha. E assim tem sido.
E
foi
lá no mesmo no Rio da intervenção militar que o exército fuzilou
uma família com oitenta tiros. OITENTA! OI-TEN-TA! Até o catador de
lixo que passava por lá e tentou ajudar morreu junto.
E
a pobre viúva que sobreviveu não sei como só se preocupava em não
deixar os policiais “plantarem provas” no carro do defunto.
E
a família presidencial nos ensinou de forma cristalina o que são as
milícias, como agem, como vivem…
As
mesmas milícias que mataram a Marielle
e nós
só ficamos
sabendo
porque a Polícia Federal descobriu que a polícia local estava
boicotando as investigações por haver policiais envolvidos.
Inclusive
eu tenho alguns amigos que têm mais medo da polícia do que dos
bandidos.
Mas
o post é sobre blitz de trânsito e o próprio presidente mandou
suspender todos os radares eletrônicos que fiscalizavam os excessos
de velocidade nas BRs. Ele disse que aquilo é só uma indústria de
multas.
Também
é cultura popular usar aplicativos para descobrir onde estão e
evitar as blitz de trânsito, notadamente as da Lei Seca.
Porque
é assim, bicho: brasileiro só acha feia a corrupção dos outros!
Eu
lembro de ter escrito isso antes:
“Cruzamos
três estados inteiros (CE, PB, RN) e não paramos em nenhuma blitz!
Pode isso, Arnaldo?”
Mas
eu também já fui parado dezenas e dezenas de vezes e escolhi os 4
casos mais emblemáticos para ilustrar o post…
#
ATO
1
Primeiro
ano do meu primeiro carro e eu dei um azar danado quando os Correios
não conseguiram me entregar o CRLV.
Noite
adentro, sertão adentro, e lá vínhamos nós voltando para a
capital. O policial pediu os documentos e eu apresentei o CRLV
vencido e o comprovante de pagamento.
Depois
de alguns minutos de silêncio, ele me explicou que andar só
com
o comprovante
já era inútil.
A
minha
vó tava no carro e ele teve o bom senso de só aplicar a multa, sem
apreender o veículo.
(Embora,
eu, um cara de TI, fiquei decepcionado com a falta de tecnologia para
a polícia consultar isso em um simples sistema. E essa lei foi
alterada em 2016 exatamente nesses moldes.)
#
ATO
2
Sábado,
meio-dia, tô voltando do futebol com os amigos…
Quando
eu desço a alça do viaduto, eu vejo um policial, sozinho, de
tocaia, escondido, abordando os “trouxas” que vinham pelo
viaduto.
Foram
cinco longos minutos de investigação intensa sobre todos os
aspectos do veículo, da documentação e do motorista até que ele
finalmente deu o xeque-mate, chega os olhos brilharam, como quem diz
“eureka”. Ele viu um A na minha carteira e mandou:
– Cadê
os seus óculos?
Eu
estava usando óculos de sol, com a cabeça quente do futebol, e
superchateado com aquela situação toda, nem pensei duas vezes:
– Esses
óculos têm grau.
Como
ele não tinha como contra-argumentar, me disse com muita
contrariedade:
– Pois
vá se embora!
#
ATO
3
É
noite, eu tô saindo do trabalho e já deparo com uma blitz do
DETRAN.
Tive
a “sorte” de não ser parado e pensei: legal, chegarei uns
minutinhos antes em casa.
Um
mês depois, o carinha dos Correios veio me visitar.
“Você
foi multado por dirigir com a luz da placa traseira apagada.”
Bicho,
não havia palavrões suficientes na língua portuguesa para eu
xingar o funcionário do Detran que fez isso!
Raciocine
comigo o tamanho da filhaputice… Não satisfeito em fiscalizar e
multar os carros que eram parados, o cara ficava “de costas” pra
blitz, de tocaia, pegando os trouxas que obviamente não sabiam que
estavam com a porcaria da luz da placa traseira queimada. Bateu a
meta de multas facim, facim.
E
lá fui eu na sucata e o cara me vendeu uma luz de LED de Corolla e
isso foi o mais perto que eu cheguei de ter um Corolla.
#
ATO
4
É
noite, eu tô saindo do trabalho e é dia de desviar o caminho para
poder contribuir com Nossa Senhora da Shell. Depois da oração,
deparo com uma megaultrasuperhiperblitz do DETRAN.
Como
sempre fiz, entreguei ao fiscal a carteira de couro onde guardo os
documentos meu e do carro.
Ele
prontamente me devolveu:
– Senhor,
eu sou orientado a receber somente os documentos.
É
verdade isso que você leu.
Eu
passei uns 3 minutos tentando tirar o documento de dentro da
carteira, mas, enfim, consegui.
Foi
aquela vistoria de 5 minutos ultradetalhada, mas eu tava de boa,
afinal, tinha acabado de fazer a revisão para viajar no carnaval.
Ele
ficou um tempão arranhando o farol do meu carro com as unhas e isso
me deixou muito encucado.
– Que
merda esse bicho tá fazendo?
Enfim,
ele deu o veredito final:
– Olha
só, eu não vou lhe multar, mas eu vou lhe orientar. Alguns fiscais
mais cri-cris podem querer multá-lo por conta desse adesivo no vidro
traseiro. Eu o aconselho a removê-lo.
(Eu
tenho um adesivo com a propaganda do meu site em parte do vidro
traseiro.)
– A
gente tá com a campanha do bafômetro. Você pode participar?
E
lá vamos nós!
A
moça ficou um tempão calibrando o bichinho, viu que eu não estava
confortável e resolveu tirar onda:
– Você
bebeu?
– Hoje
não! Se der alguma coisa aí é o seu aparelho que está quebrado!
#PARTIU
Eu
sou muito a favor das blitz de trânsito, conforme já havia escrito
em um post de 2016 que eu citei lá no início.
Gosto
da minha cerveja. Mas, quando dirijo, não bebo. Inclusive, tenho
evitado beber em vários programas para não perder a possibilidade
de voltar dirigindo.
Sou
um cidadão exemplar. Possuo um carro dentro das minhas condições
financeiras o que significa que eu consigo pagar por toda a
manutenção adequada bem como por todos os impostos obrigatórios.
Além claro, da segurança reforçada das minhas duas crianças.
Por
princípio, eu não olho se tem blitz em aplicativo.
Mas
hoje, aos 33 anos, se eu puder evitar uma blitz de trânsito, assim o
farei.
Um
grande abraço.
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Ei, psiu, se liga…
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