domingo, 26 de outubro de 2025

O Primeiro Aniversário do Celíaco

 




 

 

Pode me dar os parabéns que hoje eu estou completando 1 ano da minha nova vida.

Pois no dia 30 de outubro de 2024 eu esperei bastante com os meus exames para mostrar à gastroenterologista. Eu achava que seria só mais uma dentre tantas consultas com especialistas médicos, mas jamais imaginei que ela iria me matar em 50 minutos de consulta.

De posse de todos os exames técnicos, ela já poderia me confirmar com toda certeza o que ela já sabia desde a endoscopia: EU NUNCA MAIS PODERIA COMER GLÚTEN NA MINHA VIDA. Apesar de ser totalmente assintomático, eu era celíaco e meu intestino estava bastante machucado (parecia que um gato tinha azunhado). Ou eu parava de comer glúten ou poderia morrer de câncer intestinal na próxima década.

Ela disse que eu fui sorteado para o grupo de 1% das pessoas celíacas em toda a população mundial, mas a verdade é que ela havia acabado de matar o personagem que eu fora nos últimos 39 anos da minha vida.

Das minhas pesquisas do Google, eu entrei na sala dela com a inocência que reduzir 90% do meu consumo de glúten me salvaria, mas ela usou a lógica matemática que eu tanto amo contra mim mesmo ao dizer que ou eu zerava o glúten totalmente ou não faria a menor diferença para a minha saúde.

 

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As duas primeiras semanas foram muito difíceis. De repente, 80% das minhas preferências alimentares simplesmente não eram mais possíveis. Foi até bizarro porque havia vários itens estocados em casa e eu simplesmente tive que me livrar deles. Lembro de estar correndo na avenida e me imaginar por um instante me jogando na frente de um daqueles ônibus que passavam a toda velocidade. A minha esposa e o meu psicólogo foram primordiais nessa passagem das minhas vidas. Eles me deram todo o apoio e aconselhamento para que eu conseguisse ressuscitar.

 

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No começo, eu tive muita vergonha de ser uma pessoa defeituosa perante à sociedade. Eu tinha medo de expor a minha deficiência e evitava participar de alguns eventos. Foi preciso levar uma grande bronca de um amigo para ressignificar a minha vida social. Eu não tinha culpa por ser celíaco e não precisava ter vergonha disso.

A ironia do destino é que eu sempre fui de esquerda e sempre lutei gratuitamente por várias minorias e agora eu me via em uma das piores minorias possíveis. A minoria invisível. A sociedade simplesmente não acha ou não entende que comer glúten pode ser um problema.

 

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O supermercado então é uma desgraça. Rótulos com letras minúsculas e torna-se ainda mais desafiador com a crise visual dos 40 anos. E agora uma simples ida ao supermercado demorava o dobro do tempo porque eu tinha que ler todas as desgraças de rótulos pra ver onde a desgraça do glúten estava. Muito pior. Não bastasse o senso comum de que o glúten está no trigo e na cevada, a indústria simplesmente CONTAMINA todos os seus produtos com glúten.

Você vai entender o que eu estou tentando dizer quando pegar um rótulo de um produto com a singela frase: atenção alérgicos, pode conter... seguida por uma lista de 20 itens que não fazem sentido estar naquele alimento.

Ou seja, eles não sabem nem o que estão nos fornecendo. Usam as mesmas máquinas para fazer produtos com ou sem glúten e aí apelam para a conveniência de dizer que TUDO TEM GLÚTEN!

Isso porque o glúten pode matar e foi preciso criar uma legislação para nos proteger. Então, para ficar de acordo com a lei, é mais fácil e muito mais barato dizer logo que o meu produto tem glúten, mesmo que seja totalmente óbvio que não tem.

Aí eu demorei 39 anos para entender porque numa garrafa de água mineral vem escrito com fonte maior: NÃO CONTÉM GLÚTEN!

 

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Ir a um restaurante passou a ser um programa desafiador, estressante e frustrante. De repente, não basta mais ler o cardápio. Tem que saber interpretá-lo nas entrelinhas. É preciso chamar o garçom, e às vezes até mesmo o chefe, para confirmar o que tem glúten ou não. E se for uma pessoa de menos instrução, que nem sequer sabe o que é glúten, como confiar nas respostas dela?

A raiva maior é quando pegam aquele filé mignon maravilhoso ao ponto e sapecam molho madeira em cima. A depender da marca, pode ou não ter glúten. E aí, como arriscar com a minha própria vida?

 

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Participar de eventos sociais na sociedade ocidental também passou a ser uma experiência extremamente estressante pra mim. Só pra exemplificar a frase anterior, teve um casamento em que eu só comi alface e teve um aniversário em que eu só bebi um copo de Coca Cola.

No tal casamento, jogaram molho madeira na carne de boi e molho branco no frango. No aniversário de amigos que sempre fizeram festas extraordinárias, o buffet com quase 20 opções não me atendia. Um constrangimento para mim e para eles que descobriram que o amigo antigo deles havia morrido.

A festa de 50 anos da empresa foi num dos buffets mais caros de Fortaleza e eu tomei um porre gigantesco de espumante, porque eu não podia mais beber cerveja nem comer nada do que foi servido. No auge do desespero, ameacei a gerente do estabelecimento e ela foi à cozinha preparar um salmão só com sal exclusivamente para mim.

É muito desagradável você não ir à festa que um amigo preparou com tanto carinho. Ainda mais desagradável é você dizer que ele não ofereceu as comidas corretas. Levar sua própria comida de casa também me soa bem grosso. Mas foi uma das opções que a minha médica indicou, além de fazer um lanche em casa antes de ir pra festa.

 

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E como esse meu novo eu iria a uma festa musical?

Dirigi 600 km para que o meu irmão em Tauá me ajudasse no meu renascimento. Testei várias bebidas que eu detestava nesse experimento: cachaça, vodca, Campari, whisky, rum, vinho e espumante. A sorte é que a gente podia entrar no festival com bebida levada de casa, então eu acabei me adaptando melhor à cachaça com água de coco. Depois de décadas criminalizando os cachaceiros, de repente eu estava ali no meio deles agora.

Eu estava até renascendo bem só que um imbecil teve a ideia de vender pizzas num trailer no meio da rua, e o meu irmão e toda a sua turma acharam que seriam uma boa ideia comer umas pizzas às 3 da manhã depois dos shows. Para pessoas normais, uma decisão totalmente normal. Mas para um celíaco era a morte bem cheirosinha e quentinha e deliciosa.

Na Expocrato, eu tive que beber Cabaré Ice. Uma bebida mista à base de cachaça. Uma latinha de 275 mililitros por 15 reais. Doce que só.

Em outros locais eu simplesmente DEIXEI DE BEBER. Agora há vários locais e vários eventos sociais em que eu simplesmente não consumo bebidas alcoólicas por falta de opções.

Os otimistas vão dizer que isso foi bom.

Recentemente, tive um sábado com 4 eventos sociais distintos e sem uma gota de álcool consumida.

 

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E os otimistas também adoram dizer: ah!, mas hoje em dia, tudo tem uma versão adaptada sem glúten. Só uma coincidência... Geralmente quem fala isso é quem passa o dia inteiro se enchendo de glúten.

Então, eu, como celíaco, tenho lugar de fala aqui.

Sim, para quase tudo, há adaptações.

Só há 3 pequenos problemas:

1.    Custam uma fortuna

2.    O sabor é uma desgraça

3.    A experiência gastronômica é terrível

E depois de um semestre caindo nesse conto do vigário eu decidi NÃO ME OBRIGAR MAIS A ISSO. Eu acabava gastando uma grana e no final estava chorando, comendo uma pizza totalmente esquisita e sem sentido. Então achei mais lógico não me torturar com esses péssimos momentos. Vamos morrer, mas vamos morrer com dignidade.

A minha mãe também chutou o balde e disse que não faria mais lasanhas com aquele “macarrão” duro que só um cacete que nem cozinhando por 2 dias ele amolece.

 

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Pra quem tomava 4 Heinekens por dia, você ainda não entendeu como aquela médica me matou.

Até agora eu encontrei 6 marcas de cerveja sem glúten.

Algumas são fáceis de encontrar em supermercados, mas todas são bem difíceis e caras de se encontrar em restaurantes e shows.

A melhor adaptação de todas, a que mais parece cerveja, é a Stella Artois Pure Gold. Pra ser honesto, é a única adaptação sem glúten que presta, considerando todos os gêneros alimentícios. E eu tenho até que agradecer por só ter descoberto essa doença após esses gênios terem inventado essa cerveja.

Ela custa de 5 a 7 reais nos supermercados (lata ou long neck). E mais ou menos 7 reais no Zé Delivery nas capitais do país. Em restaurantes, eu já paguei de 10 a 18 reais. E cheguei a pagar 25 reais por uma no aeroporto de Brasília.

 

 

 

 

 

A Heineken não teve ousadia para lançar uma versão sem glúten. Ou talvez o departamento de marketing não quis sujar a reputação da lendária marca. Então, terceirizaram a missão para a Amstel. A Amstel Ultra é possível de encontrar no Rio de Janeiro.

A Michelob é outra opção sem glúten. Mas é bem doce e parece mais uma bebida mista do que uma cerveja propriamente dita.

Outras opções foram Tijuca, Império e Vold.

Bom que são cervejas com menos calorias aí os modinhas gostam de tomar achando que não vão engordar.

 

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Segundo o Dr. Google, eu precisaria de 6 meses sem consumir glúten para que o meu corpo normalizasse.

Inclusive a minha médica disse que essa era uma coisa “boa” da minha doença. Não havia remédios com custos altos e efeitos colaterais. O remédio era a própria dieta.

Mas, desafiando o Google, ela disse que 4 meses seriam suficientes.

E 4 meses depois, lá estava eu, num feriado, furando o braço num laboratório para medir quanto glúten havia no meu corpo.

Aquele momento era crucial.

Eu havia feito a dieta perfeita. ZERO GLÚTEN!

Não sei como, mas eu havia conseguido cortar totalmente o glúten da minha vida do dia pra noite.

Se a porra daquele exame não confirmasse isso, tudo estaria perdido.

Será que aquelas paradas “gluten free” eram sem glúten mesmo?

Será que as 400 Stella Pure Gold que eu havia tomado eram sem glúten mesmo?

Será que 4 meses já era tempo suficiente pra limpar meu corpo?

E o resultado foi maravilhoso. Simplesmente eu caí de taxas 10 vezes acima de uma pessoa normal para as MESMAS TAXAS DE UMA PESSOA NORMAL.

Eu estava oficialmente livre do glúten e do câncer intestinal pra poder ver as minhas filhas crescendo.

 

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Atenção otimistas: EU PERDI 8 KG NESSE PROCESSO! Simplesmente eu perdi 10% do meu peso (e era excedente) ao cortar o glúten da minha vida.

O fato é que hoje eu pratico uma dieta “absolute cinema” de manual de nutricionista: frutas, verduras, carnes, queijos, castanhas e iogurtes.

De brinde, aproveitei pra tirar os embutidos da minha vida.

Falando em brinde e em peso, aprendi a fazer as minhas caipirinhas em casa. Com frutas variadas e sem açúcar. Aprendi na prática que era mais fácil segurar o peso com cachaça do que com cerveja.

 

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Uma dificuldade zero da nova vida foi como substituir as beliscadas do dia? Sabe aquele momento em que a fome grita e você apela pra um biscoitinho pra aguentar até a próxima refeição? E aí, como se virar num mundo em que todos os industrializados têm glúten?

Minha heroína inesperada foi A UVA!

Graças à EMBRAPA, hoje temos várias opções de uvas bem docinhas e sem sementes.

É o petisco perfeito!

Eu fiquei conhecido na empresa como o cara da uva.

 

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Minhas novas alocações profissionais de 2025 me botaram de volta nos céus e como se alimentar no avião que só serve industrializados com glúten?

Às vezes até vêm com milho ou batata doce, mas, na prática, eu tive que aprender a levar marmita de casa: banana, castanha de caju e algum chocolate comprado no aeroporto.

 

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Pela lógica matemática simples, chocolate não deveria ter glúten, mas, para a nossa indústria capitalista, é mais barato dizer que tem.

Então, hoje eu me restrinjo às marcas de superluxo, como algumas opções da Cacau Show, da Kopenhagen e da suíça (Lindt).

Na prática, passei a pagar 400 reais por um quilo de chocolate, 5 vezes mais do que deveria.

Então, o meu chocolate diário passou a ser um item de luxo e eu tenho consumido mesmo só o suficiente para “sentir o gosto”.

Sem contar as brigas quando algum leigo desavisado come o meu chocolate sem glúten supercaro achando que é um chocolate normal.

 

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Nessa nova vida profissional e sem glúten quis o destino que o meu primeiro aniversário sem glúten fosse justamente viajando a trabalho.

Eu chegava aos 40 anos e pra variar estava em Brasília. Em um curso de gestão de pessoas.

A turma de humanas prontamente providenciou uma festa muito carinhosa pra mim.

Era uma forma de preencher o meu aniversário longe da família.

“Longe de casa, há mais de uma semana, milhas e milhas distante do meu amor”.

Tudo estava lindo e maravilhoso, discurso bem carinhoso, até a hora em que eu me virei pra trás e vi o bolo.

Era o meu primeiro aniversário sem glúten.

Aí passou um filme inteiro na minha cabeça, eu, nos meus últimos 8 meses, tentando me reinventar e não deixar o glúten me matar.

Desabei em lágrimas.

 

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Depois de ter aprendido a ser cachaceiro, estourou uma crise sanitária no país de envenenamento de pessoas por bebidas contaminas com metanol.

Agora a cerveja me mata e a cachaça me mata também. E não estou falando de cirrose.

Puta que pariu.

Praticamente só estou bebendo em casa.

A propósito, a Sagatiba virou a minha nova Heineken.

 

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De todas as substituições e adaptações na vida pós glúten, há 4 coisas insubstituíveis e que eu consumia muuuuuuuuito:

1.    Cerveja Heineken

2.    Chocolate Kit Kat

3.    Pizza

4.    Lasanha da minha mãe

 

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Uma pergunta que respondi muito esse ano foi como eu descobri.

Com o fim da pandemia, voltamos ao trabalho presencial na empresa. E aí eu tive que voltar ao café da máquina da empresa. E passei a perceber que o café me dava ânsia de vômito. Então, resolvi marcar uma consulta com a médica da minha esposa.

Essa médica pediu o exame básico: endoscopia. No dia, ela confirmou que eu tinha refluxo no estômago, mas, prosseguindo com o endoscópio, viu que o meu intestino era tão fudido quanto o de uma pessoa celíaca.

 

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Como analista de sistemas, eu visualizei que poderia controlar o glúten. Uma vez normalizadas as minhas taxas, eu poderia consumir pequenas porções de forma consciente e ir monitorando os resultados pelos exames.

Até que um colega me jogou a real: porra, Paulo, você fez um esforço do cão pra tirar o glúten da sua vida e agora vai se permitir recaídas? É isso mesmo o que você quer?

Sim, eu ia usar a matemática a meu favor.

Mas, no fundo, ele estava certo.

Hoje eu sei que eu posso comer pequenas porções de glúten de forma controlada. Mas o sabor não é mais o mesmo. Eu como sabendo que estou comendo um veneno e me matando. Então, não dá nenhum prazer. Pelo contrário.

 

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Outra coisa que as pessoas confundem bastante também é a doença celíaca com intolerância ao glúten ou uma alergia.

Quem tem alergia a alguma coisa consegue controlar com antialérgicos ou reduzindo o consumo.

Eu não tenho alergia e não tenho essas opções.

O que eu tenho é uma doença autoimune através da qual o meu corpo ataca o glúten como se fosse um invasor e isso causa feridas no meu intestino.

 

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Além do mito das adaptações sem glúten, também há o mito do vai passar. Não, não vai. Não passa nunca. Hoje eu vi as minhas filhas comendo pastéis e eu precisei virar de costas pra não ver aquilo. Até chorei.

Sem contar as pessoas que marcam eventos sociais em pizzarias, porque para elas aquilo é supernormal e, afinal, você pode pedir outras comidas do cardápio.

O que eu digo é que um alcoólatra nunca frequenta um bar.

Hoje foi mais um dia em que eu não comi glúten.

sábado, 1 de julho de 2023

100110 (O post dos meus 38 anos)

 







Com muita preguiça e pouquíssimo tempo livre, mas resolvi que ainda não seria esse ano o fim da tradição. É que sempre tenho publicado no dia do meu aniversário uma crônica sobre os meus últimos 365 dias. A tradição completa é publicar junto com a atualização anual da foto do perfil de todas as redes sociais.



Incrível como foram 2 semestres totalmente distintos: saí da fase de lutar para não morrer para a fase de melhorar a qualidade da minha vida.



[Vou começar pela parte política porque realmente foi a mais movimentada. Quem não curte, é só pular uns centos parágrafos (até a próxima foto).]



A minha intensa atuação política no Facebook ganhou um forte concorrente e aliado: o WhatsApp.



Mas o meu ano começou mesmo com um comício incrível do Lula no Centro de Eventos do Ceará que parecia um déjà-vu de 2002: eu e a Estefânia aos pulos na Praça do Ferreira, 13 horas, 40 graus. Pelo menos dessa vez foi no ar condicionado…



Dali, eu entrei nos grupos de WhatsApp oficiais da campanha. E fui recebendo convites de amigos e conhecidos e a coisa ficou exponencial. Vários grupos com centenas de pessoas nos quais eu tinha 0 ou 1 conhecido. Pessoas em geral de uma geração à frente da minha, das mais diversas origens, culturas e regiões do Brasil. Mas todos com uma visão mais progressista do mundo e com uma vontade imensa de botar o Brasil no progresso de novo. Tem sido uma experiência sociológica muito rica e, com muita paciência e atenção, consegui aprender bastante com as pessoas desse ecossistema. Sem contar a riqueza de receber os materiais oficiais direto da fonte e até mesmo de conseguir sugerir algumas ideias.



Assim o ecossistema de amigos do Facebook agora tinha um equivalente no WhatsApp, sempre ficando nítidas as diferenças entre as duas ferramentas.



Falando em Facebook, as coisas por lá ficaram bem animadas! É que 20 dias antes da eleição, Tio Zuck descobriu que dava pra ganhar uma boa grana divulgando os meus conteúdos aí eu simplesmente tive um vídeo com 2,6 milhões de visualizações. Foi totalmente insano!



Só que não tem almoço grátis, então começou a aparecer gente de tudo quanto é canto pra me xingar de tudo que é jeito e os mais criminosos até ameaçavam de morte a mim e à minha família, principalmente em mensagens privadas.



Eu fazia uma breve investigação da vida dos meus assassinos e, quando via que a pessoa não tinha condições financeiras nem logísticas para vir até Fortaleza me matar, seguia em frente.



Eu ficava muito preocupado com a reação dos meus pais, mas eu estava entendendo todo o jogo. O algoritmo tava bombando meus conteúdos insanamente e eles precisavam me fazer desistir.



Parei de ler os comentários por uns tempos, tentei avisar isso aos meus amigos antigos e segui em frente. Finalmente, o algoritmo estava a meu favor e na hora mais decisiva possível. Não era hora de parar! Minha meta eram 20 conteúdos novos por dia.



Pra fechar o tema Facebook, recentemente entrei na campanha pedindo regulação da ferramenta e o algoritmo começou a me punir e censurar de várias formas totalmente bizarras.



Pois bem. Linda posse e finalmente eu estava de férias com o meu objetivo alcançado de trocar o governo do país.



Mas isso era só mais uma fake news.



Dia 8, começaram a quebrar tudo, daí meus pais, sogra, tias, geral chorando, preocupados, que iam matar Lula, e não sei o quê mais lá, aí eu vi que ainda não estava terminado.



Ganhamos o executivo, mas perdemos novamente o Congresso. Os derrotados continuaram muito barulhentos. Então, não dava pra relaxar ainda.



E ainda tínhamos metas e eu ganhei um presentaço de aniversário que o maior genocida da história, passou 4 anos tentando me matar, e agora é ele quem está politicamente enterrado. Bem na véspera da minha festa.



Só um parêntese nesse assunto: o meu amigo Fernando Brito ficou bastante doente após a virada do ano, como se o corpo dele tivesse ido ao limite máximo nos últimos 10 anos lutando para voltarmos ao poder.



Sigamos.

 

 

 

 

 

Na minha carreira técnica, finalmente tive um ano com mais tempo podendo focar na programação e consegui dar uma boa reforçada na minha atualização técnica de Java e JavaScript. Até voltei a trabalhar em um time seguindo o Scrum e fazendo as reuniões de atualizações diárias.



Doideira mesmo foi trabalhar em 3 sistemas ao mesmo tempo e, quando os 3 resolviam dar problema no mesmo dia, o meu cérebro quase explodia. Eu chegava no final do dia mentalmente exausto e aí o único escape era sair correndo pelas ruas da cidade.



Até recebi um artigo num daqueles grupos de WhatsApp questionando se correr era saudável ou era um vício.



Curioso também eu ter criado coragem pra sair a pé nas ruas de Fortal City depois das 20 horas.



Falando em esportes, sempre que dava, ia fazer meus gols.



Até tem um causo engraçado porque eu fui trocar de chuteira e pensei: não vou comprar na Internet porque pode ficar apertada. Aí fui no shopping e o desgraçado do vendedor me convenceu a comprar (por 100 reais a mais) uma chuteira bastante apertada, prometendo que ela cederia com o uso. Já sofri um bocado com essa bichinha e até 2 unhas perdi.



Ainda falando em futebol, comecei a ensaiar uma reaproximação com o Corinthians, mas vi que vários dos problemas que me fizeram tirar férias em 2019 ainda persistem. O Chelsea fez uma temporada desgraçada também. Azar no jogo, sorte no amor. Dizem. Segue o jogo!

 

 

 

 

 

Segui estudando Inglês e Espanhol, mas ainda não consegui iniciar uma das metas de 2023 que era começar a estudar Italiano.



As minhas filhas cresceram muito e, já que eu sou fã de números, elas chegaram a idades bem interessantes: 5 e 10 anos.



Falando um pouco de 2023, a minha esposa iniciou uma segunda faculdade e eu tive que dedicar mais tempo às atividades da casa e aos cuidados das meninas. A logística precisa estar bem calibrada para que todos consigam estudar e trabalhar todos os dias.



Não sou o Fernando Brito não, mas também estou lidando com alguns problemas de saúde esse ano. Também me vejo mais chato e mais impaciente. Coisas “de velho” que eu só esperava daqui a mais algumas décadas. Algumas desilusões ao longo do ano também pra não parecer que tudo são flores. E um fenômeno inexplicável: tivemos que fazer vários consertos, trocas e manutenções na casa e no carro nesse ano.



A sensação é que o macro ficou top demais, daí o micro entrou em cena pra eu não morrer de tédio.



Sigamos.



No epílogo, vou retomar ao tema da foto. Esse ano tentei uma solução caseira mesmo. Enchi o saco da Isabela e ela teve que fazer umas cem fotos até que eu me satisfizesse. Obviamente, gostei de várias, daí fiz um concurso na família para que escolhessem a melhor.

 

 

 

 

 

Numa última reflexão, depois de tantas ameças, sinto que perdi o restinho do medo que ainda tinha de me posicionar em certas ocasiões.



Termino agradecendo aos meus amigos que fizeram parte de mais um ano tão intenso. Muito obrigado pela companhia, presença, suporte, apoio, carinho, criatividade, ideias e aprendizados. Sigamos!

 

Sim... e a foto campeã...

 

 

 

 

 

 

O fator decisivo para a sua escolha foi técnico. É uma foto mais fácil de ser cortada para os diferentes requisitos das diferentes redes sociais.

 


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Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!


      

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