Com muita preguiça e pouquíssimo tempo livre, mas resolvi que ainda não seria esse ano o fim da tradição. É que sempre tenho publicado no dia do meu aniversário uma crônica sobre os meus últimos 365 dias. A tradição completa é publicar junto com a atualização anual da foto do perfil de todas as redes sociais.
Incrível como foram 2 semestres totalmente distintos: saí da fase de lutar para não morrer para a fase de melhorar a qualidade da minha vida.
[Vou começar pela parte política porque realmente foi a mais movimentada. Quem não curte, é só pular uns centos parágrafos (até a próxima foto).]
A minha intensa atuação política no Facebook ganhou um forte concorrente e aliado: o WhatsApp.
Mas o meu ano começou mesmo com um comício incrível do Lula no Centro de Eventos do Ceará que parecia um déjà-vu de 2002: eu e a Estefânia aos pulos na Praça do Ferreira, 13 horas, 40 graus. Pelo menos dessa vez foi no ar condicionado…
Dali, eu entrei nos grupos de WhatsApp oficiais da campanha. E fui recebendo convites de amigos e conhecidos e a coisa ficou exponencial. Vários grupos com centenas de pessoas nos quais eu tinha 0 ou 1 conhecido. Pessoas em geral de uma geração à frente da minha, das mais diversas origens, culturas e regiões do Brasil. Mas todos com uma visão mais progressista do mundo e com uma vontade imensa de botar o Brasil no progresso de novo. Tem sido uma experiência sociológica muito rica e, com muita paciência e atenção, consegui aprender bastante com as pessoas desse ecossistema. Sem contar a riqueza de receber os materiais oficiais direto da fonte e até mesmo de conseguir sugerir algumas ideias.
Assim o ecossistema de amigos do Facebook agora tinha um equivalente no WhatsApp, sempre ficando nítidas as diferenças entre as duas ferramentas.
Falando em Facebook, as coisas por lá ficaram bem animadas! É que 20 dias antes da eleição, Tio Zuck descobriu que dava pra ganhar uma boa grana divulgando os meus conteúdos aí eu simplesmente tive um vídeo com 2,6 milhões de visualizações. Foi totalmente insano!
Só que não tem almoço grátis, então começou a aparecer gente de tudo quanto é canto pra me xingar de tudo que é jeito e os mais criminosos até ameaçavam de morte a mim e à minha família, principalmente em mensagens privadas.
Eu fazia uma breve investigação da vida dos meus assassinos e, quando via que a pessoa não tinha condições financeiras nem logísticas para vir até Fortaleza me matar, seguia em frente.
Eu ficava muito preocupado com a reação dos meus pais, mas eu estava entendendo todo o jogo. O algoritmo tava bombando meus conteúdos insanamente e eles precisavam me fazer desistir.
Parei de ler os comentários por uns tempos, tentei avisar isso aos meus amigos antigos e segui em frente. Finalmente, o algoritmo estava a meu favor e na hora mais decisiva possível. Não era hora de parar! Minha meta eram 20 conteúdos novos por dia.
Pra fechar o tema Facebook, recentemente entrei na campanha pedindo regulação da ferramenta e o algoritmo começou a me punir e censurar de várias formas totalmente bizarras.
Pois bem. Linda posse e finalmente eu estava de férias com o meu objetivo alcançado de trocar o governo do país.
Mas isso era só mais uma fake news.
Dia 8, começaram a quebrar tudo, daí meus pais, sogra, tias, geral chorando, preocupados, que iam matar Lula, e não sei o quê mais lá, aí eu vi que ainda não estava terminado.
Ganhamos o executivo, mas perdemos novamente o Congresso. Os derrotados continuaram muito barulhentos. Então, não dava pra relaxar ainda.
E ainda tínhamos metas e eu ganhei um presentaço de aniversário que o maior genocida da história, passou 4 anos tentando me matar, e agora é ele quem está politicamente enterrado. Bem na véspera da minha festa.
Só um parêntese nesse assunto: o meu amigo Fernando Brito ficou bastante doente após a virada do ano, como se o corpo dele tivesse ido ao limite máximo nos últimos 10 anos lutando para voltarmos ao poder.
Sigamos.
Na minha carreira técnica, finalmente tive um ano com mais tempo podendo focar na programação e consegui dar uma boa reforçada na minha atualização técnica de Java e JavaScript. Até voltei a trabalhar em um time seguindo o Scrum e fazendo as reuniões de atualizações diárias.
Doideira mesmo foi trabalhar em 3 sistemas ao mesmo tempo e, quando os 3 resolviam dar problema no mesmo dia, o meu cérebro quase explodia. Eu chegava no final do dia mentalmente exausto e aí o único escape era sair correndo pelas ruas da cidade.
Até recebi um artigo num daqueles grupos de WhatsApp questionando se correr era saudável ou era um vício.
Curioso também eu ter criado coragem pra sair a pé nas ruas de Fortal City depois das 20 horas.
Falando em esportes, sempre que dava, ia fazer meus gols.
Até tem um causo engraçado porque eu fui trocar de chuteira e pensei: não vou comprar na Internet porque pode ficar apertada. Aí fui no shopping e o desgraçado do vendedor me convenceu a comprar (por 100 reais a mais) uma chuteira bastante apertada, prometendo que ela cederia com o uso. Já sofri um bocado com essa bichinha e até 2 unhas perdi.
Ainda falando em futebol, comecei a ensaiar uma reaproximação com o Corinthians, mas vi que vários dos problemas que me fizeram tirar férias em 2019 ainda persistem. O Chelsea fez uma temporada desgraçada também. Azar no jogo, sorte no amor. Dizem. Segue o jogo!
Segui estudando Inglês e Espanhol, mas ainda não consegui iniciar uma das metas de 2023 que era começar a estudar Italiano.
As minhas filhas cresceram muito e, já que eu sou fã de números, elas chegaram a idades bem interessantes: 5 e 10 anos.
Falando um pouco de 2023, a minha esposa iniciou uma segunda faculdade e eu tive que dedicar mais tempo às atividades da casa e aos cuidados das meninas. A logística precisa estar bem calibrada para que todos consigam estudar e trabalhar todos os dias.
Não sou o Fernando Brito não, mas também estou lidando com alguns problemas de saúde esse ano. Também me vejo mais chato e mais impaciente. Coisas “de velho” que eu só esperava daqui a mais algumas décadas. Algumas desilusões ao longo do ano também pra não parecer que tudo são flores. E um fenômeno inexplicável: tivemos que fazer vários consertos, trocas e manutenções na casa e no carro nesse ano.
A sensação é que o macro ficou top demais, daí o micro entrou em cena pra eu não morrer de tédio.
Sigamos.
No epílogo, vou retomar ao tema da foto. Esse ano tentei uma solução caseira mesmo. Enchi o saco da Isabela e ela teve que fazer umas cem fotos até que eu me satisfizesse. Obviamente, gostei de várias, daí fiz um concurso na família para que escolhessem a melhor.
Numa última reflexão, depois de tantas ameças, sinto que perdi o restinho do medo que ainda tinha de me posicionar em certas ocasiões.
Termino agradecendo aos meus amigos que fizeram parte de mais um ano tão intenso. Muito obrigado pela companhia, presença, suporte, apoio, carinho, criatividade, ideias e aprendizados. Sigamos!
Sim... e a foto campeã...
O fator decisivo para a sua escolha foi técnico. É uma foto mais fácil de ser cortada para os diferentes requisitos das diferentes redes sociais.
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